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justsmile

10
Mar20

E isto do Coronavírus?

(Imagem retirada daqui)

       Antes de mais, vamos lá ter calma, sim? 

       Nas últimas semanas tenho dado conta de que as notícias e as redes sociais estão a ser dominadas por estas temáticas, percebo a preocupação de algumas pessoas, não compreendo a total despreocupação de outras, mas não consigo encaixar na minha cabeça o pânico de outras tantas. É verdade que o alarmismo dominou a maioria do público português e a outra maioria foi dominada por uma total despreocupação em que a frase mais utilizada é "isto é só uma gripe", voltamos ao que sempre tenho vindo a defender por estes lados: o EQUILÍBRIO!

      Mas haverá por este mundo uma alminha equilibrada? Já sabemos que isto é um vírus que provoca uma pneumonia grave e bilateral, sabemos também que é facilmente transmissível a pessoas com o sistema imunitário mais fragilizado e que os sintomas são semelhantes aos da gripe, mas não há necessidade de ver este vírus como uma peste negra, nem de o desvalorizar como uma simples gripe. A razão, pode não ser por nós, mas por quem está à nossa volta. Já me deparei com uma pequena situação e a primeira coisa que nos passa pela cabeça, principalmente lidando diariamente com centenas de pessoas, é se poderia transmitir a alguém. Não é assustador o facto de ficarmos doentes, é assustador a quem o podemos transmitir. Assim sendo e, lidando diariamente com tantas pessoas, tenho tido algumas precauções: lavo as mãos de cada vez que tenho oportunidade (é uma ilusão acharmos que não iremos abrir portas com as mãos ou que vamos lavá-las de minuto a minuto, é simplesmente irreal!), tusso para a camisola (e nos últimos dias, depois de uma constipação, quase que sou fuzilada por quem está ao meu lado!), evito o contacto físico com pessoas, mesmo que sejam familiares e evito ao máximo estar em sítios com demasiadas pessoas. Viagens então, está completamente fora de questão. Novamente, não por mim, mas por quem me rodeia.

         Todas as precauções que tomamos não é por nós, é para proteger quem nos rodeia. E calma, a coisa não é realmente boa, nem super terrível, vamos dar-lhe apenas o devido valor que tem na realidade.

31
Jan20

Não aprendemos com o passado...

(Imagem retirada daqui)

         E 75 anos depois tudo parece estar num ponto de partida em que existe a possibilidade de tudo se voltar a repetir. 75 anos depois, as pessoas e a humanidade parecem ter-se esquecido de todo o mal que houve, de como tudo foi assustador e injusto. 75 anos depois tenho a sensação de que estamos a começar a ouvir os mesmos comentários que Hitler, que estamos a ouvir uma argumentação impossível de contrariar pelo simples facto de vir de bocas em que nada se consegue mudar. 75 anos depois o meu maior receio é que a humanidade se esqueça de vez o que aconteceu, as consequências que existiram e a parvoíce de tudo algum dia ter começado.

         Ouvir alguém dizer parvoíces e coisas que não fazem qualquer tipo de sentido, como o André Ventura, é perfeitamente normal. Há sempre alguém que considera que a Xenofobia é a solução, que se esqueceu que há mais de 500 anos, nós os portugueses, fomos a praga para alguns países. Há sempre alguém que diz que o tempo do Salazar é que era bom. Infelizmente, isso é normal. Todos temos as nossas opiniões, o que me assusta não é haver uma ou outra pessoa assim (apesar do neo-nazismo, ser uma coisa verdadeiramente assustadora). O que realmente me assusta é o número de apoiantes deste tipo de pessoas que tem aumentado drasticamente. Parece que toda a gente se esquece que somos um país de emigrantes, que lá fora também temos emigrantes bons e maus, que não podemos generalizar de uma forma tão abrangente. É verdade que também não gosto da Joacine, mas em mundo nenhum isso me dá o direito de dizer seja o que for como André Ventura se achou no direito. Todos temos direito às nossas opiniões, sejam elas absurdas ou não, mas não temos o direito, em momento algum, de rebaixar seja quem for, de o atacar pela cor, nacionalidade, profissão ou outra coisa qualquer. Mas parece que André Ventura se está a tornar no justiceiro para muitas pessoas, pessoas que ainda não se aperceberam de que ele apenas quer um 'poleiro', que o percurso dele não começou no Chega e que fez coisas que diria nunca fazer. Ou seja, ele simplesmente é humano, mas oculta-o fazendo-se parecer um super-herói de meia-tigela que dá a voz a pessoas que têm tanta sensibilidade e inteligência como ele (denotem o tom irónico nesta última frase). Se diz algumas coisas acertadas? Admito que sim, que existem alguns aspectos que me fazem sentido, mas em mundo nenhum, a forma como o faz é correcta, principalmente na posição que toma. Ele sim, não tem qualquer tipo de educação e não sabe contextualizar ou participar no contexto em que está de forma correcta. Lamento, não é por eu gritar que o padeiro me vai dar o pão mais rápido ou que a minha vontade de ter o pão seja maior que a de qualquer outra pessoa. E a grande questão, no fim é, mas como é que as pessoas não vêem isso?

23
Jan19

Quando a desgraça bate na porta ao lado

(Imagem retirada daqui)

       Cresci no meio de uma família que nunca foi dada a coscuvilhice, a minha mãe nunca foi de comentar a vida dos outros (mais facilmente comentava a própria do que a dos outros) e o meu pai nem sequer ouvia as histórias do café, se as ouvia nem as trazia para casa. As histórias das pessoas da terra sempre chegaram quando algo de muito grave acontecia ou algo muito bom, alguém que falecia ou alguém que tinha um acidente ou até quem casava ou tinha um novo filho. Coscuvilhice, daquela purinha, nunca entrou em nossa casa, nunca soube quem namorava com quem até os ver, não conheço nem reconheço metade das pessoas da terra, mesmo ouvindo algumas histórias aqui ou ali.

        Aqui há uns dias, Ele demorou a chegar a casa e não compreendi porquê, quando me esclarece Ele que um homem tinha tentado matar a mulher que já tinha saído de casa. Pelos vistos alguém que eu deveria reconhecer (mas que ainda hoje não sei bem quem é), após a esposa sair de casa, decidiu subir um poste de electricidade, entrar na casa que esta alugava e tentar matá-la com uma faca. Quando Ele me contou a história nem queria acreditar que existiam pessoas daquelas na minha terra, aliás, a uma rua de distância da minha. Mesmo sem saber quem eram as pessoas em questão tudo aquilo me fez imensa confusão. Mais tarde, em conversa sobre tal história inédita na minha terrinha deram-me a compreender que já era do conhecimento comum a violência doméstica que aquela mulher tinha sofrido a vida toda. Pelos vistos toda a gente já sabia ou desconfiava de tais problemas conjugais, mas pelo que soube, ninguém tinha auxiliado aquela mulher "Porque ela também não era boa pessoa, porque ela tinha já tido ajuda mas voltou para casa, porque ela também não era flor que se cheirasse...", enfim, uma grande lista de argumentação para nada ter sido feito até ao momento.

       O que mais me surpreendeu nesta história toda não foi o caso de tentativa de homicídio, apesar de ser assustador algo desta envergadura ter tido lugar tão próximo da minha casa (infelizmente este tipo de notícia começa a ser demasiado comum), foi o facto de ser do conhecimento das pessoas da terra, pelo menos a possibilidade, de a pessoa em questão ter sido vitima de violência doméstica e nada ter sido feito, pelo menos que se saiba. Não conheço bem o caso, não posso realmente afirmar que no passado tenha sido ou não feito algo, mas quantas destas histórias existirão em que realmente não é feito nada e "toda a gente sabe"? Desde pequena que sempre ouvi o ditado "Entre marido e mulher não se mete a colher", mas a verdade é que os tempos mudaram e essa máxima já não existe no que toca à violência, aliás, violência doméstica é crime público! Sendo crime público não é obrigatório todos fazermos as denúncias? Nem que seja uma suspeita, minimamente fundamentada, será que não devemos intervir ou fazer uma denúncia, nem que seja anónima? São casos como estes que depois terminam com notícias de verdadeiros homicídios, de verdadeiras desgraças e que tinham tudo para nunca terem chegado a tal ponto.

         O ditado já ficou no passado, os tempos são outros e as loucuras cometidas parecem ser cada vez mais frequentes. É necessário também mudar a mentalidade das pessoas que ouvem estas histórias e que se deixam estar no silêncio. É tão culpado o assassino, como aquele que se remete ao silêncio com conhecimento de causa.

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