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justsmile

10
Mai16

Vida de desempregada #17

(Imagem retirada daqui)

 

Tempo de desemprego: 242 dias.

Número de anúncios na área: 29 (talvez menos?).

Número de anúncios respondidos fora da área: perdi-lhes a conta.

Número de entrevistas: 2+5 (2 fora da área e 5 na área).

Número de currículos entregues em mão e via online: recuso-me a contar, a última vez eram 302.

Respostas: 37.

 

Há oito meses desempregada e deparei-me com uma nova relação com a esperança. Apatia. Há minha volta as situações de desilusão têm sido mais frequentes que comigo própria. Quando recebo um 'não' parece-me que Ele e os meus pais ficam mais desiludidos que eu própria. Aprendi neste tempo todo que não vale a pena criar expectativas elevadas, que as quedas são mais dolorosas e que normalmente vêm acompanhadas por uma lágrima ou outra, contudo as pessoas que me rodeiam parecem ter mais esperança que eu em cada pequeno sinal que aparece. Sei que esta é a minha forma de protecção e que, apesar de não ser agradável levar um não atrás de outro, é mais fácil lidar com a esperança adormecida do que com a desilusão. 

Ao fim de oito meses ando mais que cansada e com esta chuva insistente entre três dias de sol (arre! Mas estamos mesmo na primavera???), sinto-me psicologicamente a ficar atrofiada. Tenho estudado, tenho saído, tenho feito ainda mais doces, mas estou a chegar a um ponto de não só cansaço psicológico como físico. Dores de cabeça, demasiado sonolenta e uma preguiça inabalável para fazer seja o que for. Luto contra a tendência e não me deixo ficar, mas admito que não é fácil. Este último mês foi o mês de modificar o meu currículo e até tive mais uma entrevista em que só não saí de lá milionária porque não quis. No entanto, apesar do cansaço, desta esperança que prefiro manter adormecida temporariamente e de tudo o resto, continuo a acreditar que esta espera terá toda uma razão que um dia me será explicada, assim como sei que no fundo sou feliz. Apesar de nem todos os dias me conseguir agarrar a estas máximas, a maioria dos dias ando bem. Acho que será normal esta variação de humores. Digam-me que é normal!

Ando na elaboração de um Plano C, pois parece-me que o B não vai para a frente e este C, só de pensar já cansa. Mas a verdade é que tenho andado minimamente bem. Tenho mantido a sanidade mental, uns dias melhor que outros, e continuo a acreditar que mais tarde ou mais cedo tudo se irá resolver. Não sei onde, não sei como e muito menos o quando (que é a parte mais assustadora), contudo tenho a certeza que a situação se virá a resolver.

No fundo, não podemos ficar sempre no mesmo sítio, certo?

 

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