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justsmile

25
Set18

E tu quem queres ser?

(Imagem retirada daqui)

 

       Quando era pequena imaginava-me uma mulher crescida, cheia de confiança e que transmitia a sensação de bem estar. A imagem de mulher adulta para mim era uma mulher sorridente, com uma carreira e, infantilmente, em cima de uns saltos altos, talvez um bocadinho a imagem de mulher executiva. Lembro-me bem de ser criança e olhar para algumas mulheres que transmitiam poder e dizer para mim própria "um dia quero ser assim", queria ter a sensação de que controlava tudo à minha volta e que toda eu era uma espécie de rocha poderosa. Pois bem, cresci, nem sempre com a auto-confiança que um dia imaginei e deixei os saltos altos algures pelo caminho, mas hoje sinto-me eu própria e com essa confiança que tanto desejava. Hoje, ao pensar no que um dia imaginava ser, vejo que me tornei em alguém ainda melhor do que algum dia poderia imaginar, que estou exactamente onde queria estar.

       Não sou uma pessoa de trato fácil, sei que por vezes corto as relações radicalmente quando algo me magoa. Sei que sou teimosa que chegue e que por vezes o meu lado feminista se alia ao exagero (nada de extremismos!). Não sou a pessoa mais carinhosa à face da terra e nem sequer sou a pessoa mais paciente. Não faço fretes com quem não gosto, a não ser que seja estritamente necessário, e nem sequer me dou ao trabalho de fingir ser aquilo que não sou. E apesar de todos estes 'ses' sei que o meu outro lado, o das coisas boas, equilibra tudo o resto. Posso não ser muito carinhosa, mas sou muito humana e humanitária. Posso ser teimosa, mas peço desculpa e dou o braço a torcer quando necessário. Odeio fazer fretes, mas porto-me educadamente quando necessário, mesmo que não goste da pessoa à minha frente. Sou trabalhadora, nunca deixo de lutar por aquilo que quero e nem sequer me atiro para o chão a fazer de vitima (apesar, naqueles dias mesmo muito maus, sinto que tenho de me vitimizar, mas é raríssimo!). Faço voluntariado, envolvo-me na minha comunidade e agora encontrei um emprego que ainda me faz envolver mais nestas questões sociais. Não paro, se por um lado é terrível ter sempre a agenda cheia, por outro é o que me faz sentir útil, sentir integrada. E amo, quando amo, amo de coração inteiro, de todo o meu ser.

        E o mais importante? Sinto que nunca desisti de mim, de melhorar, de aprender, de mudar. Olho para os últimos anos e vejo que a reflexão me levou a uma maior aprendizagem sobre mim mesma, encontro aquilo que quero mudar e tento, insisto, até alcançar a mudança. Não é fácil identificarmos os nossos próprios erros e defeitos, não é fácil perceber por onde pode começar a mudança, mas é possível. É possível mudar, crescer e sinto que nos últimos anos é isso mesmo que tenho feito. Leio pessoas que me inspiram à mudança, leio vidas que me intrigam que me fazem desejar pela mudança, pelo crescimento pessoal e tudo isso me leva a uma vontade ainda maior de crescer, de me transformar em alguém ainda melhor. Acredito que este processo é infinito, que nunca paramos de nos transformar, mas sinto-me cada vez mais perto da pessoa que sempre quis ser. Ainda há muito trabalho pela frente, ainda há mudanças a fazer, mas sinto que a cada dia que passa tenho mais orgulho na pessoa que me estou a tornar.

04
Out17

O Minimalismo mudou-me

(Imagem retirada daqui)

 

      Desde que me comecei a envolver por este conceito que me tenho sentido numa nova pessoa. Não sei se será exclusivamente do minimalismo ou se de uma combinação desta nova fase da minha vida com uma vontade enorme de me transformar em alguém melhor. Mas sei que nos últimos meses tenho sentido em mim algumas transformações. Há minha volta pouca coisa mudou. Os móveis continuam os mesmos, apesar de mais vazios e mais organizados. As pessoas que tenho vindo a incluir mais na minha vida mantêm-se. O emprego continua o mesmo ou ligeiramente pior, mas nada com o qual não saiba lidar. Algumas das minhas questões profissionais mantêm-se e até continuo a fazer um esforço enorme para poupar para as obras e o casamento. Mas algo em mim se transformou desde que me dediquei a ler e a aceitar algumas dicas do minimalismo. Sinto-me mais leve.

      Leveza é o termo certo para aquilo que tenho sentido nos últimos meses. Como uma espécie de anestesia que me faz questionar onde está a Just que andava sempre preocupada, apesar de pouco stressada. Parece que simplesmente está escondida em algum lugar e deu lugar a uma Just mais calma, mas que não deixa de resmungar, a uma Just que sabe lidar melhor com os problemas e que relativiza os obstáculos de uma forma mais leve. Leve é realmente aquilo que me sinto. Como se há minha volta nada tivesse mudado, como se à minha volta o tempo continuasse a passar como uma espécie de furacão, mas dentro de mim e da minha cabeça apenas ouvisse a batida das ondas na areia. Tenho-me sentido tranquila, relaxada, estranhamente calma. Sei que nos últimos meses tenho tentado mudar alguns hábitos em mim, obrigando-me a parar e respirar. Obrigando-me a ter consciência daquilo que ofereço ao meu corpo. Mas principalmente a deixar de lado tudo o que me traz energias negativas. Tudo o que não me faz bem. Tudo o que não encaixa comigo e com a minha felicidade.

     É difícil mudar de hábitos. Enraízam-se em nós como se fizessem parte do nosso próprio ser, mas é com as pequenas mudanças e pequenas transformações que me sinto grande. Que me fazem pensar "porra, consegui!". São coisas tão pequenas e insignificantes aos olhos dos outros que para mim são grandes mudanças, mudanças gratificantes aos meus olhos. A nível alimentar tenho estado mais consciente daquilo que como, tornei os refrigerantes quase inexistentes na minha vida, diminui o açúcar no café, aumentei as frutas e ainda diminui a minha gula com coisas doces. A nível de higiene pessoal tenho estado mais atenta aos produtos que compro, quero produtos mais naturais e à base de menos químicos. Tenho experimentado produtos naturais para coisas básicas, como desodorizante e gel de banho. E se formos a falar do ponto de vista ecológico tenho tentado estar também mais atenta, mais alerta para os desperdícios. No trabalho torna-se algo muito complicado de conciliar, mas a nível pessoal tenho tentado diminuir a minha pegada. Apesar de não ser a coisa mais confortável do mundo, tenho tentado aproveitar a água fria que sai do banho (não só por ecologia, mas por necessidade pois a água anda escassa para estes lados). Tenho aprendido que não é necessário lavar tantas vezes aquele par de calças e até que a camisola pode ser usada mais uma vez se ficar a apanhar ar. É também na organização que tenho sido mais meticulosa, nunca fui propriamente desarrumada, mas era o tipo de pessoa que arrumava e passado uma semana estava igual. Nos últimos tempos não tem sido assim, tudo o que mexo tem ficado igual a como estava. Tudo tem tido o seu espaço e não existem coisas a mais que não tenham o seu local de arrumação.

      Parece que não, parecem coisas absurdas, coisas básicas, mas todas estas pequenas mudanças têm-me feito bem. Mais que uma casa arrumada, mais que um quarto arrumado e em que não perco tempo à procura das coisas, eu própria me sinto "organizada" sentimentalmente, com as prioridades bem definidas. A agenda, que já era usada, agora é ainda mais usada. Até para arranjar as unhas tento encaixar na agenda que ultimamente tem estado bastante preenchida. São coisas tão banais aos olhos dos outros, mas que para mim têm tido um efeito inesperado, este efeito de leveza. É esta organização, este arranjo de espaço para mim e para as minhas coisas que me tem feito crescer e querer mais. Não é só a agenda que está preenchida, não são só as coisas que estão arrumadas, mas eu própria me sinto melhor, transformada e, definitivamente, para melhor. Talvez tenha sido o minimalismo, talvez não, a verdade é que seja o que for sinto-me muito melhor.

      Cada vez mais acredito que a mudança está nas coisas pequenas. Cada vez mais acredito que a felicidade é feita de coisas pequenas.

 

05
Set17

Mudar, Crescer, Transformar

"Se nunca mudares, nunca irás voar." (Imagem retirada daqui)

 

      Não gosto de estagnar. Não gosto de não evoluir. Não gosto de não crescer. Não gosto de não me desenvolver. Gosto do oposto de tudo isto. Gosto de me desafiar. Gosto de tentar, mesmo que dê errado. Gosto de, nas pequenas coisas, tentar fazer a mudança. Gosto de me ver modificar, de ver quem já fui e o quanto evoluí. Não gosto de frases como 'não consigo mudar', 'não consigo deixar de...'. São frases que me deixam iquieta, que me deixam nervosa e que me deixam angústiada. Não gosto que digam 'não consigo'. Gosto sim de dizer, 'tentei mas não deu', 'tentei e afinal consegui.' Gosto de tentativas, gosto de transformações. Gosto de tentar e compreender até que ponto posso chegar. Gosto de ver quais os meus limites. Gosto de mudar, de lutar por algo melhor, de me melhorar.  

      Ultimamente ando atenta aos meus hábitos. Ultimamente ando a ler mais artigos sobre como melhorar a nossa qualidade de vida e dei por mim, sem querer, a desejar mudar alguns aspectos do meu quotidiano que nem sabia que precisavam de ser melhorados. Dei por mim a inspirar-me na vida de desconhecidos para conseguir mudar a minha própria vida. Nunca imaginei que este ano fosse um ano de tantas vontades, tantos desejos de mudança e de transformações. Tenho lutado por mim, simplesmente por mim e nada mais. Aos poucos, passinho a passinho, tem crescido em mim uma consciência do que quero realmente da minha vida. Sem dar por isso tenho-me colocado a mais desafios pessoais. Quero mudar, quero crescer, quero melhorar e quero transformar-me naquilo que sempre desejei ser. Esta é uma caminhada que há muito começou, a cada ano que passa vai-se tornando mais forte, mas tem também sido uma caminhada com mais momentos de reflexão (e este blog tem isso o ponto de viragem dessas reflexões). Tenho-me apercebido que quero atingir um ponto de tranquilidade na minha vida que nem sequer imaginava há uns anos atrás. Estas mudanças que tento incutir em mim própria tem sido uma das melhores aventuras que optei por tomar. Nos últimos dois meses simplesmente tenho tido mais consciência disso. Consegui definir claramente os objectivos que quero para a minha vida. Defini claramente a pessoa que desejo ser e que tenho lutado para ser. É um percurso lento, não acontece da noite para o dia. Falho, como todo o ser humano o faz, mas não tenho desistido.

      No sábado passado, depois de uma manhã e tarde de trabalho, dei por mim a tirar fotografias a todas as minhas roupas, apenas com o intuito de criar um catálogo para mim mesma e compreender o que está a mais, o que está a menos e o que tem de desaparecer. Ontem, ao quarto dia do mês de Setembro, levantei-me ao primeiro toque do despertador e espreguicei-me. Pela primeira vez na vida levei uma peça de fruta para o meu lanche da manhã. São pequenas transformações, pequenas mudanças que quero manter na minha vida apenas para a melhorar. Não vão ajudar ninguém, não vou contribuir para um mundo melhor, mas ao mudar-me, ao transformar-me vou ser uma melhor pessoa para comigo e para com os outros, e quem sabe até não inspirar alguém à mudança? Com uma vontade enorme, com um desejo ainda maior, sinto que estas pequenas mudanças me estão a fazer crescer e a valorizar o melhor da vida. Tenho aprendido que tomar conta de mim transforma a nossa vida de tal forma que só quem o faz o compreende. Tenho aprendido a dizer 'não' e a pensar primeiro em mim sem prejudicar os outros. Tenho andado com uma energia tão boa, tão positiva que acredito que vou atrair coisas boas. Nunca fui uma pessoa negativa, nunca fui pessimista, mas sinto-me com uma energia renovada. Talvez inspirada na tranquilidade dos outros. Talvez seja apenas uma fase, mas a verdade é que a quero manter por muito tempo. A vida não ficou mais fácil de repente. A vida não deixou de me desafiar nem de me colocar obstáculos. Os meus problemas nem sequer desapareceram e eu miraculosamente não deixei de me chatear com algumas situações. Mas tudo isso me parece relativo. Consigo agora olhar para todos os desafios, todos os problemas de uma forma mais leve. É difícil de explicar, mas estas mudanças mentais e das coisas que me rodeiam têm me ajudado a ver a vida de uma outra forma. Talvez seja o minimalismo, talvez seja a vontade de poupar e de me desapegar do que não vale a apenas, mas a verdade? A verdade é que me tenho sentido mais tranquila comigo mesma. Longe estou de ser perfeita e ainda é longa a caminhada por estes caminhos que tenho optado, mas sinto-me bem. Sinto-me feliz com os passos que estou a tomar e pelas conquistas que tenho feito, tanto em mim como à minha volta. 

      Será isto a felicidade? Será isto o nosso objectivo de vida, sentir esta tranquilidade mesmo quando a vida nos corre?

 

(E estas conversas ficam entre nós, não vá ao verbaliza-las em voz alta destruir esta inspiração com o olhar incrédulo de quem me ouve. É uma fase que tem ficado apenas para mim. É uma trasformação que quero que seja visível mas não ouvida. Apenas Ele sabe, o meu melhor amigo, aquele que melhor me conhece e que vê o quão determinada consigo ser.)

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