Uma rotina no novo confinamento
Como cheguei a comentar por estes lados, este novo confinamento foi-me, inicialmente, mais penoso que o primeiro. Desta vez tinha começado um novo emprego há pouco mais de dois meses e apenas há 3 semanas que fazia a minha intervenção com crianças e regressar a casa nessa altura foi como me tirar o tapete dos pés. O meu próprio papel enquanto técnica teve de ser repensado e isso foi o que mais me preocupou, mas realmente não havia muitas mais alternativas. Nesse aspecto as coisas ainda não estão definidas 100% mas tenho sentido a necessidade de me deixar levar pela onda e compreender que tudo isto volta a ser novidade para muita gente e que este meu novo papel será também uma coisa nova. Como o lado profissional estava assim bastante instável senti a necessidade de voltar a criar uma rotina que me fizesse sentir bem e desligar de todas estas inseguranças e instabilidades.
E qual é a minha rotina neste novo confinamento? Não tão diferente do primeiro confinamento, simplesmente já sabia o que precisava e quais as estratégias que tinha de utilizar para me manter saudável mental e fisicamente. Tenho aproveitado para descansar e fazer as coisas que me fazem bem, voltei a implementar uma rotina consistente. Voltei a ligar mais vezes a amigos e familiares para ouvir as suas vozes, voltei às videochamadas e reuniões virtuais (que, no fundo, nunca tinham acabado), mas também voltei às coisas que gosto.
De manhã:
Acordar um bocadinho mais tarde quando estou em casa, porque a maioria das manhãs já tenho ido para as escolas, realizar a minha rotina de pele, visto-me e tomo o belo do pequeno-almoço. Depois sento-me ao computador a fazer o meu rico trabalhinho, com uma boa música (a banda sonora da série Bridgerton é óptima para isso!) e depois paro para a minha hora de almoço. Se necessário cozinho, arrumo a louça, faço a cama e tenho visto documentários durante a hora de almoço. Tenho-me recusado a ver notícias na televisão, causam ansiedade, tristeza e não motiva rigorosamente nada.
De tarde:
Depois do meu cafézinho e do meu docinho volto ao trabalho. No final do horário do dia de trabalho acabo por ir à minha obra, fazer uma espécie de jogo de 'encontra as diferenças' e depois vou à minha sessão de Yoga. Voltei a aumentar a frequência com que faço exercício e isso tem-me feito bem, mais alongamentos por estar tanto tempo sentada, mais um momento de tranquilidade no meu dia. O benefício de fazer exercício em casa é que podemos fazer o jantar ao mesmo tempo, ou pelo menos pré-prepará-lo e assim que acabamos, tomar o belo de um banho.
À noite:
Depois do jantar feito, jantar, arrumar a cozinha (o que termina sempre tardíssimo por causa dos horários do maridinho) e sentar no sofá para ler enquanto Ele trabalha, toma banho e trata das suas coisinhas. Ultimamente nem temos tido tempo de ver televisão porque Ele anda com bastante trabalho, mas aproveitado esses momentos para relaxar.
Assim se têm passado os meus dias, à sexta-feira dedico-me à limpeza para poder ficar com o fim-de-semana livre. Admito que voltar para as escolas durante a manhã ajudou a minha sanidade mental, voltei a sentir um bocadinho de controlo na minha função e isso alterou completamente a minha motivação. Os dias têm até passado mais corridos do que imaginava, o ano tem desenvolvido rápido e dou por mim sempre a mexer-me e adoro essa sensação. Adoro este meu trabalho, adoro conseguir fazer a minha própria gestão e sentir que realmente faço a diferença. Este novo confinamento começou de uma forma mais custosa, as saudades começam a tornar-se mais difíceis de suportar, mas acredito que terei a sensação de que passará mais rápido do que imaginava.