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justsmile

06
Dez18

Gostava de escrever mas...

     

(Imagem retirada daqui)

      De conseguir partilhar com vocês tudo aquilo que vai na minha cabeça, na minha vida, mas tenho estado tão assoberbada de trabalho que nem sei bem para onde me virar. A época natalícia chega sempre com a vontade de passar longos serões ao sofá agarrada à chávena de chá e ao comando, mas a verdade é que o mês de Dezembro é um dos meses que menos consigo parar (tirando quando meto realmente férias laborais). A história já se repete há alguns anos e este não será excepção. Não é o fim do primeiro período escolar que me atrapalha, nem é propriamente o meu trabalho ou a função que aqui exerço, é que nem a pós-graduação me está a atrapalhar porque já fiz todos os exames, mas sim tudo aquilo em que trabalho como voluntária. "Trabalhamos demasiado em modo voluntário", costuma Ele dizer, e apesar de ter a sua razão porque o cansaço vem adjacente a esta época, a verdade é que não deixa de ser um dos meses mais felizes do ano. Este ano ainda acrescido com mais um trabalho voluntário, para a sociedade internacional não governamental para que trabalho. É muita coisa, muito em que pensar, muito que organizar, mas admito que me sinto plena neste tipo de trabalho, posso até queixar-me que estou cansada, que tenho os meus fins-de-semana todos ocupados até ao Natal e até que o tempo tem sido escasso para completar todas as tarefas, mas sou feliz. Sou feliz ao servir no jantar de idosos, rio-me à gargalhada enquanto edito vídeos para mais um filme de Natal e até me sinto útil ao angariar fundos para o local que trabalho (que na verdade é a tarefa que menos gosto!). Adoro sentir-me parte envolvente e activa da sociedade a que pertenço e isso não tem qualquer tipo de explicação.

       Todas as tarefas que o mês de Dezembro traz consigo, faz com que outras tantas coisas saborosas se vão perdendo nos dias. Os livros que continuam parados na estante e que vão sendo lidos em dias irregulares, em pequenos momentos de cafés solitários ou até entre a panela da sopa e a do arroz. A escrita que se vai motivacional e intensiva, inspiradora até, que se vai perdendo, afinal estive quase 20 minutos a olhar para a página em branco sem conseguir digitar uma única palavra. As horas de sono que ficam também perdidas por momentos de "só mais um bocadinho". Até a casa acaba por sentir as repercussões de tais actividades, que acaba por ser esquecida e em que o termo "fica para amanhã" torna-se demasiado banal. Já para nem falar do exercício que ficou lá para trás, e nem quero pensar na forma como ando a adiar a tesoura neste cabelo ou até o verniz as unhas.

       Dezembro é sempre um mês intenso, mas é aquele mês do ano que me enche sempre o coração. É o espírito de entreajuda que paira no ar, são as reuniões com a família, os sorrisos dos sobrinhos e até as luzinhas de Natal que iluminam a casa. Posso até não parar, posso até ter poucos momentos 'meus', mas sem dúvida alguma que foi para isto que nasci, para viver o mês de Dezembro da forma mais intensa possível.

19
Out18

Envolve-te

(Imagem retirada daqui)

 

      É fácil falarmos que na nossa terra nunca acontece nada. É fácil dizer que os jovens nunca querem fazer nada e que já não se fazem convívios como antigamente. É ainda mais fácil criticar o estado de que as pessoas são pobres e que passam fome. É tudo muito fácil de se dizer quando falamos, mas fazer? Fazer é outra coisa. Quantos de vocês não criticam ou criticaram o facto de "não se fazer nada", fosse a sociedade, fosse o município ou até o vizinho? Quantas vezes já não ouvi que "na terrinha nunca há festas, nunca há nada para as crianças, nem uma equipa de futebol!". Quantas não foram as vezes que ouvi dizer, da boca de quem nunca o fez, que se deveria fazer voluntariado para ajudar os outros. Já ouvi tudo isso e muito mais de pessoas que nunca deram nada à sua comunidade. Pessoas que encontram o mal e os erros em tudo o que é feito, mas que nunca deram um único passo para fazer melhor ou simplesmente fazer.

      Desde pequena que me lembro de estar envolvida na minha comunidade próxima, desde o tempo do ciclo. Talvez não muito pelos meus pais, porque a verdade é que nunca foram muito pro-activos. Talvez nem tenha sido muito pelos meus irmãos, apesar de a minha irmã ter estado um bocadinho mais ligada à comunidade que o meu irmão. Talvez até tenha sido pelos meus primos e padrinhos que sempre os vi mais dinâmicos na terrinha. Mas a verdade é que desde os tempos da escola que me lembro de estar em todos os clubes e mais alguns, torneios, festas e organizações de fosse o que fosse. Lembro-me de o meu maior sonho ser fazer voluntariado internacional e ainda hoje tenho orgulho de desde cedo ter começado a ajudar tudo e todos no que fosse necessário (talvez por isso também esteja na profissão que estou). O que não me lembro, tirando a época da faculdade, é de não ter estado envolvida em rigorosamente nada. A vida nem sempre o permitiu e não fui mais longe no voluntariado, mas nunca deixei de ser voluntária em causas da minha terra. Ajudar numa organização aqui, ajudar numa festa ali e até numa recolha acolá. Ao contrário de muitos, eu não só falei, como agi.

     Hoje em dia todos criticam, mas poucos agem. Cada vez mais me consigo ver longe dos valores que esta nova sociedade defende. A crítica está de acesso fácil e fazemo-nos ouvir das formas mais absurdas e menos credíveis, mas a verdade é que as palavras negativas se propagam de uma forma muito mais rápida do que as palavras positivas. A crítica tem afectado a nossa sociedade como se de uma verdade absoluta se tratasse, o que cada vez menos se vê são os actos. Cada vez menos as pessoas se querem envolver em associações, em causas humanitárias, cada vez menos nos preocupamos com os outros e cada vez mais nos vemos como o centro da terra. E o problema? É que cada vez menos vejo as pessoas a fazerem pela mudança e cada vez mais a queixarem-se do que está por fazer. E hoje chamo a atenção para isso, porque para vermos mudança é necessário fazermos parte dela. É necessário envolvermo-nos na sociedade. É necessário realmente virar a cara e observar o próximo, não apenas olhar, observar. É preciso deixar as palavras de ficarem pairadas no ar e agarra-las e torná-las em acções. É preciso mexermo-nos. Chega de sofá, chega de lamentar, chega de dizer que falta fazer isto e aquilo. Levanta-te, mexe-te e envolve-te, só assim a mudança no mundo começará.

17
Out18

A precisar de Inspiração...

(Imagem retirada daqui)

 

      ... Ou só de parar um pouco e pôr as horas de sono em dia.
    Ou até talvez uma mistura das duas coisas. Ando feliz, mas realmente cansada. Desde que comecei este novo emprego que as minhas horas de sono diminuíram, que o tempo livre tem sido pouco porque as actividades da Associação a que pertenço e até da lista política de que faço parte começaram a ganhar pernas. Para acrescentar a isto tudo a entidade para que trabalho tem uma grande dinâmica voluntária e eu sendo colaboradora também devo ser voluntária (o que até tem o seu sentido), mas não tem sido fácil gerir horários. Durante as últimas semanas eu e Ele quase nem nos cruzamos, Ele treina miúdos para o futebol duas vezes por semana (que apesar de ainda não lhe ter dito, sinto-me mesmo orgulhosa por Ele!) e eu tenho sido absorvida em reuniões e reuniõezinhas, trabalho e mais trabalho (e a pós-graduação só começa sábado...). A vida simplesmente não tem conseguido ser muito organizada.

       O que também vai atrás como consequência de toda esta correria? A inspiração. Tem sido um processo diário, vá quase, a elaboração dos textos para este espacinho. Mil e uma ideias me têm passado pela cabeça, mas na hora de as escrever parece que o que escrevo não é coerente, que falta algo nas palavras. Quero escrever sobre tanta coisa e na verdade não escrevo sobre coisa nenhuma (pelo menos é o que sinto por estes lados). A vontade está presente, mas a inspiração parece ter sido levada pelo cansaço e pela confusão de horários que se instalou na nossa vida. Sinto-me feliz por estar envolvida na sociedade e na minha comunidade, por pertencer a uma empresa que se preocupa com as questões sociais, estou orgulhosa por ver os meus meninos de sábado a evoluírem aos bocadinhos, mas no fim sinto que o cansaço está a levar consigo a minha energia e inspiração. Quem disse que ser feliz também não é cansativo? Se calhar só estou a precisar de umas boas horas de sono, quando vem outro feriado mesmo?

Inspiração do Mês

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