Vida de desempregada #15
(Imagem retirada da Internet)
Tempo de desemprego: 153 dias.
Número de anúncios na área: 21 (talvez menos?).
Número de anúncios respondidos fora da área: perdi-lhes a conta.
Número de entrevistas: 1+2 (1 fora da área e 2 na área).
Número de currículos entregues em mão e via online: recuso-me a contar, a última vez eram 302.
Respostas: 27.
Faz precisamente hoje 5 meses de desemprego, talvez o primeiro e este último mês tenham sido os mais difíceis deste processo todo. Parece que a maré está a quilómetros de distância e nem remar contra ela consigo. Neste último mês muita coisa me passou pela cabeça e comecei a criar na minha cabeça um Plano B para não entrar em desespero total (que já estive bem mais longe disso). A tudo isto continua a sorte a não estar presente e pequenas coisas a complicarem-me mais a vida do que a facilitarem. O rol de propostas absurdas batem o seu recorde e as entrevistas esquisitas têm também adquirido uma nova perspectiva desta minha condição de desempregada. De momento encontro-me apática quanto à minha situação profissional e respondo a anúncios de forma tão automática que acabo por me esquecer de onde e para quê respondi. As respostas são quase nulas e a espera deixou de ser espera, mas uma vida normal em que já não se pensa num futuro. Cansei-me de ter a esperança sempre activa e deixei-a paradinha durante uns tempos, assim não sinto na pele tantos baldes de água fria. Apercebi-me que não há falta de trabalho, mas sim de emprego, pois as oportunidades para ser-se explorado existem como pragas, assim como os trabalhos à comissão e de call-centers. Compreendi ainda que se queria trabalhar na minha área a ilusão de um contrato é um mito, que ao procurar já nem penso na existência de tal condição.
O último mês foi complicado, este espero que mais tranquilo, mesmo não pensando que a minha condição de desempregada se venha a alterar brevemente.
Há que manter os pés assentes na terra.