Vida de desempregada 9# Os currículos
(Imagem retirada da Internet)
Apesar de estar desempregada há apenas 4 dias, tenho-me dedicado a entregar currículos via online, via presencial e até a ir a entrevistas para escolas, que são uma mera ilusão de possibilidade de emprego.
Desde sempre que a entrega de currículos é uma verdadeira aventura e um dilema. Entrego em sítios que já têm terapeuta da fala? Entrego naquele sitio que parece nem saber o que é um terapeuta da fala? Entrego em locais públicos? Envio por email ou entrego pessoalmente? Pois bem, a verdade é que faço tudo isso, entrego em todos esses locais e espero que miraculosamente algum me dê uma resposta.
No primeiro dia de desempregada decidi dedicar-me a entregar currículos via email. Lá fui eu pesquisar clínicas e instituições, procurar o email de cada um, escrever um email todo bonito e enviar. Respostas? Três, e apesar dessas três respostas serem negativas senti-me bem, pois pelo menos dignaram-se a dar-me uma resposta personalizada. E não, não eram respostas automáticas.
No segundo dia andei a enviar emails para locais que tinha no meu conhecimento de não possuírem terapeuta da fala. Pelo menos uma esperançazinha de resposta. A verdade? É que não veio nem uma. Numa dezena de emails, nem uma única resposta. Nada que não se esperasse, mas que nos deixa completamente desiludidos, pelo menos poderiam responder que não estavam interessados.
A entrega de currículos em mão é muito mais interessante (entenda-se por interessante desmotivante). Existem três tipos de pessoas que recebem os currículos:
1ª A que recebe e a coloca em cima de um monte de folhas sem olhar para ela.
2ª A que olha para nós com ar de coitadinhos e diz que a irá entregar à direcção.
3ª E aquela que nos recebe muito bem e quando vira costas começa a ler o currículo.
A 3ª pessoa ainda nos deixa com alguma esperança, mas a verdade é que nunca obtive nenhuma resposta de currículos entregues em mão. Não sei se são um desperdício, não sei se valem a pena, mas não morro por tentar. As 1ª e 2ª pessoas são as que me deixam triste, não por saber que não obterei nada dali, mas porque acho que não há respeito para quem procura emprego. Não perdem por darem um sorriso e agradecerem, não perdem por ter mais um currículo amontoado, sei que já são muitos, mas todos os que lá entregam é porque precisam de entrego e se o fazem não é só para passar o tempo.
A minha sugestão? Entregar o máximo de currículos possíveis e sorrir sempre, mesmo que um carrancudo qualquer diga 'Oh menina, já temos tantos!'.