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justsmile

22
Set17

Perseguir a felicidade

(Imagem retirada daqui)

 

- Qual o teu objectivo de vida?

- Ser feliz!

 

      Muitas são as vezes que ouvimos esta resposta à questão inicial. Como se a felicidade fosse o final de uma tarefa. Como se a felicidade fosse o fim de um caminho, o objectivo de uma longa caminhada. Uma espécie de prémio depois de muitos obstáculos. Cada vez mais acredito que a felicidade é o caminho e não o objectivo. A felicidade não é algo que se consiga agarrar, não é concreto, não é físico. A felicidade não é simplesmente um prémio e hoje sei dizê-lo. A felicidade é feita por nós e para sermos felizes basta querermos. "É tão fácil falar quando se tem tudo!", mentira. É muito mais difícil dizê-lo quando se luta contra tudo. Não sou feliz a todo o momento, não sou feliz a toda a hora, mas ao olhar à minha volta apercebo-me de como sou feliz, de como continuo a lutar pela minha felicidade. Nem todos os dias são bons, claro. Nem todos os dias são banhados de raios de sol e sorrisos, basta verem os posts sobre tristeza, sobre as minhas lutas, sobre as minhas chatices, mas nunca poderei dizer que não sou feliz. Como também nunca poderei dizer que não luto pela minha felicidade. A felicidade faz-se do conceito de cada um. A felicidade não é igual para todos. A felicidade é um conceito tão complexo como o próprio ser humano. Não poderemos dizer que ao conquistar X vamos ser felizes para sempre, há sempre formas novas de tropeçarmos, há sempre formas de nos esmurrarmos, mas há também sempre forma de nos levantarmos e continuarmos a lutar pela nossa felicidade.

      Nos últimos dois anos a minha vida teve várias voltas. Passei por uma fase muito negra, passei por uma fase de inadaptação e depois voltei a ver a luz ao fundo do túnel e voltei a erguer-me. Mas mesmo durante esse tempo de perda, de dor, de desemprego e escuridão, nunca pude dizer que era infeliz. Todos os dias tinha provas de que tinha tudo o que era necessário à minha felicidade. Óbvio que nem todos os dias me mostrava tão positiva, a esperança também cansa e é preciso irmo-nos a baixo para reestabelecer as energias, mas por muito mal que estivesse a palavra infeliz nunca fez parte do meu vocabulário. Todos os dias, no fundo do meu peito, sabia que era feliz. Tinha em mim uma espécie de gratidão por tudo aquilo que me dava felicidade, por todas aquelas pequenas coisas do dia-a-dia que por mais simples que fossem me faziam sorrir, me faziam acreditar. Não escrevia um diário de gratidão, como muitos minimalistas o fazem, mas mentalmente fazia uma lista das coisas que todos os dias me davam a força necessária para continuar. Assim, ao longo da vida fui aprendendo que a felicidade só vem de nós. A nossa felicidade é a nossa escolha, nada mais. Parece estranho? Talvez, mas acredito que nos dias que correm a felicidade é simplesmente uma questão de opção. Eu prefiro concentrar-me no café quente com o livro à hora de almoço, do que pensar que estou a trabalhar demasiado perto de casa. Prefiro ficar contente com o meu salário ao final do mês, em vez de pensar que não estou a trabalhar na minha área de formação. Prefiro gastar as minhas energias a pensar que me caso para o próximo, em vez de pensar que os meus planos de vida estão atrasados comparando aquilo que tinha imaginado para mim. Prefiro até ver calmamente o pôr-do-sol e conseguir observá-lo do que sequer pensar que tive problemas aborrecidos no trabalho. No fundo, a felicidade é a minha escolha. Prefiro concentrar-me no que me faz bem, no que me faz feliz, do que em tudo o que vai de negativo na minha vida. 

      Haverá coisas a melhorar, há lutas que continuo a travar na minha vida, mas não posso desperdiçar todas as minhas energias nelas. Não posso focar-me só naquilo que está mal e naquilo que precisa de ser mudado. É necessário encontrar um equilíbrio entre o bom e o mau da vida para ganhar forças para continuar. Para não parar esta batalha, para continuar a lutar pelos sonhos. A felicidade não é um objectivo, é simplesmente uma opção para a caminhada que sonhamos. Não será a construção da casa de sonho que irá eliminar todos os outros problemas da minha vida. Não será certamente ao casar-me que a minha vida profissional irá melhorar. Não, mas são passos desta caminhada pela felicidade que quero passar, que me ajudarão a chegar a outros caminhos. Hoje admito, eu opto por ser feliz. Eu escolho conquistar o meu mundo ao ser feliz pelo caminho. Opto por deixar pelo caminho tudo o que me faz mal (como aqui expliquei) e escolho ser feliz.

       A felicidade não é um destino, mas sim a caminhada.

11
Set17

Como nos afastarmos do que faz mal?

(Imagem retirada daqui)

 

       Há alguns anos era uma mulher diferente. Consequência da imaturidade, consequência de tentar agradar a todos, consequência de tentar ser sempre agradável, consequência da pouco auto-estima e até da falta de prioridades na minha vida. Um dia, cansada de ser calcada pelos outros que queriam subir às minhas custas, cansada de sentir a culpa em mim e cansada de me dar com pessoas que só me traziam negativismo, desisti. Um dia, quase do nada, acordei e disse que estava cansada, era hora de mudar. Como uma espécie de epifania voltei a ser a Just da adolescência que tinha desaparecido temporariamente. Voltei a falar, voltei a defender-me, mas acima de tudo, voltei a acreditar em mim. Talvez os anos de injustiças, os anos de pressões tenham tido um efeito culminante e tenha desistido de tudo o que me fazia mal. Não foi um corte repentino, não foi do dia para a noite, mas simplesmente um dia decidi olhar um bocadinho mais por mim. Voltei a discutir o que fosse preciso, voltei a dizer mais nãos e deixei-me rodear apenas por pessoas de bem. Deixei os sorrisos falsos de lado, deixei as palavras hipócritas e até deixei o contacto com aqueles que não mereciam as minhas palavras. A minha vida pessoal foi mudando para melhor, de forma gradual, e a minha auto-estima foi crescendo. Hoje, apenas tento ter na minha vida pessoal as pessoas que me fazem bem, as pessoas que gostam de mim tal como sou e as pessoas com quem me consigo relacionar. Deixei-me simplesmente de fazer de conta, já basta ao que somos obrigados profissionalmente, fazê-lo na vida pessoal foi apenas uma questão de opção. Hoje sou mais feliz, mais leve, menos hipócrita e se com uns fiz um corte radical, com outros foi simplesmente acontecendo. E como o fiz? Se ontem não tinha consciência de como as coisas tinham acontecido, hoje sei que fiz tudo de forma consciente mesmo sem o saber.

      1. Deixar de relacionar com pessoas negativas, tinha alguns colegas que a única coisa que sabiam fazer da vida era queixar-se. Queixar-se do tempo. Queixar-se da falta de dinheiro. Queixar-se do trabalho e da falta dele. Simplesmente tinham o dom de se lamuriar de tudo e mais alguma coisa, sem nunca fazerem nada, sem lutarem para melhorar. Sempre que estava com eles sentia-me cansada, saía de lá com um peso, esgotada e ficava a pensar que a minha vida era demasiado complicada. Um dia comecei a dizer não, dando pequenas desculpas, comecei a evitar estar com eles. Assim começou a fase de afastamento de que ainda hoje não me arrependo.

      2. Aprender a dizer não, este era um dos meus maiores problemas, dizia que sim a tudo. Era a jantares, era a cafés e a convívios, com pessoas que pouco me diziam. Surgia com um sorriso falso, tinha de utilizar demasiado a minha paciência e fingia que estava tudo bem. Um dia comecei a usar o não. Não posso. Não dá. Já tenho compromissos. Nem sempre foi fácil, recentemente tive uma situação bastante dura em que usei um não tendo consciência que poderia terminar com uma amizade, mas tive de o dizer. Não me sentia sequer bem em dizer que sim, apenas por educação. De uma forma um pouco egoísta, que também é necessário, comecei a usar o não nas situações que me deixavam desconfortável.

      3. A família são os mais presentes, aprendi que a família será sempre aquela com quem gosto mais de partilhar o meu tempo. Todos já tivemos desilusões no que diz respeito a amizades, eu considero que já tive a minha cota parte de desilusões e comecei a valorizar quem está na minha vida. Tenho bons amigos, mas ainda tenho uma família melhor. Uma mãe e uma irmã que são as minhas melhores amigas e que com o passar do tempo tenho-me apercebido que são as pessoas com quem mais gosto de estar, sair e pedir opinião seja sobre o que for. A família é aquele meio em que não precisamos de sorrisos falsos, que não precisamos de fingir quem somos, independentemente do que acontecer sei que estarão sempre comigo.

      4. Não valorizar o que os outros dizem. Desde pequena que a minha mãe e o meu pai transmitiram aos três filhos um ensinamento que ainda hoje praticam, pouco importa o que os outros dizem. Somos de uma aldeia pequena e sempre existem aqueles zum-zuns, os meus pais nunca lhes ligaram e sempre me ensinaram a fazer o mesmo. Pouco importa o que dizem ou deixam de dizer, seja bom ou mal, o importante é seguirmos os nossos ideais, sermos respeitadores e fazer as coisas como achamos melhor. O que dizem ou deixam de dizer em nada pode influenciar a nossa conduta, nunca devemos fazer algo a pensar no que os outros poderão dizer. Sempre segui esse ensinamento e ainda hoje o ponho em prática e é tão importante como termos uma boa auto-estima.

      5. Porque nos fazem mal? Esta é uma questão importante para compreendermos porque nos afastamos de determinadas situações, sejam por serem desconfortáveis, seja porque não estão de acordo com os nossos ideais ou simplesmente porque não gostamos. A razão do porquê melhorará a nossa consciência e a nossa inconsciência ficará tranquila. Há noite quando nos formos a deitar, se soubermos a explicação de porque nos precisamos de afastar e essas razões forem aceitáveis, iremos dormir tranquilamente sem qualquer tipo de problema.

      6. Um bocadinho de egoísmo faz bem, não podemos estar a fazer sempre as coisas em prol dos outros. É verdade que há situações e situações, mas não podemos estar sempre a seguir o que os outros querem ou desejam, é necessário pensar um bocadinho em nós. É necessário também pensarmos no nosso bem estar e naquilo que nos faz bem, não seguir sempre aquilo que é melhor para os outros. Nem sempre é fácil, mas também advém de aprendermos a dizer o não.

      7. Chega de conformismo. Por vezes aceitamos as situações apenas por conformismo, porque temos medo de ficar sozinhos, por medo de perdermos uma amizade ou até por termos receio de não nos adaptarmos a mais ninguém. A verdade é que se algo não nos faz bem não faz sentido mantê-lo na nossa vida. A melhor opção? Ganhar coragem e deixar os receios de lado. Medir realmente o quão importante pode ser essa relação.

      Sei que parecem ser coisas básicas, mas nem sempre é fácil cumprir com estes critérios. A mim têm-me ajudado a seleccionar as situações e as pessoas que são importantes na minha vida. Nos últimos anos tenho-me afastado daquilo que não me traz nada de positivo. Deixei-me de situações em que posso optar por me afastar, situações constrangedoras, desconfortáveis e em que nada aumentam o meu bem estar. Sei que o grupo de amigos se tem vindo a reduzir de forma gradual, sei que cada vez menos são aqueles que confio, mas acredito que aprender a seleccionar quem nos faz bem faz parte do crescer e da maturidade. A idade (assim até pareço uma velha a falar) deixa-nos aqueles que realmente gostam de nós por aquilo que somos e não por aquilo que fingimos ser.

      Há que ganhar amor próprio, coragem e deixar partir o que em nada nos faz bem. Há que praticar o desapego.

 

      

 

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