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justsmile

17
Jan24

A pessoa SUPER organizada deixou de o ser

 

       Eu, Just Smile, me confesso, estou a tornar-me numa pessoa desorganizada. Numa outra vida, fui uma pessoa extremamente organizada, uma pessoa que gostava de ter tudo arrumado, que tinha a agenda com todos os compromissos e que em reuniões tinha sempre as documentações certas. Numa outra vida, partilhava neste espaço dicas de organização e da minha jornada pelo minimalismo. Hoje? Hoje essa é a Just de uma outra vida, a Just que acabou por ficar para trás depois da maternidade. Apesar de ainda me verem como aquela pessoa SUPER organizada, como tantas vezes me descrevem, na verdade sinto-me a pessoa mais desorganizada do mundo e tenho dado por isso nos últimos tempos, seja a nível profissional como pessoal. A verdade é que desde que sou mãe que estando em casa e o pequeno estando comigo dedico-lhe a minha inteira atenção, considero que já passa demasiado tempo longe de nós pais e que por isso merece a nossa atenção, tendo em consideração que esse também é o veículo para o seu bom desenvolvimento. Como o envolvemos nas tarefas da rotina diária, colocar roupa a lavar, fazer o jantar, arrumar a louça, tudo acaba por demorar o triplo do tempo, mas mais uma vez, esse é o caminho para um bom desenvolvimento. Assim sendo, das poucas horas que estamos em casa, quase nenhumas ficam para manter as coisas arrumadas e organizadas, fazendo com que tudo pareça uma bola de neve. O armário da terapia precisa de uma urgente reformulação, preciso de arquivar imensos documentos, preciso de voltar a ser criteriosa em arrumar a minha roupa, preciso de voltar a rever a roupa do pequeno e principalmente dar uma revolução na nossa despensa (o não ter ainda armários não ajuda, mas ainda assim precisa de ver uma nova estratégia de organização). E a agenda? Bem, essa até vai ficando mais ou menos com as coisas necessárias, mas ao longo da semana se não a tenho imediatamente comigo vou esquecendo-me de acrescentar tarefas, compromissos e até os pequenos documentos que costumavam andar sempre comigo agora ficam no carro, na mochila, numa outra capa que ficou em casa ou simplesmente tenho de andar a procurá-los de forma intensiva. Juro que não era assim, mas a correria dos dias e a vontade de dar toda a atenção ao meu filho acaba por abalar outras partes de mim e a organização é uma delas.

       São prioridades da vida que vamos tomando ao longo do caminho, que vamos gerindo e a organização tem sido encaminhada para o fundo da minha lista de prioridades, mas nos últimos tempos tenho compreendido que ao deixá-la para o fim só me prejudica em tudo o resto. Eu, que odeio viver no meio da confusão, acabo por me sentir mais assoberbada e sempre atrapalhada porque nunca sei bem onde estão as minhas coisas. Por isso, eu, Just Smile, venho aqui dizer que vou fazer um esforço para voltar a incluir a organização do meu quotidiano. Como? Ora vamos lá ver:

          - Roupa só sai do armário depois de lá arrumar a do dia anterior;

       - Criar um sistema de organização do material da terapia, tenho mesmo de mandar vir aquelas coisas que estão no cesto de compras do Aliexpress para conseguir criar este sistema que me vai permitir poupar tempo e ter as coisas melhor geridas;

         - Entre Janeiro e Fevereiro tenho de fazer um inventário do que está na despensa e reorganizar as coisas por áreas, a forma como está agora é só o caos instalado;

           - Comprar mais capas arquivadoras para arquivar documentos de trabalho e pessoais;

           - Voltar a andar com a agenda e o caderno de apontamentos para todo o lado;

        - Manter a planificação de refeições como temos feito, tem sido a única coisa que temos conseguido fazer e ajudado com os horários loucos que temos tido cá em casa;

          - Estou a precisar de encher o congelador com refeições feitas, querem dar sugestões de alguma receita? Aqui fazemos sempre lasanha em doses industriais, rolo de carne e os snacks do lanche do pequeno, mas aceito mais!

        Preciso, com uma certa urgência, de fazer estas coisas para voltar a sentir que tenho algum controlo sobre a vida, coisa que aprecio bastante. Preciso de conseguir planificar melhor as coisas a longo prazo, eu sei que sou boa nisso, mas algures no meio da confusão que um filho traz à nossa vida eu deixei que essa minha capacidade de se fosse desvanecendo, com ele agora mais crescido tenho de as voltar a implementar, assim como voltar a conseguir manter-me organizada. Sugestões aceitam-se!

 

10
Jan24

Modo adrenalina ativado

       Janeiro entrou com chuva, frio e dias cinzentos. Em que a vontade de ficar na cama é mais que muita e de ficar de baixo da manta no sofá ainda maior, mas a verdade é que acordei para este mês com o modo adrenalina activado. Sinto que ando numa constante correria para conseguir dar resposta a todas as minhas responsabilidades, que este mês se acumularam de uma forma absurda. Em Janeiro tenho imensa coisa para dar início, início a dar formação a educadoras, vou realizar uma tertúlia com encarregados de educação, tenho de iniciar o levantamento de dados para a minha tese de mestrado e ainda tenho novos casos no particular para dar resposta. Toda uma ginástica de horários. Tenho uma lista enorme de tarefas profissionais para dar resposta e para isso tive de activar este meu modo que não aprecio. Com o modo adrenalina activado sinto que os dias passam sem os sentir, que não consigo apreciar de forma adequada os pequenos momentos e que nem tenho pausas para agradecer aquilo que tenho na minha vida. Não me interpretem mal, adoro tudo o que estou a fazer a nível profissional, mas ridiculamente disse que sim a demasiada coisa em Janeiro. Talvez por não querer dar parte fraca às chefias. Talvez por não querer demonstrar que ser mãe me obriga a reduzir a carga profissional. Talvez por querer agarrar o mundo de uma só vez. Talvez apenas porque tudo eram coisas que queria realizar no meu caminho profissional e todas combinaram num único mês. Talvez fui só ridícula a dizer a tudo que sim. Apesar de tudo, é ridículo dizer que gosto disto? Não gosto da correria a que me obriga, nem às horas presas ao computador, mas que adoro fazer isto tudo?

        Sei que Janeiro, além do frio, trouxe-me uma carga de trabalho enorme, mas também sei que Janeiro tem cinco semanas e como todos os meses há de passar. Vamos lá a um dia de cada vez.

30
Jan23

O regresso ao trabalho depois de ser mãe

         

(Imagem retirada daqui)

      Depois de ter sido mãe pensar em voltar ao trabalho parecia-me algo irreal, algo que não seria capaz de fazer. Durante quatro meses não quis pensar em regressar ao trabalho, era impensável deixar o meu filho ao cuidado de outra pessoa e acabava por sofrer por antecipação com esses pensamentos. Defendia, e ainda defendo, que a mãe deveria estar o primeiro ano com a criança ou pelo menos seis meses, até porque se a Organização Mundial de Saúde defende a amamentação exclusiva até aos seis meses de idade, porque raio temos de ir trabalhar mais cedo? Durante mais de metade da minha licença achava impossível deixar o meu filho, de forma confortável com outra pessoa, mesmo que fosse o pai (em quem confio a 100% para cuidar dele). Contudo, entre o quarto e o quinto mês algo mudou. O stress provocado pelas mudanças para a nova casa, a ansiedade em deixar a casa organizada, a chuva que não me permitia sair com o pequeno e o facto de não conseguir extrair leite para preparar o meu regresso começou a deitar-me a baixo. Não conseguia relaxar e comecei a sentir-me presa, como até ao momento não tinha sentido. Sentia o peso do mundo nos meus ombros, sentia-me abafada e de cada vez que saía a ansiedade dominava-me. Bati no fundo, senti-me desesperar e nunca, nunca foi por causa do meu filho, foi toda a envolvente e o facto de me sentir dependente de alguém para fazer as minhas coisas (desde o mais básico banho a conseguir arrumar a casa). Sei que não é bonito de se dizer, mas senti-me sufocar. De repente, voltar ao trabalho era o meu maior desejo, precisava de ser algo mais do que mãe, precisava de sair de casa (onde tem sempre coisas para arrumar) e precisava de ter um momento meu, nem que fosse nas viagens de carro para o trabalho. 

          Admito que soou estranho a muita gente o facto de um momento para o outro o meu maior desejo ser regressar ao trabalho, muitos me olharam de lado como se isso fizesse de mim má mãe, e acreditem que até eu própria o cheguei a questionar. Já não bastava não ter conseguido amamentar em exclusivo o meu filho até aos seis meses, como sempre tinha desejado, ainda tinha vontade de o deixar? Mas hoje, na minha terceira semana de trabalho, compreendo que foi o melhor que me aconteceu, pois consigo ser uma melhor mãe para o meu filho. Estranho? Talvez nem tanto, sinto que ao sair de casa, ao ter um outro objectivo que não manter a casa arrumada e cuidar do meu filho, recuperei parte da minha paciência, da minha atenção e da minha leveza. Claro que quero sempre regressar o mais rápido possível a casa, claro que quero receber mensagens do meu marido a dizer que o pequenino está bem, mas a verdade é que este meu regresso era mais do que necessário para a minha saúde mental. 

         Ser mãe é realmente das melhores coisas que me aconteceram na vida, aliás, efectivamente a melhor, mas também das mais desgastante e as condicionantes externas não me ajudaram em nada nos últimos meses. O meu regresso era a minha maior necessidade e sei que o meu filho está bem com o pai, que partilhou a licença comigo. Se o pequeno sentiu a minha ausência? Sem dúvida, durante este tempo todo fui a principal cuidadora e custou-me imenso saber que não pegava no biberão, que não fazia a sesta de manhã porque sentia a minha falta, mas a verdade é que acabou por se habituar e compreender que a mãe regressa sempre. E regressa com um enorme sorriso, com muitos beijinhos para dar e com a capacidade de o colocar acima de todas as tarefas domésticas, que as atrasa até à hora de ele dormir apenas para lhe poder dar toda a atenção que merece.

        Ainda me sinto um ser muito estranho quando me questionam: "Deve-te estar a custar muito o regresso ao trabalho.", mas a verdade é que não. Talvez me vá custar quando não for deixar só com o pai, talvez mais tarde me vá custar mais quando o deixar na creche ou quando ele perceber que estou ausente e chorar, mas agora? Agora agradeço o meu regresso, precisava mesmo disto, de ser Terapeuta da Fala.

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