Um ano inteiro de Minimalismo
(Imagem retirada daqui)
Dei por mim, num destes dias, a pensar que este ano foi o primeiro ano inteiro que vivi abraçada ao minimalismo. Dei por mim a pensar que algures por Março de 2017 começava a dar os primeiros passos neste mundo e que algures por Outubro de 2017 estava a sentir-me um bocadinho mais minimalista do que a maioria das pessoas que conhecia. Dei por mim a pensar no que tinha mudado na minha vida e no que tinha feito ao longo desta minha caminhada. Caramba, sinto-me mesmo orgulhosa por ter descoberto este mundo, aliás por ele me ter ajudado a descobrir-me a mim mesma! Já lá vai mais de ano e meio de que a curiosidade para o minimalismo despertou em mim, mas é realmente há um ano que admiti a mim mesma e ao mundo que não queria ser igual às outras pessoas e que queria fazer melhores opções na vida. Há um ano que me auto-intitulo de um bocadinho minimalista, sei que a caminhada é longa e que nunca terá um fim, mas a verdade é que me sinto bem assim, com esta forma de ver a vida. Com este conceito, com as inspirações que segui nesta matéria consegui começar a sentir-me mais leve, um bocadinho melhor comigo mesma e com as ideias mais organizadas na minha cabeça.
É verdade que ao longo de 2018 nem sempre foi fácil, tive os meus altos e baixos. As obras em casa, o caos que aquilo me causou e a mudança de rotinas fizeram-me sentir um bocadinho atolada de situações para resolver, mas aos poucos tudo se foi recompondo e agora posso dizer que tenho outra vez em mim um bocadinho de minimalismo. É verdade que não sou uma pura minimalista, afinal a minha árvore de Natal é tradicional, afinal tenho mais que dois pratos e duas panelas, mas apesar de não abdicar de algumas coisas pelo minimalismo, isso não faz de mim pior ou melhor pessoa, simplesmente porque consegui criar o meu próprio conceito de minimalismo. Entretanto começamos a viver juntos e Ele, definitivamente, não é minimalista, voltei a sentir-me desorganizada e desorientada, mas aos poucos as coisas foram-se recompondo e apesar da loucura que é a vida, tenho-me sentido bem com isso. O sonhos foram passando a objectivos e foram sendo concretizados ao longo deste ano e compreendi que a minha mudança de atitude perante a vida só me trouxe coisas boas e novas conquistas.
Foi um ano inteiro de minimalismo na minha vida e sinto-me bem com sinto, muito bem, aliás! Sinto-me leve, vejo a minha casa e sinto-me no meu verdadeiro lar, menos confusão, menos desarrumação, e consegui equilibrar aqueles chinelos fora do lugar com o sinal de que aquela casa tem gente, tem vida. Consegui contrabalançar o meu minimalismo com a falta de minimalismo dele e até com a rotina do dia-a-dia. Consegui obrigar-me a parar para ter tempo para mim mesma (apesar de nos últimos tempos isso ter sido extremamente difícil e em alguns dias completamente inconcretizável). Aprendi realmente a pensar em mim, nas minhas necessidades e vontades e a conseguir distinguir o querer do necessitar (já não compro livros há meses!). Fui fútil em alguns momentos, mas pouquíssimos, cada compra foi pensada e ponderada, investigada até. Cada decisão foi discutida e argumentada e nada foi feito instintivamente. E a vida? Tentei aproveita-la da melhor maneira possível, fiquei mais consciente para o Desperdício Zero e tenho-o também tentado incutir na minha vida, mais consciente dos produtos que uso e de tudo o que está à minha volta.
O minimalismo foi como uma espécie de tábua de salvação onde me voltei a encontrar e onde me sinto bem. Que durante os próximos anos apenas venha conseguir a crescer e a ser cada vez melhor pessoa.