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(Imagem retirada daqui)
Na semana passada, aqui, comecei a partilhar com vocês os passos para a construção de uma casa, mesmo a minha ainda não estando terminada (nem perto disso), mas como começaram a surgir várias questões no Instagram sobre esse assunto achei apropriado criar uma série de posts sobre o assunto. Os primeiros três passos dizem respeito à aquisição do terreno, ao estabelecimento do vosso orçamento para a construção da casa e à sequência de introdução dos projectos de arquitectura na câmara.
Quarto passo: Pedir orçamentos para a construção e aqui começam os números a pairar sobre as vossas cabeças. Pedimos vários orçamentos chave-na-mão, até porque era uma exigência dos bancos para conseguirmos pedir o empréstimo habitação, mas ainda assim ficamos com uma ideia geral do valor total da nossa casa, algo que é essencial. Com estes orçamentos fizemos novamente contas à vida para conseguir compreender se a casa continuaria a ser realizável com os nossos ordenados, tentando criar várias possibilidades para o futuro. Se caso um de nós ficasse desempregado será que conseguiríamos manter a prestação? E com filhos, ainda seria adequado o valor? Dar-nos-ia a possibilidade de irmos de férias na mesma? São questões que têm de ser levantadas para conseguirmos manter alguma qualidade de vida e de ainda realizarmos outros projectos para o nosso futuro.
Quinto passo: Comparar orçamentos, esta parte admito que se tornou bastante complicada para mim porque não é uma questão simples de comparar valores, mas sim de realizar contas por uma questão de qualidade dos materiais versus preço. Esta parte obrigou (e ainda obriga) a um estudo dos materiais sobre coisas que dificilmente consigo perceber, mas a verdade é que existe muitos fóruns pela internet que nos podem ajudar a responder a questões de espessura do capoto, o tipo de chão e até a qualidade dos tubos da água e outros afins. Só depois de bem medidas todas estas questões é que foi possível definir qual o melhor orçamento e optar por um só. Depois destes orçamentos estudados ainda podem optar por irem por outro caminho, como foi o nosso caso, fazer a subcontratação, ou seja, contratarmos especialidade a especialidade: pedreiro, trolha, picheleiro e por aí adiante. Esta subcontratação pode funcionar e acabar por baixar alguns custos, se funciona? Ainda não sei dizer com 100% de certeza porque ainda estamos a meio do processo, mas para já ainda não nos arrependemos e acreditamos que temos poupado alguma coisa (mesmo com o aumento ridículo dos materiais).
Sexto passo: o empréstimo. Acredito que num mundo ideal, em que haja uma pequena percentagem de pessoas, ainda se construam casas sem empréstimo bancário, mas nós somos comuns mortais e necessitamos de pedir um crédito habitação para construção. Voltamos a pedir simulações aos bancos, agora mais reais e com a decisão a necessitar de ser tomada. Este empréstimo acumula mais custos, novas hipotecas, avaliação do projecto, elaboração de um dossier bancário e a verdade é que não fica barato, longe disso. Existem alguns custos que são fixos e definidos pelo Banco de Portugal, outros variam de acordo com a instituição bancária. Voltamos a mais uma fase de análise de todos os pormenores e mais alguns para a tomada de uma decisão e novamente, o mais barato nem sempre é o melhor, é necessário ver bem todas as clausulas e foi com a ajuda de muita leitura e reportagens do site do Contas Poupança que fizemos a nossa escolha.
Sétimo passo: Empreiteiro?
Empréstimo?
Licenças camarárias?
É então hora de começar a construção da casa. Nada fica perfeitamente igual ao que idealizamos inicialmente, até porque uma coisa é o que está no papel e outra é o que nos proporciona o terreno e o construtor, não que esteja a fugir muito daquilo que esperávamos, mas já realizamos algumas alterações ao projecto base que mais tarde terão de ser submetidas à câmara.
Parece simples, ou não, mas a verdade é que tudo é um processo lento e de espera. Aguarda pelo papel do engenheiro, aguarda pelo papel da câmara, aguarda pela escritura do banco, aguarda pela entrada do dinheiro. Enfim, no fundo, a construção de uma casa, parece um processo de resiliência (e acredito perfeitamente que o é!), principalmente quando somos nós a acompanhar todo o processo e a tomar todas as decisões. Claro que tem as suas vantagens, não o consigo negar, estamos a construir uma casa compatível com a nossa realidade, com a nossa rotina e com os nossos sonhos, mas gostava que o processo fosse um bocadinho mais rápido e que não dependesse de fazer tantas contas a cada semana. Contudo, ver a nossa casa a ser construída de raiz tem algo de mágico e isso é indescritível.