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justsmile

18
Mar20

Modo: Teletrabalho

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(Imagem de Just Smile)

     A minha sala, outrora linda e arrumada, foi agora convertida no meu escritório de trabalho. Admito que, apesar de ser ergonomicamente incorrecto, sempre adorei trabalhar e estudar no sofá. Mexo-me à vontade, elevo o computador com almofadas e até quando estou a escrever sinto-me minimamente confortável. Passar bastante tempo em casa nunca foi um problema meu, sempre adorei fazê-lo, mas é a primeira vez que estou no processo de teletrabalho e apercebi-me de algumas coisas. Sou muito mais produtiva em casa, do que quando estamos em pausas lectivas. Apesar do que seria possível pensar, em casa mantenho-me mais focada e após definir a lista de tarefas para o dia, mantenho-me atenta e esforço-me bastante para conseguir fazer o 'check' de cada um dos pontos definidos pela manhã. Claro que tudo isto é bonito para quem não tem filhos, para quem os tem, boa sorte! Trabalho a uma hora de distância da minha residência e ontem apercebi-me que esse tempo é ouro! Tenho conseguido cumprir com o meu horário laboral e ainda manter a casa arruma (tirando o "escritório"). Como me apercebi que esta situação ainda pode ser alargada no tempo tenho criado algumas estratégias:

        1. Acordar e fazer a rotina matinal, lavar a cara, tomar o pequeno-almoço, tomar o pequeno almoço e depois trabalhar. Tirar o pijama, vá, excepto as calças que são mais confortáveis, tem sido necessário para relembrar que é dia de trabalho e não de séries.

        2. A rádio comercial tem sido uma excelente companhia e o facto de ter uma boa paisagem, de uma grande janela que deixa entrar o sol, também.

        3. Manter os snacks que mantinha de quando ia para o local de trabalho, não quero comer a mais, algo que normalmente acontece quando estamos em casa.

        4. Faço na mesma de manhã o meu cházinho e vou bebendo ao longo do dia, obriga-me a beber água e faz com que não me esqueça de manter a hidratação.

        5. Manter as pausas, admito que isto sim, tem sido difícil. Fomos sobrecarregados com prazos apertados, o que fez com que mal me conseguisse levantar do sofá nos últimos dois dias.

        6. Fazer exercício, o ginásio a que pertenço tem mandado diariamente uma sugestão de exercício para nos mantermos activos e tem sabido muito bem. Não tenho muito espaço em casa, mas tenho conseguido organizar-me e no final de um dia ao sofá tem sabido muito bem. Existem no momento imensas iniciativas para podermos manter-nos activos em casa.

        7. Levar as coisas com calma, admito que com a quantidade de trabalho não tem sido fácil, mas hoje meti na minha cabeça que ia ser um dia diferente e que iria encontrar mais tempo para respirar.

        Os tempos não são fáceis, as entidades patronais ainda se encontram a tentar perceber como nos hão de pôr a trabalhar e acabam por se exceder um bocadinho. Nós vemo-nos em casa, a perder a nossa rotina de trabalho e a tentar criar uma nova. Mas sabem? Vamos ver isto como uma oportunidade, tanto para as empresas perceberem que o teletrabalho continua a ser trabalho e que os seus funcionários são suficientemente responsáveis para cumprirem com as suas tarefas. Que sirvam, estes tempos difíceis, para também aprendermos a valorizar o que realmente vale a pena, que o trabalho é necessário, mas que existem tantas outras coisas boas. Vamos tirar coisas boas destes novos tempos que atravessamos.

10
Jul18

Coisas de Patrões

(Imagem retirada daqui)

 

      Estou no mercado do trabalho vai já para cinco anos. Já tinha trabalhado antes, mas em trabalhos de verão e nunca tinha compreendido bem a dinâmica entre patrão e empregados. Nos últimos anos aprendi umas quantas coisas sobre a realidade do mercado do trabalho e sobre a mentalidade antiga dos nossos patrões, mesmo eles não sendo as pessoas com mais idade que conhecemos. Os patrões, não digo todos, mas a maioria com que me cruzei, sofrem todos dos mesmos problemas com os empregados, seja em que área for. Pelo menos existiram frases que se tornaram recorrentes, frases, comportamentos e até mesmo não tendo sido explicitas, houve momentos em que foi bastante fácil de as identificar, nomeadamente:

 

      - Tirar férias? Isso é só para os preguiçosos! - Não compreendo o problema dos patrões com as férias. Um trabalhador descansado é um trabalhador mais atento, mais motivado e com mais energia, mas o conceito que os patrões têm é que quem tira férias é porque não quer trabalhar. 

 

      - Um minuto de atraso é um escândalo, sair dois minutos depois da hora de sair é o cúmulo da preguiça! - Esta nem é necessário comentar, acreditem que já vi das coisas mais ridículas e um minuto não é exagero, é realidade.

 

       - Ficar doente? És uma fraquinha, passas a vida doente! - Um bom trabalhador não pode ficar doente, e meter baixa? Um escândalo! A doença é só para os fracos.

 

      - São todos uns preguiçosos! - Esta é a mais recorrente, por onde passei ouvi sempre este género de comentários, nunca dirigidos a mim, mas a pessoas que não o mereciam. Os patrões acham sempre que o trabalhador não dá o seu melhor, mas a verdade? A verdade é que 90% das vezes nunca passaram pelo lugar de trabalhador.

 

       - São todos uma cambada de burros! Eu sou o único que percebe alguma coisa de jeito! - É necessário comentar esta? Por muitas barbaridades que um patrão diga, tem sempre razão, nós somos simplesmente os incompetentes a quem ele faz o favor de pagar um salário.

 

        - Bem que me devias agradecer o emprego que tens, mesmo ganhando o salário mínimo! - Porque se não fosses tu era qualquer outro e olha que tens muita sorte de te dar emprego!

 

       - Elogios? Reforço positivo? Isso é coisa de mariquinhas! - As únicas pessoas que alguma vez disseram bem do meu trabalho foram as que trabalharam comigo, os pacientes, os colegas, nada mais.

 

       - Tens assuntos pessoais a tratar? Impossível, não podes ter uma vida para além da tua função aqui! - Isso e temos de estar sempre de pernas abertas para as alterações de horários, de posições e afins... Porque no fundo, não tens uma vida para além do trabalho.

 

     Terei sido só eu a ter o azar de neste últimos cinco anos me ter cruzado com tais patrões? Eu sei que algures por aí existem patrões fantásticos, patrões que compreendem o que é ser trabalhador, simplesmente porque algum dia terão passado por esse lugar, mas não os tenho conseguido encontrar. Tenho tido o azar de ter más experiências, tenho tido o azar de me cruzar com pessoas com má índole e que pensam que os trabalhadores são apenas coisas. Estes foram comentários que ouvi ao longo dos últimos cinco anos, alguns continuo a ouvir, outros nem tanto, mas a verdade é que sonho com o dia em que me cruze com um patrão que é simplesmente humano e não uma espécie de Deus todo poderoso.

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