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justsmile

29
Mai18

As séries que se perdem pelo caminho...

(Imagem retirada daqui)

 

       Gosto de ver televisão. Admito que cada vez menos vejo televisão e o que vou acompanhando são séries, séries que realmente gosto. Sempre gostei de séries, acho que sempre foi o meu ponto fraco no que toca a televisão. Com a Netflix então nem se fala, apesar de ainda só acompanhar três séries que o tempo anda escasso. Normalmente apaixono-me por uma série não no primeiro, não no segundo, mas por volta do terceiro episódio. É raro conseguirem agarrar-me no primeiro episódio, mas há séries que realmente me prendem e me deixam a desejar mais. O problema? O problema é quando nos apaixonamos por uma série, ela tem demasiado sucesso, faz umas quantas temporadas e depois... Depois começa a engonhar.

        Anatomia de Grey foi uma dessas séries, com 14 temporadas, garanto-vos que não vi todas elas. No início a série agarrou-me, parecia-me uma espécie de E.R., mas com mais dramas pessoais. Adorei a série e ainda vi umas quantas temporadas, até ao momento em que o sucesso tornou-se tanto que deu para perceber que apenas a mantinham viva para ganhar umas quantas audiências. Desisti. Deixei de ter paciência para aqueles novelos que estavam cada vez mais enrolados e que já não faziam o mínimo sentido. Contudo, alguns anos depois, na temporada em que o Derek morre, decidi voltar a ver e esta semana apercebi-me, com a saída deste novo episódio que a probabilidade de eu continuar a ver Anatomia de Grey é de 1%. Adorava a série, abandonei-a e voltou a agradar-me, mas agora volta a dar demasiadas voltas, demasiadas saídas, demasiado drama e a recair sempre nas mesmas personagens, já não há paciência! Preferia que a série tivesse terminado, em vez de a continuarem a estragar ano após ano.

       O mesmo se anda a passar com How to Get Away With Murder. Adorava a série, cheguei a falar do meu vício por ela aqui no blog, mas ao fim da quarta temporada já começo a não ter paciência para a ver. A sério que não! Adorava a imprevisibilidade da série, mas neste momento é apenas ridículo. O novelo está tão grande, com tantas pontas soltas que se torna difícil de acompanhar e em vez de se começarem a resolver algumas coisas, o mistério está cada vez mais denso que até eles próprios parecem perdidos. Adorava a série, mas acho que o sucesso a tem vindo a estragar, demonstrando uma necessidade tão grande de a manter viva que já não começa a ter sentido. Uma série só tem sucesso ao longo de muitas temporadas se mantiver a sua essência, se começa a chegar à parte de 'engonhar' começa a estragar-se e a vontade de a ver começa a ser nula.

      Na verdade, acho que o problema das boas séries é esse mesmo, começam a ter tanto sucesso que não sabem quando lhe devem meter um fim. É claro que não acontece com todas as séries, acho que Friends nunca chegaram a esse ponto porque sempre mantiveram a sua essência, do início ao fim. Não reparamos acontecer em séries com menos temporadas e até com séries com menos audiência, pois simplesmente compreendem os seus limites. O sucesso quando alcançado quer tanto ser esticado que perde toda a sua essência e isso está a acontecer com séries que realmente gostava, mas para as quais já não começo a ter paciência. Acho que está na altura de quem faz, escreve e realiza as séries, de compreender que existe um limite para tudo, apenas precisam de compreender o seu. Será que sou só eu a notar isto?

12
Abr18

O manual de quem trabalha em obras

(Imagem retirada daqui)

 

       Tenho no meu pensamento que existe por aí um manual de comportamentos e frases clichés que são utilizados por empreiteiros, picheleiros, carpinteiros e todos aqueles que trabalham na área da construção. Acredito que quando façam a formação com baldes de cimento e tinta lhes sejam incutidas determinadas frases a serem aplicadas aos seus clientes preocupados, assim como acredito piamente que existe um módulo de 'gerir o tempo com o seu cliente'. Só assim explica o comportamento, as frases e as atitudes de todas as pessoas com que tenho trabalhado nas pequenas obras lá de casa (imaginem se fossem grandes). As obras deveriam ter tido início dia 1 de Março, primeiro foi o tempo e o empreiteiro a adiar gradualmente, depois foi porque afinal estavam a terminar uma obra noutro sítio, sendo assim as obras começaram já a meio do mês. Após o início das obras datas e dias para estarem presentes são coisas que lhes falta no vocabulário. Depois de uma semana sem janelas e porta, ainda por cima com o bom tempo que estava, lá o senhor da caixilharia deu o seu ar de boa graça e colocou todas as janelas e portas. Seria de pensar que o senhor no dia seguinte, ou pelo menos logo no início da semana seguinte começasse a colocar os estores, óbvio que eu simplesmente estava a ser ignorante. Esta semana decidi ligar-lhe, já a ficar irritada porque a maioria do trabalho de trolha está dependente do bom tempo e da colocação dos estores (já para não falar do picheleiro/electricista) liguei para o senhor em que recorre à famosa frase:

       - Durante a semana vamos lá colocar os estores. - Ora bem, uma semana tem 7 dias, sendo que 6 deles eles trabalham.

       - Sim, mas dê-me uma data, preciso de chamar o carpinteiro e não vou dizer para aparecer em qualquer dia.

       - Mas tenho mesmo de dar um dia? - Esta gente sofre horrores em ter de dar datas, não percebo porquê!

       - Claro! Preciso de dizer ao homem para aparecer lá. Sexta-feira o carpinteiro pode ir trabalhar?

       - Ai menina, se calhar sexta-feira ainda não tivemos tempo de colocar tudo! Peça para ele ir na segunda que até ao final da semana nós colocamos os estores. - Arrancar datas a responsáveis por obras é algo semelhante a arrancar dentes. É preciso insistir, voltar a insistir e demonstrar um tom irritado para que finalmente tomem uma atitude! A conversa com o carpinteiro em nada foi diferente da anterior, tirando que não consegui retirar ao homem um dia para fazer os trabalhos 'quando terminar o que estou a fazer venho logo para aqui', o que em bom português pode significar um dia ou um mês. Já para não falar do picheleiro que adora fazer aparições relâmpago lá por casa e que quando contactado apenas diz 'Ah! Isso? Isso faz-se rápido, eu depois passo por aí!'. O depois significa três dias depois ou uma semana...

       Não entendo a necessidade de mentirem ou omitirem a verdade, depois do trabalho dado não lhos vou retirar e até não me chateia que atrasem um pouco ou que adiem, o que me deixa com uma irritação tremenda é o facto de não serem sinceros e de não dizerem datas. As duas semanas programadas para as obras já vão em pouco mais de um mês e sinceramente ainda não lhes vejo fim à vista, por muito poucas tarefas que faltem. Daí eu dizer que estas regras de pessoas que trabalham nas obras deve ser uma espécie de Bíblia para todos eles, pois todos, mesmo trabalhando de forma independente e nem se conhecendo, TODOS têm o mesmo palavreado, todos têm as mesmas desculpas e as mesmas conversas.

        Haja paciência!

 

 

08
Jun17

Matar o Português aos bocadinhos

(Imagem retirada daqui)

 

Desde o tempo do Camões que sempre soubemos que a Língua Portuguesa é bastante traiçoeira, basta tentarmos ler Os Lusíadas. O Português nunca foi uma língua fácil e muito menos uma língua transparente, ou seja, muitas vezes a forma como o dizemos não é, definitivamente, a forma como se escreve, o que nos meus meninos se torna num autêntico terror. Como explicar a uma criança do norte que diz 'abó' que se escreve 'avó'? Como explicar a uma criança de 6 anos que escrevemos 'estar' em vez de 'tar'? Afinal, é o que ela ouve na televisão e em casa. Não é fácil e compreendo a confusão dessas crianças, aliás, muitas vêm parar às minhas sessões por essas confusões e até porque ao ouvirem confundem os fonemas.

No entanto, o que não compreendo é como quatro 'marmanjos' (ok, de certeza que foi só um que escreveu), crescidos e formados não sabem sequer escrever o verbo 'estar' inventado tipo de conjugações de verbos e mais alguma coisa. A situação ainda mais grave? Serem famosos e serem modelos. Após uma correcção, estes D.A.M.A. caíram no seu próprio erro de uma forma absolutamente ridícula, será que nem sequer conhecem o Google? Será que antes de responderem não pararam para pensar? #thinkbeforeyouspeak foi ainda a cereja no topo do bolo. É aterrador, como jovens (pouco mais velhos que eu), modelos de muitos adolescentes e crianças passam a imagem de arrogantes que sabem tudo e mais alguma coisa, até se espetarem contra um muro cheio de palavras inexistentes na Língua Portuguesa. 'Subjuntivo do verbo' foi sem dúvida uma pérola! Eu sei, eu sei, de certeza que este palavreado veio de quem escreve muitas mensagens no telemóvel e está sempre a abreviar, mas por favor, como consegue esta gente escrever letras de música se nem sabe o que é a Língua Portuguesa?

Para além da ignorância que surgiu ao lado da arrogância, a forma de pedirem desculpa e assumirem o erro foi ainda mais infantil. 'Errar é humano e nós gostamos de ser humanos.', Por favor! Haja paciência!

E ontem, o português morreu mais um bocadinho.

 

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