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justsmile

25
Out17

Truques para me manter organizada e arrumada

(Imagem retirada daqui)

 

      Nunca fui uma pessoa muito desorganizada. Na escola os meus cadernos estavam imaculadamente limpos e organizados. Na faculdade tudo tinha a sua capa. E enquanto trabalhei como terapeuta, cada jogo, cada som, cada patologia tinha a sua caixinha. Gosto de organização e tento manter-me organizada. O meu maior desafio é durante o dia-a-dia, em manter tudo arrumado e organizado. No final de uma semana de trabalho era inevitável ver as minhas gavetas atoladas de recibos, a minha cadeira do quarto cheia de roupa ainda limpa, mas já usada, e os livros espalhados na mesa da sala. Já para nem falar dos brincos que ficavam na mesa de cabeceira. Ao pequeno-almoço acabava por deixar a chávena na banca e o preparado de chocolate na bancada, sabia que mais tarde a minha mãe arrumaria juntamente com a sua chávena. Aos poucos comecei a perceber que estas questões não se deparavam com a falta de tempo (que também não é muito, na verdade) mas com o desleixe da minha parte. Eu que tanto resmungo com Ele por deixar tudo espalhado, por deixar sempre as portas e as gavetas abertas, apercebi-me que não sou um extremo, mas que também poderia melhorar as minhas capacidades de arrumação e organização.

      Este ano, com a entrada do minimalismo na minha vida, fui aprendendo que ter poucas coisas e mantê-las arrumadas não só nos faz poupar tempo, como melhora a nossa sanidade mental. Uma casa arrumada, os armários organizados e uma rotina bem gerida, dão-nos mais tempo para aproveitar as coisas boas da vida sem pesos na consciência. Olhar em volta e não ter que fazer permite-me sentar no sofá descansadamente a ler um livro, sem pensar que tenho que arrumar o quarto, que tenho de preparar sessões, que tenho isto e aquilo para fazer. Foi ao ler os relatos de pessoas que aceitaram o minimalismo nas suas vidas que compreendi que eu própria poderia melhorar a minha qualidade de vida, com coisas tão simples como me manter arrumada e organizada. De uma forma gradual comecei a fazer as alterações na minha vida, já lá vai meio ano desde que comecei a levar as coisas mais a sério e volto a dizer, só me sinto mais leve e mais livre. E como o fazer? 

       Identificar as falhas, tive de parar e olhar à minha volta para compreender em que estava a falhar. As coisas não estavam propriamente desarrumadas, mas ficavam toda a semana no mesmo sítio e ao sábado demorava mais tempo do que pretendia a arrumar. As principais falhas: a roupa na cadeira, as gavetas cheias de papel e desarrumadas, o calçado acumulado na entrada.

        Destralhar, antes sequer de começar a arrumar as coisas compreendi que existiam naquelas gavetas, naqueles armários coisas que já não usava há anos. Estavam lá simplesmente para qualquer eventualidade. Blocos inutilizados, cartas que pensava virem a ser precisas, brincos para brincadeiras e outros tantos afins que já nem me lembrava que existiam. Decidi então que estava na altura de destralhar as coisas na minha vida. Comecei pelo meu guarda-roupa, passei para os papeis e objectos que estavam em armários e gavetas, enviei para reciclar muita papelada ainda da faculdade e do secundário e por fim passei pelas redes sociais e até pelas minhas memórias. Foram uns meses de destralhar a minha vida. Ainda agora acredito que se for voltar a mexer nas coisas mais escondidas vou encontrar coisas que podem ir para o lixo e que não uso há algum tempo. É um processo contínuo que espero que venha a finalizar-se no próximo ano.

      Encontrar um local para tudo. No final de cada processo de 'destralhamento' (eu sei que a palavra não existe, mas começo a achar que 'destralhar' deveria ser um verbo) foi o momento de encontrar um sítio para arrumar tudo o que sobrou, o que não foi muito difícil. Aproveitei caixas antigas de Ferrero Rocher (passo a publicidade a ver se alguém me quer oferecer alguns) e utilizei-as para organizar as minhas coisas por categorias nas gavetas, a caixa dos cartões, a caixa dos vernizes, a caixa das pulseiras e por aí em diante. Até a caixa de macarrons que veio de Paris ficou um guarda-brincos com esponja e cheirinho todo catita! Os cabos de telemóvel e outros afins foram metidos em rolos de papel higiénico e as caixa de sapatos para organizar material das terapias, material de trabalhos manuais, facturas para o IRS de 2017 e outras tantas coisas. Com menos coisas, com um método de caixas de organização (e sem gastar um cêntimo) consegui arrumar as coisas que tinham sobrado do meu passo anterior e manter os armários e gavetas arrumados.

       Pegar, usar e arrumar, depois de tudo organizado, depois de tudo arrumado e com muito menos coisas a estarem à vista dos meus olhos decidi que agora que tudo estava bonito e simples teria de manter assim. Há cerca de três meses tomei a decisão que só pegava numa peça de roupa depois de arrumar as que estavam na cadeira (tirando as do próprio dia que ficavam para o dia seguinte permitindo assim arejar). Decidi que em vez de atirar as facturas simplesmente para a gaveta iria buscar a sua respectiva caixa e as colocaria logo no sítio. Obriguei-me a arrumar o verniz logo depois da sua utilização e só pego num calçado depois de arrumar o outro. A maioria dos dias consigo manter estes métodos, pego-uso-arrumo, e não pego em mais nada sem o anterior estar no seu devido sítio, há outros dias em que falho. Ainda na semana passada a cadeira acumulou roupa de três dias porque andei a chegar tardíssimo a casa.

       Estes têm sido os meus métodos, com eles tenho-me obrigado a criar hábitos de arrumação. A manter-me organizada, assim não só não perco tempo à procura das coisas, como também tenho sempre as coisas bonitas. Tornou-se mais fácil arrumar a casa, tornou-se mais fácil conseguir ao final do dia tirar uma horinha para mim e para o meu sofá. Deixei de me sentir atolada de coisas, cheia de tralha desnecessária, mas principalmente senti aquela sensação que tanto adoro, a sensação de leveza. Este tem sido um processo contínuo dos últimos seis meses, mas sinto-me satisfeita com o resultado. Não só a nível mental, mas também físico, pois sinto-me muito menos cansada do que antigamente. Sinto-me mais positiva, com mais energia e mais despreocupada. Quem não gosta destas sensações?

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