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justsmile

08
Nov17

Porque é tão difícil dizer 'desculpa'?

(Imagem retirada daqui)

 

      Sou uma pessoa que facilmente admite o erro. Se faço algo de errado, admito-o imediatamente. Se me engano no trabalho, assumo as minhas culpas sem qualquer tipo de problema. Errar é humano, pelo menos é o que toda a gente diz e como tal também erro. Por vezes erro na forma como digo as coisas, outras vezes erro na forma como reajo a algumas situações. Normalmente quando erro e quando isso me pesa na consciência, eu compreendo porque errei, compreendo que muitas vezes é o acumular de mais do que uma situação. Não me irrito assim facilmente, mas depois de terem esgotado a minha paciência expludo muito facilmente. Sei que é errado e admito-o em primeira mão. Por vezes até admito que errei com o meu comportamento passados nem cinco minutos. O meu problema não está em encontrar o erro, em admiti-lo, ou se quer em verificar o porquê do meu erro. O meu problema está unicamente no passo seguinte: pedir desculpa.

     Não sei se é do orgulho, se é da minha personalidade, mas pedir desculpa é uma das coisas que mais me custa nas relações humanas. Não me importo de pedir desculpa quando piso alguém ou até quando me engano no trabalho, mas admito que me custa horrores pedir desculpa no que toca às relações com as pessoas. Por vezes torno-me mais bruta, tenho consciência que é a minha paciência que está esgotada com a pessoa, mas o meu comportamento torna-se errado. Fico sem filtros, saí-me tudo e mais alguma coisa e passo-me à séria. Eu sei que é errado, eu sei que tenho de manter a calma e aprender a engolir, e tento fazer um esforço por isso, mas por vezes lá se vai o filtro e o meu lado assustador surge à flor da pele. É cada vez mais raro, coisa de que me orgulho, mas que de longe a longe vem à superfície. Afinal todos temos os nossos limites, certo? No entanto, há situações em que tenho de pedir desculpa pelo meu comportamento. O da outra pessoa até pode ter sido semelhante ao meu, até pode ter sido pior, mas obrigo-me a ser superior a tudo isso e a admitir a minha cota parte de culpabilidade. Sinto em mim a culpa de um mau comportamento, de algo que não parece nada meu, e obrigo-me a pedir desculpa. Mas é aqui que sinto a palavra formar-se num nó na minha garganta. É aqui que parece que as palavras me pesam na boca, me pesam na alma. Dizer desculpa torna-se tão complicado como se fala-se noutra coisa terrível. O peso da palavra surge em mim como uma nuvem negra. Tento lutar contra essa tendência, tento lutar e obrigo-me a dizer 'desculpa', a palavra sai fraca, sai como um sussurro, mas sai. Sai como me saísse directamente do peito. Sei que depois de a proferir me sentirei mais leve, terei a minha consciência livre, mas até lá custa-me. Custa-me formar o som na boca, custa-me articulá-la, custa-me até pensar em dizê-la. Não é uma palavra que use recorrentemente, é uma palavra que evito dizer, que evito necessitar, mas de vez em quando sei que não fui a melhor pessoa e tenho de pedir desculpa, seja pelo que for. Mas dói. Dói pedir desculpa quando tentamos dar o nosso melhor e o pior saiu disparado. Custa dizer desculpa quando tentamos tornar-nos em melhores pessoas e vemos um lado nosso que não gostamos. Eu admito, eu peço desculpa, mas é sem dúvida uma das palavras que mais me custa pronunciar. Não me considero muito orgulhosa, nem altiva, nem pouco empática, mas sem dúvida alguma que quando me surgem situações destas que me questiono porquê a dificuldade de dizer simplesmente 'desculpa'.

       Não é por ter estes pensamentos, esta dificuldade que não digo esta palavra. Eu digo, custe o que custar se acho que errei e que deveria ter agido de outra forma sou a primeira a pedir desculpa, apenas não compreendo este dilema, esta luta interior comigo mesma, quando sei que é a atitude mais acertada. Eu peço desculpa. Luto contra mim mesma, mas uso a palavra quando necessário, apenas gostava de facilitar um bocadinho esse momento. Será por valorizar tantos as palavras que me consciencializo demasiado sobre elas?

       É apenas uma palavra porquê tamanha dificuldade?

26
Abr17

Não comprei um terreno, comprei uma selva

(Imagem retirada daqui e representativa)

 

Compramos o terreno em Fevereiro e desde então que Ele anda desejoso por ver aquilo limpo, precisamos ainda de tirar as medidas e dividi-lo com os nossos vizinhos. Sabem aqueles terrenos planos que só têm erva? Definitivamente não é o nosso. Nós não compramos exactamente um terreno, compramos sim uma espécie de selva cheia de lixo. Compramos um emaranhado de silvas, troncos a apodrecer, árvores e mais árvores de troncos grossos que contam com décadas e décadas, compramos buracos, desníveis, socalcos e ainda lixo. Toneladas e toneladas de lixo. Garrafas de vinho, assadeiras, latas de spray e até de Pronto, latas de tinta, lavatórios, sanitas, esfregões, partes de armários, mármore, chapas, cds e outros tantos afins que nunca imaginaria perdidos no meio das silvas. 'Com jeitinho, de juntássemos este entulho todo já tínhamos o enxoval feito e até podíamos começar a construção da casa.', dizia eu de cada vez que me apareciam coisas estranhas. No último mês, enquanto eu trabalhava ao sábado, Ele  dedicava-se a cortar árvores, limpar lenha e arrumar aquilo que podia do terreno com dois amigos. Podem ter passado pouco tempo lá, mas a verdade é que no primeiro dia já se notou a diferença e a paisagem que passei a ver foi fenomenal. Já não via só árvores e silvas, mas passei também a ver o monte à nossa frente. Apesar de todo o esforço d'Ele e dos amigos a verdade é que continuávamos a ter pouca percepção do que seria o nosso terreno, as silvas eram em demasia e sabíamos que precisávamos de ajuda. De forma a conseguirmos a poupar alguns trocos decidimos que com a ajuda da minha família e dos amigos d'Ele o 25 de Abril seria a data ideal para uma reunião familiar para limpar o terreno. Assim, ontem fomos para o terreno, sem saber bem o que nos esperava, armados com luvas, máquinas de cortar erva, trator, serras, motosserras, ansinhos e umas Minis na geladeira para dar de beber a tanto homem. Eu, a única mulher lá perdida no meio, bebi a águazinha e fiquei feliz.

Não foi um dia fácil, desde as 9h da manhã até às 18h que foi sempre a carregar lenha, cortar silvas, apanhar lixo, fazer montes de lixo e ervas. As minhas pernas, de tão arranhadas que estão, são a prova viva de que não foi uma tarefa fácil. As minha costas são aprovava viva de que trabalhei arduamente, de tão doridas que estão. Todos os que participaram neste aventura pelo meio de um monte que, dizem os vizinhos, nunca tinha sido limpo sentiram na pele o cansaço. A tarefa não ficou terminada, nem lá perto, mas estou tão orgulhosa da família que tenho, daquilo que fizeram por nós, por terem deixado de lado um feriado para conseguirem ajudar. Sei que a feijoada e o lanche são sempre um reforço, mas estou extremamente orgulhosa daquilo que conseguimos.

Ontem, apesar de todo o cansaço, apesar do trabalho que ainda temos para fazer, deixamos de ter uma selva e temos um terreno. Sinto-me orgulhosa de nós!

 

P.S.: Orgulhosa, mas terrivelmente dorida, nossa!

10
Fev17

Porto eleito Melhor Destino Europeu AGAIN!

 

Porto é eleito novamente como o Melhor Destino Europeu e os prémios que tem recebido sucessivamente enchem-me de orgulho. Orgulho por ser tripeira. Orgulho pelo Porto ser a minha cidade. Orgulho porque por muito que viaje sei que tenho a mais bela cidade perto de mim.

O Porto é a eterna cidade da nostalgia e da saudade. É a cidade da festa, dos amigos e do bater de pé até às tantas da madrugada e ainda ir comer qualquer coisa sentada na calçada. A Ribeira é o cenário do amor, cheio de histórias e promessas feitas nas margens do Rio Douro. Porto é a cidade da serenata à chuva, das lágrimas dos estudantes e das latas batidas no chão em dia de festa. O Porto é o vinho, a comida, o acolhimento e a boa disposição. O Porto é história. Histórias de amor, de dramas e de tragédias que não se equiparam às dos livros. O Porto são as pontes sobre o Douro, cada uma com um pôr-do-sol diferente, cada uma com o seu beijo sobre o rio. O Porto são os amores perfeitos nos jardins, o anoitecer no Palácio de Cristal e o café na Foz em dia de chuva. 

O Porto é mais que uma cidade, é uma história. Uma história de milhares de pessoas que agora por nela passam. Uma história de amor que fica eternizada no topo da Torre dos Clérigos ou sobre os vidraçais da Livraria Lello. O Porto faz parte da minha história, faz parte de mim. 

E hoje? O Porto, mais que nunca, faz parte da história do mundo. O Porto, mais que nunca, é uma cidade única.

É um orgulho pertencer a esta fica que me fez apaixonar desde que era criança.

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