Tudo acontece por uma razão
(Imagem retirada daqui)
Cada vez mais acredito que tudo acontece por uma razão. Cada vez mais acredito que tudo tem um sentido na vida, que com cada porta fechada, abre-se uma janela. Nem sempre é fácil acreditar neste tipo de 'teoria', mas a verdade é que ao longo da minha vida tenho mesmo visto isso. As minhas duas primeiras experiências profissionais, pós-licenciatura, tiveram muitos baixos, desde patrões que me obrigavam a pedinchar o que era meu, a situações de ser humilhada perante os doentes. Não foi fácil, até porque nesta última experiência profissional tive de enfrentar o factor tempo, como contagem decrescente para um desemprego inevitável. Psicologicamente é algo esgotante. Contudo, acredito que ambas as experiências que tive, apesar de terem-me dado alguns 'traumas', me prepararam para dizer agora muitos 'nãos' a ofertas absolutamente ridículas e que me queriam tomar como uma inexperiente no mercado do trabalho. Estas duas experiências permitiram-me conhecer pessoas com as quais ainda mantenho contacto e aprender com os doentes imensa coisa, colocar em prática teorias e aprender ainda mais sobre aquilo que tanto gosto de fazer. É verdade, na altura não foi fácil, tive situações de me tirarem o sono, ansiedade em ir trabalhar, mas tudo compensava quando pensava que ia fazer o que gostava. Apesar de todas as contradições fazia o que gostava. Acredito que a minha passagem por aqueles lugares foi apenas para me deixar mais forte em aspectos que precisava de desenvolver. Bem sei que aqui pouco falei dos meus problemas laborais, mas acreditem, eram conversas aborrecidas e nada agradáveis e além disso custava-me queixar de algo que gostava tanto de fazer e pelo qual tinha lutado tanto para ali estar. E no fundo, nunca me queixei do meu trabalho.
Hoje, há mais de 7 meses desempregada, penso que talvez também tudo seja por uma razão. Nos últimos tempos tenho sido um auxílio para a minha mãe que pouco das tarefas domésticas tem feito, tenho sido um auxílio para os meus irmãos quando os pequenos precisam de alguém que fique com eles e também tenho voltado a reencontrar-me. Não é fácil, é que nem lá perto! Mas tenho tentado ver o lado positivo da coisa. É preciso procurar pequenas luzinhas no meio desta escuridão que o desemprego nos envolve, mas apesar de estar nesta situação, de ser uma inútil para o meu próprio desenvolvimento profissional e de financeiramente começar a ficar apertada, tenho visto luzinhas na minha utilidade para a minha família e para o meu desenvolvimento pessoal. Em tanto tempo fui obrigada a procurar outra vez as coisas boas da vida, fui obrigada a encontrar forças para não me ir a baixo e voltar a rir-me de mim mesma, de toda esta situação parva que é estar aos 25 anos pela segunda vez desempregada. E agora? Agora tenho desenvolvido a teoria de que se estou desempregada é por uma razão. Talvez porque a minha família viria a precisar de mim. Talvez porque eu precisava de mim própria. Talvez porque simplesmente estou à espera de algo melhor. Não sei a razão, não sei por quanto mais tempo vou estar assim, nesta procura incessante por algo que teima em não surgir. Talvez haja algo melhor aí à minha espera. Eu quero acreditar que sim. Eu preciso de acreditar que sim, que tudo acontece por uma razão e que este meu desemprego seja apenas uma razão para esperar por algo melhor.
Eu preciso de acreditar que, mais tarde ou mais cedo, a minha oportunidade irá surgir.