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justsmile

10
Ago16

Livros, a medicação para a mente

(Imagem retirada daqui)

 

Este fim-de-semana, prestes a terminar o quarto livro de 'As Brumas de Avalon', olhei para a minha estante e apercebi-me que não tinha mais nenhum livro para ler (coisas de poupanças). Entrei realmente em alvoroço, comecei imediatamente a pesquisar livros em que estava interessada, em segunda mão, e a contactar possíveis vendedores. Andei a averiguar nos sites as promoções e ainda a ver algumas sugestões. O pânico instalou-se quando me apercebi que por muito que encomendasse os livros em segunda mão ou em livrarias, estes nunca chegariam esta semana a casa (o correio azul faria com que a poupança fosse nenhuma), ainda assim encomendei dois online e outro decidi comprar numa livraria perto de mim, não fosse no próximo fim-de-semana não ter livros para me acompanharem para a piscina.

Chego a casa todo contente e informo a minha mãe de que chegarão nos próximos dias dois livros pelo correio, pois costuma ser ela a receber o senhor.

- Foste à farmácia. - interpretei isto como uma pergunta e não como uma afirmação.

- Não, não tinhas pedido nada da farmácia. - respondo eu a imaginar que já me tinha esquecido de algum recado (coisa perfeitamente normal!).

- Não, tu foste à tua farmácia buscar a tua medicação. - e eu ainda confusa.

- Mas eu não preciso de nada...

- Não rapariga, foste à tua farmácia buscar livros. Bem que é uma farmácia mais saudável.

E nisto ri-me que nem uma perdida, por não ter percebido a conversa, mas principalmente por em tão poucas palavras a minha mãe ter resumido tão bem a importância dos livros para mim. Os livros são realmente como uma medicação para a minha sanidade mental, as livrarias são sem dúvida a minha farmácia. E que tratamentos tão saudáveis e tão completos que me dão!

 

03
Mar16

Precisa-se de um Plano B!

(Imagem retirada da Internet)

 

Apesar de ser uma preguiçosa nata, nunca fui de estar parada muito tempo. Ao longo da minha vida tive sempre projectos em mãos e a cabeça ocupada com várias coisas para fazer. Adorava esse corre corre e só me dedicava à preguiça assim que me alapava no sofá. Infelizmente o desemprego levou-me a espetar o nariz no chão e a parar. Sendo esta a segunda vez desempregada, penso que ainda foi mais difícil lidar com a situação, ainda o é e a cada dia que passa, por muito que tente, sinto os meus neurónios a morrerem lentamente por desuso.

A falta de anúncios na minha área, a falta de respostas a candidaturas para outras áreas e as entrevistas absolutamente ridículas com que me tenho deparado começaram a desmotivar-me completamente. Não via um fim a esta minha situação e nem a perspectiva de uma luzinha ao fundo do túnel parecia surgir. Toda a gente dizia para ter calma, paciência, que algo haveria de surgir. Disso tudo já eu sabia, afinal pior não posso realmente ficar, mas a verdade é que esta incerteza temporal me andava a deixar agoniada. O receio desta minha situação prolongar-se por anos apavorava-me (e ainda me apavora). Que seria de mim? Uma mulher que nunca sairia de casa dos pais porque se recusava a trabalhar em call-centers e em vendas de comissão?

Ao fim de alguns meses desempregada, e de me começar a imaginar eternamente estagnada, tive a necessidade de elaborar na minha mente um plano B. Imigrar estava e continua a estar fora de opção (por uma lista interminável de argumentos, mas principalmente por Ele). Rebaixar-me e ganhar menos que o ordenado mínimo a recibos verdes também está fora da lista. Assim como pagar para trabalhar (literalmente) continua a não ser uma opção. As opções começaram a ficar poucas e comecei a investigar o que estava a dar, o que mais se procurava, o que mais se adaptava ao meu perfil e o que não me importaria de fazer na vida ao ter que abandonar a minha profissão de eleição (Terapia da Fala como é óbvio). Em conversas com pais, irmãos e Ele consegui começar a delinear um plano B. Uma coisa aqui, umas horas ali, e acho que no prazo de meio ano, de uma forma ou outra a minha vida voltará a ganhar pernas. Se é o que quero? Sinceramente, não. Gostaria muito mais de conseguir trabalho na minha área, naquilo que eu sei ser boa, mas a minha sanidade mental precisa de um plano B, precisa de saber que senão encontrar um trabalho a vida não pode ficar estagnada, que é preciso avançar de uma forma ou de outra. Se até lá não precisar de activar o plano B, fico ainda mais feliz, sei que concretizo melhor os meus objectivos de vida, mas se não conseguir sei que pelo menos tenho ali na gaveta algo que me faça começar a caminhar para um novo rumo na vida.

Mais que um plano B, é uma necessidade de saber que há outras opções do que ficar aqui parada a ser a dona de casa perfeita. Este plano B veio-me trazer uma tranquilidade e uma segurança que já não sentia há imenso tempo, pois sei que se o A não der certo tenho sempre ali o truque na manga. Não era pessoa de planos Bs, insistia e persistia até conseguir alcançar o A (não fosse eu uma pessoa bastante teimosa), mas hoje cedi, aprendi que aquilo que não depende apenas de mim não serve para estar sempre em primeiro plano. Não desisti de Terapia da Fala, longe disso, mas pelo menos sei que me estou a preparar para outras possibilidades e isso veio-me trazer a tranquilidade que tanto andava a precisar.

 

E vocês? Costumam ter um plano B?

05
Fev16

Quando sabemos que atingimos o limite?

(Imagem retirada da Internet)

 

É fácil de percebermos quando atingimos o limite de algo físico. Sabemos que atingimos o limite do cartão de débito quando este diz que não podemos fazer a compra por falta de saldo. Sabemos que não podemos realizar chamadas porque atingimos o limite de dinheiro no telemóvel. Sabemos até o limite de roupas que cabem no guarda-fatos, ou a quantidade de água numa panela de sopa quando começa a ferver. Mas como sabemos quando nós próprios atingimos o limite das nossas forças? Ao contrário do resto não me parece ser tão linear assim, tão preto no branco, mas mais um cinzento inconstante que nunca me deixa saber quando estarei perto do limite.

Existirão sinais para saber quando estamos a atingir o limite das nossas forças? E se atingirmos? O que acontece? Será possível existir uma equação matemática que nos informe que estamos perto dos nossos limites? Poderia ser X a multiplicar por Y, situações desagradáveis, corresponder a Z que determinaria as horas, dias, semanas que nos levarão a atingir o máximo das nossas capacidades. Já o Johnny Depp dizia que nós não conhecemos a nossa força, até ser forte ser a única opção. Mas então, simplesmente não nos conhecemos num todo.

Durante a minha vida considerei-me uma mulher forte, uma adolescente forte, uma criança forte por tantas adversidades que tive de passar nos últimos 15 anos (mais de metade da minha vida). Fui forte para a minha mãe, fui forte para a minha casa, fui forte para acabar o curso, fui forte para passar o primeiro desemprego, fui forte para ver o meu pai emigrar e fui forte para 'ver' a minha avó falecer. Mas agora? Agora sinto as forças dissiparem-se. Como sei que realmente estou no limite das minhas forças? Será a falta de paciência um sinal? Será o quase não suportar ouvir a avó murmurar as rezas a todo o momento? Será até o barulhinho irritante do funcionamento da televisão que me estão a dar sinal de alerta? Para mim até o maior sinal é quando surge algo, já pensar 'ora, já vem mais uma. tenho costas largas e tenho.', já não há reacção. E onde deveria haver reacção há um vazio por preencher, uma lágrima que já corre sem se notar e um cansaço que me tira o sono. Este sim, é um sinal de alerta. Mas então? Será que existe uma linha invisível entre o limite da sanidade e da loucura? Como sei que já não coloquei um pé no lado de lá. Como terei a certeza de que estou num estado de desequilíbrio tal que me tende para a loucura? E como sei, agora, neste preciso momento, que me mantenho saudável mentalmente? Se há um limite visível para tanta coisa, porque não há para estes estados sentimentais que não têm palavras para a sua definição?

Serei só eu que não consigo compreender as limitações de dois mundos invisíveis e que de momento não sei em qual me encontro? 

 

P.S.: Este era o pensamento da noite passada. Hoje estou no cinzento, mas bem, apenas a desabafar com vocês.

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