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justsmile

25
Jun20

Estes programas de "acasalamento"...

(Imagem retirada daqui)

       Fazem-me uma certa confusão os programas que procuram o par ideal, mas o Married at First Sight é quase como ver um acidente. Não queremos ver, mas também não conseguimos tirar os olhos até se suceder. E como o Married at First Sight existe agora uma infinidade de programas que tem o mesmo objectivo, encontrar o amor. Acompanho de forma irregular a série na Sic Mulher e nas últimas duas temporadas aprendi uma coisa, no amor a palavra "eu" não pode ser o principal objectivo.

         Aqui há dias estreou uma nova temporada (ou terá sido há mais de um mês?) e todos os candidatos utilizam a palavra "eu" sem qualquer tipo de discernimento. Quero ser feliz. Quero alguém que me faça feliz. Quero alguém para viajar comigo. Quero alguém que partilhe comigo as idas à igreja. Quero alguém para constituir uma família. Quero alguém que me faça rir. Quero ser casado. Tudo isso é essencial, mas o que me vou apercebendo é que se esquecem pelo caminho de dizerem o que também querem dar ao outro, ao que estão realmente dispostos. Estão tão focados nos seus desejos que se esquecem de enumerar as qualidades que podem dar ao outro.

         O amor é bilateral, não pode ser num sentido só. Não podemos esperar, nem depositar todas as nossas expectativas na outra pessoa, sem nos preocuparmos em cumprir a nossa parte. O amor não pode ser apenas dado, tem de ser retribuído e é essa reciprocidade que cria as relações, de onde nasce o amor. Não pode existir uma relação em que tudo é esperado e nada é dado, não se pode esperar que o amor seja como as histórias da nossa infância em que chega o príncipe no cavalo branco e são felizes para sempre. O amor surge quando queres ser a melhor versão de ti para aquela pessoa. É tão simples, mas tão complexo ao mesmo tempo.

         Um dos argumentos que mais "gosto" de ouvir em resposta à questão sobre o motivo da participação no programa é "Quero estar casado", ora, não é procurar o amor, não é dar amor, é "querer estar casado", o que ainda me faz mais confusão. As pessoas agarram-se ao conceito de casamento sem saberem bem o que significa, até porque estar casado é apenas um estado civil, a amplitude da palavra "casamento" tem muito mais do que a mudança de estado civil. O conceito de casamento é de uma complexidade superior e ouvir dizer "Quero estar casado", faz-me uma enorme confusão. É difícil para mim compreender como é que alguém de solteiro, sem par, quer simplesmente passar a estar casado sem ter um percurso pelo meio. Tenho na minha opinião que as pessoas se agarram a um conceito idealizado de casamento e que é quase como ir ver um filme ao cinema e que após as peripécias tudo acaba perfeito, mas a verdade é que as peripécias fazem parte do percurso para chegar à mudança do estado civil. São a prova de que vale a pena mudar o estado civil por alguém. Querem estar casados, mas raramente ouço que se querem apaixonar.

       Sinto que estamos perante uma sociedade que se agarra ao conceito idealizado das palavras, mas que se esquece do seu verdadeiro significado. Sinto que estamos, cada vez mais, perante uma sociedade superficial e que se esquece de olhar para dentro.

16
Jan19

Não digas: Nunca

(Imagem retirada daqui)

       Lembro-me de ser estudante universitária e de ver os meus professores sempre atarefados. Trabalho aqui, trabalho ali, aulas acolá, doutoramento além. Uma vida de correria que me fazia uma confusão imensa tendo eles já filhos e companheiros. Aquela falta de tempo constante, aquela correria imensa para quem já não era um estudante fazia-me confusão, para quem já tinha alcançado algo na vida e continuava sempre cheio de trabalho e com uma falta de tempo tremenda. Na altura, compreendia que a minha vida fosse uma correria simplesmente pela razão de que eu TINHA de terminar o curso, não existia outra alternativa. E ao olhar para eles questionava-me "não seria melhor perder uns quantos euros e poder estar mais tempo com as suas famílias?", "com tanto trabalho não seria mais fácil dizer simplesmente que não a um e ter uma melhor qualidade de vida?". Fazia-me uma confusão tremenda ver aquelas pessoas a viverem só para o trabalho, para a profissão, pelo menos era isso que nos transmitiam todos os dias. Olhava para eles e dizia "Não! Eu nunca irei ser assim!". E realmente não queria. Não queria ter mais que um emprego, não queria estar atolada de trabalho e adorava conseguir ter todo o tempo do mundo para estudar. Achava que num futuro, não ele muito longínquo, iria conseguir fazer tudo na maior das calmas e ainda ter imenso tempo para viver bem.

       Hoje olho para mim e vejo que engoli cada palavra que disse. Hoje trabalho a tempo inteiro, trabalho ao sábado, estou a estudar e ainda faço parte de actividades na minha comunidade, assim como integro uma associação. Deparo-me por vezes a compreender que, ingenuamente, aquilo que dizia nunca vir a fazer faz agora parte da minha realidade. Trabalho muito, menos horas do que há um ano atrás, mas com bastante desgaste físico e psicológico (maldito trânsito...). E ainda consigo ser aquele tipo de pessoa que gosta de fazer as coisas andarem, em vez de dizer que simplesmente não acontecem. Para colocar a cereja no topo do bolo ainda me meti a tirar uma pós-graduação. É então, hoje, que me sinto na pele daqueles professores que não me pareciam ter vida para além de todos os trabalhos e trabalhinhos. É hoje que sinto que a agenda está sempre cheia e que até tenho de pedir um tempo para respirar ou até que entre todas estas coisas e as reuniões sociais com amigos e família, não encontro tempo para mim. Vejo-me ao espelho e engulo todas as palavras que algum dia disse ou pensei.

       E sabem a pior parte? Custa-me horrores negar trabalho remunerado, mas tenho-me obrigado a pôr um travão "Peço desculpa, mas já não tenho vaga.", "Lamento, eu não sou daqui e não consigo fazer domicílios, mas posso recomendar-lhe alguém". Estive tanto tempo longe da minha área de formação, estive tanto tempo a sonhar com algo que me parecia impossível, que agora negar trabalho me dá um aperto no coração. Sinto-me uma espécie de pessoa ingrata que não aproveita todas as oportunidades que lhe dão. Mas engulo, e evito dizer que sim a tudo, "Não pode ser Just, não aguentas ainda mais trabalho.", "Mais vale dizeres que não, do que ires gastar dinheiro na farmácia.", "Já tens demasiadas coisas para fazer, não podes comprometer-te com mais.", "Vá Just, também precisas de descansar.", estes são todos os argumentos que me auto-obrigo a proclamar de cada vez que tenho de dizer um "não". É então que penso em como a vida é irónica, há um ano atrás nem trabalho tinha na minha área, um ano depois nem sei bem para onde me irei de virar... E com tudo isto tiro uma enorme lição "nunca digas nunca", pois a possibilidade de engolires essas palavras é enorme.

17
Ago18

Afinal ainda se fazem votos de casamento!

   

(Imagem retirada daqui)

 

     Sempre quis dizer os nossos próprios no dia do casamento. Inicialmente não foi fácil convencê-lo, mas ao fim de alguma insistência e uma quantidade enorme de argumentos, Ele lá cedeu e no dia do nosso casamento teríamos os nossos próprios votos. Queria algo nosso, não queria que fosse igual aos de toda a gente e muito menos e que fossem palavras banais e atiradas ao vento. Admito que não foi a coisa mais fácil de escrever, queria dar-lhes a perfeição, mas foi ao fim de alguma divagação que se eu própria não era perfeita, porque haveria de querer limar cada linha das minhas palavras? Deixei então fluir, num dos meus momentos de inspiração e até ao dia do casamento nunca mais lhes toquei. Escrevi de uma só assentada, sem revisões, sem alterações, mas sabia que ali estavam os meus sentimentos, aquilo que lhe queria dar de mim e partilhar com todos naquele dia. Hoje deixo-vos aqui um dos momentos mais marcantes da nossa cerimónia de casamento, os meus votos.

 

        "Dizem que tudo acontece por uma razão e cada vez mais acredito nisso. Entraste na minha vida naquele ano por uma razão. Encontramo-nos naquele momento da vida por uma razão. E a razão é apenas uma: porque a minha felicidade estaria ligada a ti. Quando nos conhecemos nunca o imaginei, afinal na minha cabeça eras aquele menino betinho que me via como a menina betinha. No entanto quis a vida trocar-nos as voltas e sermos um para o outro aquilo que nunca nos tinha passado pela cabeça. Ao teu lado aprendi a ser mais paciente, mais confiante e em ti encontrei uma calma que não imaginava ter em mim (mesmo tu não sendo a pessoa mais calma deste mundo). Deste-me uma felicidade de conto de fadas que pensava existir apenas nos livros que dizes que tanto leio, mas pela primeira vez compreendi que os contos de fadas existem, mesmo que 'o feliz para sempre' tenha os seus percalços. Quem diria que passados cinco anos de nos conhecermos estaríamos aqui, perante toda a nossa família e os nossos amigos para selarmos promessas de amor eterno. E passados esses cinco anos, perante Deus e perante todos te prometo dar os sorrisos nos dias difíceis. Ouvir-te nos momentos de confusão interna. Ajudar-te a levantar quando caíres, mas acima de tudo prometo estar a teu lado em todos os momentos, os bons, os maus e os assim-assim. Prometo amar-te, mesmo quando a paciência me faltar. Prometo tentar dar-te o melhor de mim. Mas para além de te prometer, quero agradecer-te, agradecer-te por quem me ensinaste a ser, mas principalmente por teres entrado na minha vida e me amares tanto como te amo. Contigo é para o infinito e mais além."

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