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justsmile

06
Out21

Às vezes...

(Imagem retirada daqui)

        Às vezes, quando estou envolvida pelo silêncio, sozinha sentada no sofá ou ainda naqueles minutos inicias do meu dia, questiono-me se não estarei a tentar abraçar o mundo todo de uma só vez. Questiono-me se terei capacidades, energia e competências para fazer tanta coisa ao mesmo tempo. Analiso as minhas escolhas dos últimos tempos e questiono-me se estarei à altura de todos os desafios a que me propus. E receio, receio falhar redondamente em todos eles ou até em prejudicar a minha saúde e a minha vida pessoal. Sei que tomei todas estas decisões em parceria com a pessoa que mais me motiva e me apoia, sei que analisei todas as possibilidades e que até tentei introduzir na minha cabeça que não é para fazer "tudo à primeira", mas no fundo, lá num canto qualquer bem escondido, questiono se serei capaz. Se serei capaz de lidar com tudo ao mesmo tempo. Se serei capaz de lidar com o meu fracasso ou até em apenas dar uma parte de mim a um dos projectos, em vez de dar o meu todo. 

       Às vezes questiono-me se não estarei a ser demasiado optimista, demasiado aventureira ou apenas louca. A verdade é que mesmo com todos os receios atiro-me de cabeça aos desafios e tenho em mim a sensação de que se não arriscasse agora, provavelmente nunca mais o faria, mas estes 'ses' acabam por invadir o pensamento nos momentos de silêncio, de tranquilidade. Tento acalmar-me, assegurar-me de que se já conquistei tudo até aqui foi por arriscar, por dar tudo o que tinha de mim. Tento assegurar-me com exemplos do passado, com a minha motivação e ambição e lembrar-me de que tenho tudo para conquistar o meu mundo.

        Mas às vezes, só às vezes, receio os próximos tempos. Receio perder-me no meio do trabalho, no meio das obras, no meio dos estudos. Receio perder-me em responsabilidades e obrigações, em prazos e em horários. Mas depois, depois lembro-me de que tudo o que é bom na vida exige sacrifício, que para alcançarmos os nossos sonhos é necessário ultrapassar batalhas e que no fim tudo valerá a pena. Agarro-me à confirmação de que todos estes sacrifícios serão apenas temporários, de que tudo terá o seu tempo e que no fim irei ter conquistado mais um bocadinho do meu mundo.

24
Ago21

"E fazes muitos sacrifícios?" - Passos para construir uma casa #2

(Imagem retirada daqui)

          Na semana passada, aqui, comecei a partilhar com vocês os passos para a construção de uma casa, mesmo a minha ainda não estando terminada (nem perto disso), mas como começaram a surgir várias questões no Instagram sobre esse assunto achei apropriado criar uma série de posts sobre o assunto. Os primeiros três passos dizem respeito à aquisição do terreno, ao estabelecimento do vosso orçamento para a construção da casa e à sequência de introdução dos projectos de arquitectura na câmara. 

        Quarto passo: Pedir orçamentos para a construção e aqui começam os números a pairar sobre as vossas cabeças. Pedimos vários orçamentos chave-na-mão, até porque era uma exigência dos bancos para conseguirmos pedir o empréstimo habitação, mas ainda assim ficamos com uma ideia geral do valor total da nossa casa, algo que é essencial. Com estes orçamentos fizemos novamente contas à vida para conseguir compreender se a casa continuaria a ser realizável com os nossos ordenados, tentando criar várias possibilidades para o futuro. Se caso um de nós ficasse desempregado será que conseguiríamos manter a prestação? E com filhos, ainda seria adequado o valor? Dar-nos-ia a possibilidade de irmos de férias na mesma? São questões que têm de ser levantadas para conseguirmos manter alguma qualidade de vida e de ainda realizarmos outros projectos para o nosso futuro. 

          Quinto passo: Comparar orçamentos, esta parte admito que se tornou bastante complicada para mim porque não é uma questão simples de comparar valores, mas sim de realizar contas por uma questão de qualidade dos materiais versus preço. Esta parte obrigou (e ainda obriga) a um estudo dos materiais sobre coisas que dificilmente consigo perceber, mas a verdade é que existe muitos fóruns pela internet que nos podem ajudar a responder a questões de espessura do capoto, o tipo de chão e até a qualidade dos tubos da água e outros afins. Só depois de bem medidas todas estas questões é que foi possível definir qual o melhor orçamento e optar por um só. Depois destes orçamentos estudados ainda podem optar por irem por outro caminho, como foi o nosso caso, fazer a subcontratação, ou seja, contratarmos especialidade a especialidade: pedreiro, trolha, picheleiro e por aí adiante. Esta subcontratação pode funcionar e acabar por baixar alguns custos, se funciona? Ainda não sei dizer com 100% de certeza porque ainda estamos a meio do processo, mas para já ainda não nos arrependemos e acreditamos que temos poupado alguma coisa (mesmo com o aumento ridículo dos materiais).

      Sexto passo: o empréstimo. Acredito que num mundo ideal, em que haja uma pequena percentagem de pessoas, ainda se construam casas sem empréstimo bancário, mas nós somos comuns mortais e necessitamos de pedir um crédito habitação para construção. Voltamos a pedir simulações aos bancos, agora mais reais e com a decisão a necessitar de ser tomada. Este empréstimo acumula mais custos, novas hipotecas, avaliação do projecto, elaboração de um dossier bancário e a verdade é que não fica barato, longe disso. Existem alguns custos que são fixos e definidos pelo Banco de Portugal, outros variam de acordo com a instituição bancária. Voltamos a mais uma fase de análise de todos os pormenores e mais alguns para a tomada de uma decisão e novamente, o mais barato nem sempre é o melhor, é necessário ver bem todas as clausulas e foi com a ajuda de muita leitura e reportagens do site do Contas Poupança que fizemos a nossa escolha.

          Sétimo passo: Empreiteiro?  Empréstimo? Licenças camarárias? É então hora de começar a construção da casa. Nada fica perfeitamente igual ao que idealizamos inicialmente, até porque uma coisa é o que está no papel e outra é o que nos proporciona o terreno e o construtor, não que esteja a fugir muito daquilo que esperávamos, mas já realizamos algumas alterações ao projecto base que mais tarde terão de ser submetidas à câmara.

         Parece simples, ou não, mas a verdade é que tudo é um processo lento e de espera. Aguarda pelo papel do engenheiro, aguarda pelo papel da câmara, aguarda pela escritura do banco, aguarda pela entrada do dinheiro. Enfim, no fundo, a construção de uma casa, parece um processo de resiliência (e acredito perfeitamente que o é!), principalmente quando somos nós a acompanhar todo o processo e a tomar todas as decisões. Claro que tem as suas vantagens, não o consigo negar, estamos a construir uma casa compatível com a nossa realidade, com a nossa rotina e com os nossos sonhos, mas gostava que o processo fosse um bocadinho mais rápido e que não dependesse de fazer tantas contas a cada semana. Contudo, ver a nossa casa a ser construída de raiz tem algo de mágico e isso é indescritível.

17
Ago21

"E fazes muitos sacrifícios?" - Passos para construir uma casa #1

(Imagem retirada daqui)

       Ultimamente têm-me questionado bastante sobre o processo de construção da casa, como o fazer, os custos que estão associados e até uma das perguntas que mais me têm levantado é se temos feitos muitos sacríficios. Esta última questão ficou algum tempo a ecoar na minha mente, pois sempre achei que fosse de resposta óbvia, mas a verdade é que o que para uns poderá ser sacríficios para outros não o será, não havendo uma resposta pronta e rápida a poder ser dada. Construir uma casa é um processo demorado, acredito que haja quem o consiga fazer andar mais rápido, com contratos chave-na-mão e contratando tudo a empresas, mas para quem tem um orçamento limitado e prefere tratar das coisas do que despender dinheiro, é um processo bastante demorado. Além de ser demorado é um processo caro, desde o início até ao fim, é claro que no fim poderá ou não ser equiparado à compra de uma casa pronta a habitar, mas tudo depende das decisões que se vão fazendo pelo caminho. E por onde começamos este processo? Hoje partilho com vocês a nossa caminhada até ao momento, de uma perspectiva bastante pessoal e que poderá ser diferente de muitas outras pessoas.

        Primeiro passo: Em 2017 compramos o terreno, para quem tem terreno não é um motivo de preocupação, apenas de verificação das condições do terreno: se pode construir, se é urbano, se já tem canalizações de saneamento, água e luz e também a topografia do terreno. Para quem compra é mais uma despesa, antes da compra verificar todas as condicionantes anteriores e ainda preparar escrituras, no nosso caso, ainda o empréstimo ao banco que na altura não tinhamos a totalidade. Todo o processo foi feito diretamente com o dono do terreno não havendo taxas de imobiliária, apenas às finanças e camarárias. As medidas do terreno foram essenciais para compreender se ali poderia nascer uma casa, contudo, ainda tivemos derrapagens após a compra, ao compreender que o declive do terreno era maior do que o esperado (pois, na altura da compra aquilo era simplesmente um monte de silvas) e que nos iria obrigar a gastar mais dinheiro para a sustentação das terras do que aquilo que esperavamos inicialmente.

         Segundo passo: Averiguar possíveis empréstimos bancários para construir. Este passo é essencial, pelo menos para nós foi, antes de definirmos como queríamos a casa e como seria, recorremos a vários bancos para fazer simulações de empréstimos de habitação para compreender até que valores poderiamos pedir ao banco para conseguirmos manter uma prestação saudável. Só com este estudo é que podemos começar a pensar na casa, sem ele era impossível. Não somos pessoas com ordenados muito elevados (com jeitinho, com os aumentos do salário mínimo daqui a pouco ganhamos o mesmo), só Ele se encontra num emprego estável e a verdade é que não temos a quem recorrer caso alguma coisa dê errado, sabendo desde o início que a nossa casa iria ser construida unicamente às nossas custas. Desta forma, é muito importante estipular um orçamento realista e para isso contar com a prestação da casa é essencial para saber se no futuro fica um valor comportável.

         Terceiro passo: Iniciar o desenho de arquitectura e especialidade para o projecto começamos este processo em outubro de 2018, uma fase duradoura e com vários custos, seja para pagar aos arquitectos e engenheiros, como para pagar taxas e taxinhas municipais. Estas últimas dependem de munícipio para munícipio, uns pedem o valor logo no ínicio, outros vão pedindo pequenos valores e no final, quando dão a licença de construção, pedem o valor final. Tudo depende da câmara da zona, seja nas regras de construção (distanciamento de janelas, recuo da casa, percentagem de construção do terreno, e outros tantos pormenores) como no pagamento das taxas. Nós, inicialmente, pedimos ao arquitecto para desenhar uma casa como tinhamos imaginado, mas que fosse para o orçamento X, quando nos apercebemos que era completamente irrealista manter o número de divisões que queríamos e a tipologia do terreno. Fizemos alterações, aumentamos o orçamento para Y e foi quando entregamos a parte de arquitectura à câmara, só depois de aprovada é que foram subsmetidas as especialidades de térmica, sustentabilidade, isolamento, e todas as picuices que agora são exigidas (até gás e nós que não vamos ter gás em nenhuma parte da nossa casa....).

           Acho que o quarto passo fica para um próximo capítulo, queria partilhar tudo convosco, mas apercebi-me que isto é mais um livro que um capítulo só

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