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justsmile

13
Mai20

E o ritmo da vida desacelerou

(Imagem retirada daqui)

        Há anos que vinha a falar pelo blog da necessidade da sociedade e de eu própria desacelerar a minha vida. Fui sentindo, ao longo do tempo, que de uma forma ou de outra conseguia alcançar alguns momentos da minha vida em que conseguia viver mais calma, mais lenta e mais relaxada, sem ter de recorrer à velocidade acelerada da vida. Fui lendo sobre o 'slow living' por aqui e por ali e fui desejando isso para mim, contudo, a rotina e os horários tiram-nos essa qualidade de vida que tanto desejamos e que por mais que tentemos o tempo acaba por nos escapar por entre os dedos. Seja no meio do trânsito, por responsabilidades, pela necessidade de trabalhar mais horas ou simplesmente por ter de limpar a casa no único dia de folga.

       Este teletrabalho e esta quarentena conseguiram trazer-me um bocadinho dessa sensação de 'slow living'. Tenho vivido a vida numa velocidade mais lenta e tenho conseguido apreciar algumas coisas que me havia esquecido na correria do dia-a-dia.

       - Apercebi-me que o tempo poupado em trânsito e em viagem para o meu local de trabalho tem sido compensado em mais uma hora de descanso na cama e em ter a oportunidade de dedicar mais dias da semana à prática de exercício, nunca fiz tanto exercício (talvez na adolescência) como o que tenho feito agora.

       - Tenho-me apercebido que o prazer em cozinhar é ainda maior, já não penso só em comidas rápidas e práticas para fazer, mas vou tendo a opção de experimentar novas receitas ou até de fazer com mais calma cada uma das nossas refeições. Os docinhos já têm estado mais presentes na nossa dieta, mas o que gosto mesmo é de os fazer e pelo menos uma vez por semana isso tem acontecido.

       - Consigo dedicar alguma parte do meu tempo a ler, mas também a ver séries. Até não tenho jantado a horas muito decentes, pois Ele anda a estudar e ainda há dias que vai para o local de trabalho, mas já não tenho a necessidade de controlar de forma tão precisa o meu horário de deitar pelo simples facto de andar mais relaxada e de saber que no dia seguinte não tenho de conduzir. O tempo que realmente poupo no trajecto para o trabalho tem-me feito aproveitar mais o meu dia, deixando mais tempo para as coisas que mais gosto na vida. Isso sim, é qualidade de vida.

      - É mais fácil manter a casa arrumada, sem ter que correr para arrumar a louça da máquina da louça porque já se quer encher outra ou ter de fazer a cama mesmo antes de deitar. É muito mais fácil ir arrumando as coisas ao longo das minhas pequenas pausas do teletrabalho. É claro que o meu 'escritório' fica sempre o caos, mas o resto das tarefas vão sendo feitas sem grande cansaço.

      - Aproveitei também para voltar às caminhadas pela terrinha e pelo meio do monte, há quantos anos não fazia uma coisa dessas? Provavelmente ainda antes de casar. Com esta necessidade de ficarmos em casa e por perto acabo por fazer as minhas caminhadas por locais da minha infância, pelo meio da natureza e de forma completamente segura. Já não me lembrava da tranquilidade que tenho aqui na terra e esta quarentena fez-me relembrar do porquê de querer ficar aqui para sempre.

        A quarentena não trouxe só receio, a obrigação de ficar em casa e o distanciamento social. A verdade é que trouxe também coisas boas ao nosso dia-a-dia, para quem as consegue ver, tudo na vida tem um lado positivo. Não é fácil e há dias em que sinto que vou enlouquecer, mas começo a habituar-me a esta tranquilidade (apesar de continuar a não gostar do teletrabalho) e a esta falta de correria, mesmo não tendo tanto tempo livre quanto isso, começo até a recear a altura em que tudo voltar àquela corrida louca em que vivia. A quarentena trouxe-me aquilo que andava a desejar há alguns anos, 'slow living'.

24
Abr20

Resumo desta quarentena

(Imagem retirada daqui)

      Estou há 42 dias em casa, isolada do contacto social, por mim, pelos meus e pelos teus. E como já desabafei por aqui, esta quarentena não deu para fazer nada daquilo que tinha imaginado, ingenuamente achava que iria ter mais tempo para fazer as coisas que gosto e que até seria capaz de confundir os dias da semana, errado. Continuo a ansiar pelos fins-de-semana, como sempre fiz, e o tempo continua a ser escasso, apesar da rotina já estar bem definida. Contudo, tenho pensado nas coisas que me têm feito bem ao longo desta quarenta, das coisas que mudaram desde o início até agora e até nos pensamentos ou nas coisas que aprendi desde que estou em casa.

 

        Aprendi que:

      - Teletrabalho é muito mais burocrático do que em qualquer outra altura. Trabalho mais do que em qualquer outra altura ou tenho momentos bem mais tediosos que em outra altura. Preciso de autorização para mexer cada perna e isso estraga a minha paciência, apesar de...

      - A ser mais paciente e por causa do teletrabalho. Tive mesmo de aprender a desligar um bocadinho minha ansiedade de avançar e fazer, para poder dar tempo para a obtenção de respostas.

       - É obrigatório fazer pausas em teletrabalho. As primeiras semanas foram de loucos e esquecia-me das pausas, algo que fazia no meu local de trabalho.

       - Basta ver notícias uma vez por dia. Apercebi-me que as notícias me estavam a criar alguma ansiedade e obriguei-me a vê-las apenas uma vez por dia, chega para me manter informada.

 

        Apercebi-me que:

       - Um T1 open-space não é muito prático para teletrabalho, principalmente quando estão dois em casa (pelo menos não é todos os dias).

        - Nunca agradeci tanto o facto de viver na aldeia e de ter uma varanda, acho que se não fosse isso já tinha enlouquecido.

        - Não saio de casa há precisamente 3 semanas, as compras têm todas sido feitas online (livros, comida, farmácia, café), nunca fui tão fã de encomendas online.

        - O blogs de Portugal é agora pago!Eu bem que achava estranho o raking ter desaparecido da barra lateral, mas só esta semana me apercebi do motivo.

 

         E compreendi que as coisas que me fazem bem são:

         - Ler, comecei a ler muito mais, até porque o maridinho está a fazer uma formação online quase todas as noites e aproveito para nesses momentos pôr a minha leitura em dia.

       - Fazer exercício físico e que me tem feito mesmo muito bem, principalmente desde que descobri a app milagrosa da ioga! Aumentei a frequência com que faço exercício e tem-me feito sentir muito bem, o ginásio também continua a mandar-nos exercícios e isso ajuda.

         - Fazer docinhos, mesmo que não seja com a frequência desejada, os docinhos aconchegam-me a alma.

      - Manter alguma rotina, vestir-me, arrumar o quarto e a cozinha, esticar-me, continuar a beber muita água, apanhar um bocadinho de sol na hora de almoço são coisas que ajudam a manter a minha sanidade mental.

        - Netflix, bendita Netflix! É a nossa companhia dos fins-de-semana e se não fosse ela já tínhamos ficado loucos de estarmos em casa.

 

        E apesar de ás vezes me sentir saturada, cansada de todo este isolamento e de estar cheia de saudades dos meus sobrinhos e até dos meus amigos, lembro-me que tenho de estar grata por todos os meus familiares estarem bem. Que todo este sacríficio vale a pena, pela saúde de todos nós e que tudo irá passar. Tudo tem um fim, certo?

28
Out19

Ainda fazes exercício, Just?

(Imagem retirada daqui)

         É verdade, ainda faço exercício e desde a primeira semana de Setembro que não falho uma única semana no ginásio. É também verdade que há semanas em que vou duas vezes, outras em que vou só uma, mas pelo menos tenho sempre colocado lá os pés e feito uma aula disto ou daquilo. O mais estranho disto tudo? É que me tem sabido muito bem estes momentos de exercício, principalmente o da ioga, em que se falhei foi mesmo por ter de colocar outras coisas em prioridade, caso contrário tinha ido! Admito que as primeiras duas semanas me custaram a adaptar à rotina, estou a uma hora de distância do local de trabalho e depois da viagem de regresso a casa, com o caos do trânsito, chego bastante cansada e essa foi a pior parte. Chegar a casa e arrumar marmitas, louça, roupa e ainda fazer o jantar para ir a correr para o ginásio fez com que a coisa fosse bastante custosa no início. No entanto, consegui criar realmente uma rotina com base na estratégia de chegar a casa, arrumar, fazer o jantar, preparar as coisas para o dia seguinte e vestir-me para mais uma aula de circuito ou de step, para terminar a semana com ioga. Assim, no final da aula era apenas chegar a casa, tomar banho, jantar e ainda conseguia estar 10 minutos no sofá.

         Mas e o ginásio? Ora bem, para além de achar que estava caquéctica e velha, as dores musculares atormentaram-me durante as primeiras vezes. Rais'ma parta! Depois de mais de ano e meio sem fazer qualquer tipo de exercício, voltar às aulas do ginásio foi um verdadeiro tormento. Ora eram os abdominais que até me doíam a respirar, ora as pernas que estavam em chamas de cada vez que descia as escadas. E aquele músculo que nem sabia que existia e que deu sinais de vida? Deus ma'livre! As aulas de circuito são de longe as minhas preferidas, não são uma seca, são exigentes e não envolvem a necessidade de conseguir ter qualquer tipo de ritmo no corpo para a fazer. GAP é uma aula de pura tortura, fui uma vez e prometi a mim mesma que tão cedo não coloco lá os pés. E o meu momento preferido da semana? Entrar na sexta-feira relaxada depois de uma aula de ioga tem sido um dos maiores prazeres da vida. Resultados? Grandes, nota-se que as minhas pernas e coxas estão mais tonificadas e que a celulite tem abandonado as minhas coxas de forma gradual, já para não falar da minha elasticidade que aos bocadinhos começa a melhorar. E todos estes pequenos pormenore têm servido de motivação para mais uma semana com exercício, para menos umas horas de descanso, mas que deixam o corpo e a alma mais leve.

        E o milagre no meio disto tudo? Convenci o homem, que tanto me gozava de cada vez que vinha com ar de zombie de uma aula, a ir fazer uma aula de circuito comigo. No fim apenas dizia "nunca mais te gozo!" 

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