"Acho que não preciso de nada"
(Imagem retirada daqui)
Aqui há dias, num daqueles momentos pós-café na hora de almoço, falava-se da necessidade de aproveitar os saldos para isto ou para aquilo. Comentei com as colegas que este ano já tinha comprado um vestido e que um pijama estava para chegar porque o meu se tinha rasgado. "Tirando isso não preciso de mais nada", comentei, ao que uma amiga respondeu que ela adorava conseguir dizer o mesmo que eu "não precisar de nada". Dei conta que para muitas pessoas dizer que preciso de substituir esta ou aquela peça de roupa é estranho, acabo por passar por uma espécie de E.T. quando na verdade para mim esta é a minha normalidade. Habituei-me há anos, acho que até desde sempre, apenas a comprar o necessário e já há uns bons anos que simplesmente realizo a substituição de peças de roupa e calçado. Apenas compro quando preciso de deitar fora alguma, doar ou simplesmente porque a necessidade mudou. Há anos que muito, muito raramente compro algo por instinto ou porque simplesmente achei bonito e está de tal forma incutido na minha mente que nem me apercebo do quão estranho poderá ser para os outros.
O mesmo acontece com Ele, em algumas saídas para comprar isto ou aquilo, "Olha que giro casaco", "não preciso, já tenho que chegue, agora preciso é de uma camisola", estes são o tipo de comentários que costumo fazer. Acho que isto faz parte da minha mente um tanto ou quanto minimalista, aliás, considero que é o meu lado minimalista a funcionar no seu pleno e adequado momento. Inconscientemente já nego qualquer tipo de coisa que não me seja necessária, acabo por descartar sequer a possibilidade de adquirir coisas extras e sinto-me bem com isso. Não sinto qualquer tipo de arrependimento, constrangimento ou de necessidade ao dizer que não preciso disto ou daquilo. Começo é a aperceber-me de que isso não é assim tão normal numa sociedade que se deixa levar pelo consumismo, quantidade e moda.
Apercebo-me cada vez mais das vantagens de ter em mim o minimalismo, a poupança, a organização, tempo e até mesmo a diminuição da ansiedade. A poupança poderá ser relativa, pois sei que ao comprar compro com maior qualidade para ter uma maior durabilidade e acaba sempre por ser um pouco mais caro, mas acredito que ainda assim seja feita alguma poupança. A organização é uma questão básica, se apenas temos o que realmente consideramos necessário é mais fácil conseguir ter arrumado e até mais espaço nas zonas de arrumação, caso contrário é porque ainda possuímos demasiadas coisas (e ao nível de material profissional peco nesta área). O tempo nem se fala, porquê? Porque simplesmente só vou às compras quando realmente preciso e quando sei o que quero comprar, não me levando a entrar em inúmeras lojas e a comprar por impulso, se preciso de um vestido vou às lojas que mais gosto e procuro aquilo que se adequa à minha visão. Aqui a internet, compras online a até a pré-visualização do produto ajudam sempre. E a ansiedade diminuiu, pelo menos em mim, por variadíssimas razões, porque sei que não estou a desperdiçar dinheiro, porque não preciso de procurar e procurar até ficar frustrada e até porque sei que irá ser algo utilizado com frequência. Tudo isto faz parte dos conceitos do minimalismo, tudo isto são as bases do minimalismo e estão de tal forma entranhadas em mim que já nem me apercebo disso.
O minimalismo chegou à minha vida para ficar, há anos que falo nisso e nunca estive tão bem com isso como agora.