Vida de Desempregada 4#
(Imagem retirada da Internet)
Acho que por estes lados ainda não contei as minhas últimas novidades profissionais. Não, não se entusiasmem que não arranjei emprego. Continua desempregada, apesar dos 1001 currículos entregues e enviados e apesar das propostas de projectos.
Há duas semanas atrás fui a uma reunião ao IEFP devido à minha situação profissional (que neste momento é nenhuma) e devido às alterações dos estágios profissionais. Ao ir, nunca se vai com muita esperança, mas existe sempre uma pontadinha que acha que vai ser desta vez. Como é óbvio, não o foi. Foi uma reunião colectiva para explicarem as novas regras para estágios profissionais e outras oportunidades que possam vir a surgir como o estímulo 2013. No final da reunião, a Senhora que nos estava a apresentar questionou quantos licenciados ali estavam e todos os da sala levantaram o braço (éramos cerca de 20) e todos ainda não tinham tido a primeira oportunidade de emprego na área. 'Pois, imaginei. Mas agora vem a parte chata.' iniciou ela deixando transparecer a sua piedade, 'É que não é OBRIGATÓRIO, mas se não se inscreverem em pelo menos dois dos cursos que o IEFP tem disponível deixam de estar inscritos aqui.', a sala ficou mais do que silenciosa e todos nos entreolhamos, 'Sim, eu sei que já estudaram muitos anos e que estes cursos não devem ser muito úteis para a vossa área, mas se cá não estiverem inscritos não têm direito ao estágio profissional'. E eu fiquei com cara de tacho...
O curso em que todos nos tivemos de inscrever tem uma função que me arrepia 'Como procurar emprego', eu sei que o nome não é bem assim mas vai dar ao mesmo. E eu penso: 'Passei 16 anos a estudar, para agora me ensinarem a procurar emprego? Não acham que já faço isso desde Fevereiro?'. Eu fico indignada com o nosso país, obrigam-nos (mas que ninguém afirme que é obrigado porque não é, só perdes é todos os direitos!) a fazer cursos da treta para pessoas licenciadas, com mestrados e outros afins, apenas para as estatísticas. Sim, porque é lindo dizer que X% está desempregado, mas que desse X Y% está a fazer formações financiadas pelo estado. E ainda melhor é que Z% estão desempregados, mas esquecem-se de todas as outras pessoas que já desistiram de ter o IEFP como fonte de apoio à procura de emprego. Não seriam muito mais inteligentes se usassem esse dinheiro para diminuir a taxa de desemprego? É... Eu sei, as estatísticas!
Este país está cada vez mais preocupado com números e esquece-se que os números são constituídos por pessoas, e se não houver pessoas simplesmente não há números...
P.S.: Tirar este curso revolta-me mesmo! Arre lá para o estado!