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justsmile

10
Mai19

Blogs com gente dentro

(Imagem retirada daqui)

       Já ando por estas bandas há um bom par de anos. O blog já teve melhores e piores dias, já esteve praticamente acabado, já viveu uma vida mais intensa e até já esteve na ribalta (isto é como quem diz, nos tops de alguma coisa que não percebo muito bem...), mas houve algo que se manteve constante nos meus gostos, pelo menos nos literários de blogs. Gosto e continuo a gostar de blogs com gente dentro. Gosto de blogs genuínos, de gente real, são aqueles que mais prazer me dão ler. Não sou apreciadora de blogs de organização, a ser que seja alguém que está a passar por esse processo. Não sou apreciadora de fashion bloggers e muito menos daqueles blogs que estão sempre cheios de publicidade de marcas fantásticas que as fazem viver melhor. Nem sou grande apreciadora de blogs que apenas partilham viagens, apesar de os ler pontualmente quando decido viajar. Não é informação, não são dicas e muito menos imagens de vidas perfeitas que pretendo ler quando decido passar por alguns blogs. São pessoas que gosto de ler.

      É ao encontrar pessoas com vidas semelhantes ou ideais parecidos aos meus que me sinto bem em ler. Dá uma sensação de companheirismo de que não estamos sós nesta jornada que é a vida. É bom ler alguém e saber como anda a sua vida sem ser propriamente 'cusquice'. É a magia de sentir que conhecemos alguém mesmo sem a conhecer que me dá prazer ler blogs. Não tenho paciência para vidas perfeitas, para pessoas que sabem tudo sobre tudo e que nunca duvidam de nada. Gosto de blogs de pessoas reais, pessoas com vidas normais que tentam encontrar o seu caminho para a felicidade. Mães que se queixam do cansaço, mas que são felizes. Pessoas que não estão no local certo, mas que continuam a procurar o que as faz felizes. Pessoas reais, que se esforçam para fazerem os sonhos acontecer, que têm dias maus e que de perfeitas pouco têm. Gosto desses blogs reais, de pessoas que tentam virar a vida de pernas para o ar ou que simplesmente gostam de viver calmamente a vida. Gosto de dicas de pessoas que já experimentaram, mesmo que a coisa tenha corrido mal. Gosto de blogs com pessoas dentro, com sentimentos, com histórias, com vida. Tudo o resto me parece apenas um bocadinho supérfluo.

          Gosto de blogs com gente dentro.

11
Set17

Como nos afastarmos do que faz mal?

(Imagem retirada daqui)

 

       Há alguns anos era uma mulher diferente. Consequência da imaturidade, consequência de tentar agradar a todos, consequência de tentar ser sempre agradável, consequência da pouco auto-estima e até da falta de prioridades na minha vida. Um dia, cansada de ser calcada pelos outros que queriam subir às minhas custas, cansada de sentir a culpa em mim e cansada de me dar com pessoas que só me traziam negativismo, desisti. Um dia, quase do nada, acordei e disse que estava cansada, era hora de mudar. Como uma espécie de epifania voltei a ser a Just da adolescência que tinha desaparecido temporariamente. Voltei a falar, voltei a defender-me, mas acima de tudo, voltei a acreditar em mim. Talvez os anos de injustiças, os anos de pressões tenham tido um efeito culminante e tenha desistido de tudo o que me fazia mal. Não foi um corte repentino, não foi do dia para a noite, mas simplesmente um dia decidi olhar um bocadinho mais por mim. Voltei a discutir o que fosse preciso, voltei a dizer mais nãos e deixei-me rodear apenas por pessoas de bem. Deixei os sorrisos falsos de lado, deixei as palavras hipócritas e até deixei o contacto com aqueles que não mereciam as minhas palavras. A minha vida pessoal foi mudando para melhor, de forma gradual, e a minha auto-estima foi crescendo. Hoje, apenas tento ter na minha vida pessoal as pessoas que me fazem bem, as pessoas que gostam de mim tal como sou e as pessoas com quem me consigo relacionar. Deixei-me simplesmente de fazer de conta, já basta ao que somos obrigados profissionalmente, fazê-lo na vida pessoal foi apenas uma questão de opção. Hoje sou mais feliz, mais leve, menos hipócrita e se com uns fiz um corte radical, com outros foi simplesmente acontecendo. E como o fiz? Se ontem não tinha consciência de como as coisas tinham acontecido, hoje sei que fiz tudo de forma consciente mesmo sem o saber.

      1. Deixar de relacionar com pessoas negativas, tinha alguns colegas que a única coisa que sabiam fazer da vida era queixar-se. Queixar-se do tempo. Queixar-se da falta de dinheiro. Queixar-se do trabalho e da falta dele. Simplesmente tinham o dom de se lamuriar de tudo e mais alguma coisa, sem nunca fazerem nada, sem lutarem para melhorar. Sempre que estava com eles sentia-me cansada, saía de lá com um peso, esgotada e ficava a pensar que a minha vida era demasiado complicada. Um dia comecei a dizer não, dando pequenas desculpas, comecei a evitar estar com eles. Assim começou a fase de afastamento de que ainda hoje não me arrependo.

      2. Aprender a dizer não, este era um dos meus maiores problemas, dizia que sim a tudo. Era a jantares, era a cafés e a convívios, com pessoas que pouco me diziam. Surgia com um sorriso falso, tinha de utilizar demasiado a minha paciência e fingia que estava tudo bem. Um dia comecei a usar o não. Não posso. Não dá. Já tenho compromissos. Nem sempre foi fácil, recentemente tive uma situação bastante dura em que usei um não tendo consciência que poderia terminar com uma amizade, mas tive de o dizer. Não me sentia sequer bem em dizer que sim, apenas por educação. De uma forma um pouco egoísta, que também é necessário, comecei a usar o não nas situações que me deixavam desconfortável.

      3. A família são os mais presentes, aprendi que a família será sempre aquela com quem gosto mais de partilhar o meu tempo. Todos já tivemos desilusões no que diz respeito a amizades, eu considero que já tive a minha cota parte de desilusões e comecei a valorizar quem está na minha vida. Tenho bons amigos, mas ainda tenho uma família melhor. Uma mãe e uma irmã que são as minhas melhores amigas e que com o passar do tempo tenho-me apercebido que são as pessoas com quem mais gosto de estar, sair e pedir opinião seja sobre o que for. A família é aquele meio em que não precisamos de sorrisos falsos, que não precisamos de fingir quem somos, independentemente do que acontecer sei que estarão sempre comigo.

      4. Não valorizar o que os outros dizem. Desde pequena que a minha mãe e o meu pai transmitiram aos três filhos um ensinamento que ainda hoje praticam, pouco importa o que os outros dizem. Somos de uma aldeia pequena e sempre existem aqueles zum-zuns, os meus pais nunca lhes ligaram e sempre me ensinaram a fazer o mesmo. Pouco importa o que dizem ou deixam de dizer, seja bom ou mal, o importante é seguirmos os nossos ideais, sermos respeitadores e fazer as coisas como achamos melhor. O que dizem ou deixam de dizer em nada pode influenciar a nossa conduta, nunca devemos fazer algo a pensar no que os outros poderão dizer. Sempre segui esse ensinamento e ainda hoje o ponho em prática e é tão importante como termos uma boa auto-estima.

      5. Porque nos fazem mal? Esta é uma questão importante para compreendermos porque nos afastamos de determinadas situações, sejam por serem desconfortáveis, seja porque não estão de acordo com os nossos ideais ou simplesmente porque não gostamos. A razão do porquê melhorará a nossa consciência e a nossa inconsciência ficará tranquila. Há noite quando nos formos a deitar, se soubermos a explicação de porque nos precisamos de afastar e essas razões forem aceitáveis, iremos dormir tranquilamente sem qualquer tipo de problema.

      6. Um bocadinho de egoísmo faz bem, não podemos estar a fazer sempre as coisas em prol dos outros. É verdade que há situações e situações, mas não podemos estar sempre a seguir o que os outros querem ou desejam, é necessário pensar um bocadinho em nós. É necessário também pensarmos no nosso bem estar e naquilo que nos faz bem, não seguir sempre aquilo que é melhor para os outros. Nem sempre é fácil, mas também advém de aprendermos a dizer o não.

      7. Chega de conformismo. Por vezes aceitamos as situações apenas por conformismo, porque temos medo de ficar sozinhos, por medo de perdermos uma amizade ou até por termos receio de não nos adaptarmos a mais ninguém. A verdade é que se algo não nos faz bem não faz sentido mantê-lo na nossa vida. A melhor opção? Ganhar coragem e deixar os receios de lado. Medir realmente o quão importante pode ser essa relação.

      Sei que parecem ser coisas básicas, mas nem sempre é fácil cumprir com estes critérios. A mim têm-me ajudado a seleccionar as situações e as pessoas que são importantes na minha vida. Nos últimos anos tenho-me afastado daquilo que não me traz nada de positivo. Deixei-me de situações em que posso optar por me afastar, situações constrangedoras, desconfortáveis e em que nada aumentam o meu bem estar. Sei que o grupo de amigos se tem vindo a reduzir de forma gradual, sei que cada vez menos são aqueles que confio, mas acredito que aprender a seleccionar quem nos faz bem faz parte do crescer e da maturidade. A idade (assim até pareço uma velha a falar) deixa-nos aqueles que realmente gostam de nós por aquilo que somos e não por aquilo que fingimos ser.

      Há que ganhar amor próprio, coragem e deixar partir o que em nada nos faz bem. Há que praticar o desapego.

 

      

 

21
Ago17

Quando falo em casamento, falam-me em divórcio

(Imagem retirada daqui)

 

"- Vais casar? 

- Sim vou, no próximo ano.

- Ah que bom! Pena depois tantos casamentos darem em divórcio."

 

Não foi a primeira. Não foi a segunda e nem a terceira vez que me fizeram um comentário destes. Aposto com vocês que até ao casamento ainda ouvirei mais vezes este tipo de comentário. Ultimamente têm-me perguntado se realmente vou casar, não percebo muito bem a admiração com que olham para mim quando respondo que sim, que me vou casar. Definitivamente não é uma coisa rara, até porque tenho visto centenas e centenas de casais a casarem-se (até pela dificuldade em que tivemos em procurar quinta), mas pelos vistos pouca gente acha que tenho cara de noiva. A admiração é a primeira fase com que me deparo quando respondo a tal pergunta, a segunda fase é aquele 'parabéns' acompanhado de um sorriso, meio surpreendido e meio sincero, e depois vem a terceira fase, a palavra divórcio. Sim, divórcio é uma palavra muito associada à palavra casamento e nem na costureira do vestido me livrei de ouvir tamanho discurso sobre o casamento e o divórcio.

 

" - É uma pena haverem tantos divórcios hoje em dia, mas ainda bem que há ainda quem se case. Mas nunca se sabe o futuro! Oh e hoje a juventude não aguenta aquilo que nós e os nossos pais aguentaram, têm menos paciência e depois vem logo o divórcio."

 

São frases como estas que tenho ouvido, como se o 'aguentar' fosse uma vitória e algo extremamente positivo para se manter um casamento. Respondo imediatamente um "Ainda bem que não se aguenta" e reforço ainda a ideia de que quero realmente casar, não pela festa, não pelo papel, mas pela necessidade de bênção. Normalmente olham-me com uma espécie de olhos piedosos, outros de puro orgulho, como se ainda fosse das poucas pessoas à face da terra que percebe o conceito de casamento. Depois vêm os outros, aqueles mais negativos, aqueles mais pessimistas e que gostam de partilhar a tua teoria sobre o casamento que vai dar em divórcio. Entro numa espécie de debate e sem saber bem porquê sinto a necessidade de defender os meus ideais e os meus valores. De uma forma, talvez, um tanto ou quanto ridícula defendo-me dizendo que para mim o casamento não é a festa, não é o vestido e muito menos o bolo, que eu até queria uma festa mais pequena, pois o que quero mesmo é casar-me com Ele e sentir aquela força superior proteger-nos. Prometer-me a Ele. E depois vem o comentário:

 

"É tudo muito bonito até vir o divórcio."

 

E lá vou eu em minha defesa. Sou uma mulher bastante racional, tenho os pés bem assentes na terra e por isso sei no que me vou meter, aliás, sei no que me quero meter. Sei que nada é perfeito, sei que eu e Ele vamos discutir, vou queixar-me da sua desarrumação e Ele comigo pela minha mania da arrumação. Sei até que vamos ser preguiçosos para fazer o jantar. Sei que vou ter de aprender a lidar com o atraso matinal d'Ele (admito que é o que mais receio) e até que Ele vai queixar-se por ser tão controladora com as horas. Mas também sei que vamos aprender um com o outro, que apesar de nos conhecermos um ao outro e de nos completarmos, sei que vamos ter de aprender a ceder. Eu sei tudo isso, não acredito sequer em mares de rosas. Eu e Ele até falamos e rimo-nos com as discussões que teremos num futuro próximo. Isto porque estamos cientes da personalidade de cada um, sabemos os defeitos e as virtudes, mas acima de tudo sabemos que queremos viver o resto dos nossos dias juntos. Se penso em divórcio? É óbvio que não, senão nem daria o passo de me querer casar, mas sei que nunca sabemos o nosso futuro. Não conheço o dia de amanhã e não posso usar a expressão 'nunca' juntamente com a palavra divórcio, mas posso simplesmente deixa-la de fora do meu vocabulário e só deixa-la entrar SE um dia for necessário. Nem eu nem Ele somos perfeitos, sabemos o que um casamento implica, afinal já não temos 18 anos, mas também sabemos que queremos ficar juntos para um sempre. Se haverá ou não? Nem eu nem Ele sabemos, nem os outros saberão, mas sabemos que vamos fazer para que isso aconteça.

Por isso apenas peço, quando souberem que alguém vai casar não falem logo em divórcio, é horrível a conotação atribuída a uma situação tão boa. É uma descredibilização de quem se vai casar e apenas faz com que as pessoas se sintam, não inseguras, mas tristes por quem fala não acreditar no amor.

O casamento é uma coisa boa, para quem nele acredita, vamos deixar o futuro dizer o resto.

 

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