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justsmile

28
Abr22

Do estado de graça (#ounão) da gravidez

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(Imagem de Just Smile)

        Grávida de 25 semanas muitos continuam a dizer-me para aproveitar a gravidez. Quando ouço essas palavras nunca sei bem como as interpretar, o que é "aproveitar a gravidez?". Não me posso queixar muito desta fase da minha vida, não tive enjoos no primeiro trimestre (tirando uma necessidade absurda de comer de hora em hora para não ficar mal disposta), não tive sensibilidade excessiva a cheiros, não tive o sono repentino que tantas grávidas se queixam. Acho até que não tenho tido muitos dos habituais sintomas de uma grávida, o que tem feito com que esta gravidez esteja a ser bastante tranquila. Claro que tem os seus 'ses' e se o meu primeiro sintoma foram as insónias, a verdade é que estas se prolongaram para o segundo trimestre e têm-me deixado de rastos. É também verdade que já tomo três carteiras de magnésio por dia, que a barriga fica dura com mais frequência do que seria desejado. E é ainda verdade que a Ervilhinha está tão encaixada no fundo da barriga que o peso se torna maior, desconfortável e que as idas à casa-de-banho são uma constante, o miúdo lá acha que a bexiga é um bom colchão para se divertir.

       Tirando isso tudo, principalmente a sensação de exaustão com que ando, não considero que a minha gravidez esteja a ser complicada, mas também não lhe consigo ver o estado de graça que tanta gente me tenta transmitir. É giro ver a barriga crescer, é bom (depois de compreendermos) sentir o bebé mexer dentro da nossa barriga e de perceber que é estimulável a determinados sons, alimentos ou situações, mas não consigo encontrar o mundo maravilhoso que tantas vezes me tentam vender. A gravidez, para mim, é acima de tudo um estado constante de desconforto. Ora são as costas, ora a necessidade de comer, ora a vontade de ir à casa-de-banho, ora as dificuldades em conduzir, ora uma enorme lista de pequenas coisas que não me deixam sentir este estado de graça tão proclamado por este mudo feminino fora. Se adoro saber que estou a desenvolver uma vida dentro de mim? Claro que sim, já lhe sinto um amor difícil de expressar, mas não vejo o mundo cor-de-rosa que muitos livros, artigos e colegas me vendem. E volto a referir, acho que tenho tido muita sorte por todos os meus sintomas serem leves, da minha perspectiva.

         Sei que a minha realidade é diferente de muita gente, cada vez mais compreendo que uma grávida não é igual à outra e que o processo de gravidez é realmente muito diferente de mulher para mulher. Sei também que muitos dos sintomas são quase tabu e que só os passamos a conhecer quando os sentimos ou acabamos por confidenciar a alguém. Mas também sei que para mim a gravidez não está a ser com a sensação de "estado de graça", apenas está a ser uma fase da minha vida que me deixa imensamente feliz pelo que aí vem. E isso basta-me. Será que sou a única a achar que a gravidez não é aquele mundo cor-de-rosa que nos tentam vender?

28
Ago17

Vamos dar o nó #8 O vestido de noiva II

      - Clementina? És mesmo tu? - questionou a costeira do outro lado da rua enquanto ainda estacionava o carro. Não, a observação não era para mim, era para a minha mãe, cuja costureira tinha feito o primeiro vestido de noiva há quase quarenta anos. - Como me podia esquecer de ti? Foste a primeira cliente depois de ter começado a trabalhar por conta própria, depois vieram as tuas irmãs. E como estão elas? E como está a tua sobrinha?

      Como já tinha partilhado com vocês aqui, se alguma coisa estava decidida quanto ao vestido de noiva era de que seria feito numa costureira para manter a tradição de família. Assim, antes de ir experimentar vestidos fui falar com a senhora, não fosse ela já ter entrado para a reforma ou simplesmente ter deixado de investir o seu tempo em noivas. Tive a sorte de ainda reconhecer a minha mãe, iniciando uma conversa fiada sobre as suas vidas, em que eu fui mera espectadora. Falou-se de tudo e mais alguma coisa e até de divórcio se falou, até que a minha mãe usou as palavras sábias e cheias de orgulho "e agora estamos aqui porque é a vez dela casar.". Cheguei lá com uma ideia mais definida do que queria, levei as minhas inspirações afirmando que achava que este era o estilo mais apropriado para mim e que uma das coisas tinha a certeza, eu queria renda! Mostrei-lhe as minhas inspirações (como podem ver aqui a baixo) em que o Pinterest foi o meu melhor amigo.

    A senhora disse-me que sim, que já tinha feito deste género e até me mostrou alguns modelos já realizados. Informei-a então de que antes de escolher um vestido iria a duas provas de noivas experimentar alguns modelos quando para minha surpresa disse aquilo que muitas de vocês me tinham dito "experimenta vários modelos!". Na minha cabeça, sabia que este modelo era mais a minha onda de simples, relaxado, divertido e tinha tudo a haver com a minha cara, no entanto disse que sim e na primeira prova de vestidos fiz exactamente o que me tinham dito."Vais ver que vais com uma ideia e vens com outra", dizia-me toda a gente, mas estava realmente confiante que já tinha decidido mais ou menos aquilo que queria.

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       Cheguei à primeira loja, onde fui super bem atendida, por uma menina extremamente simpática e ela própria sugeriu-me experimentar alguns vestidos fora da minha zona de conforto. "Tem de experimentar tudo menina" disse-me ela quando falou num vestido em princesa e até num véu. Esta insistência de toda a gente usar a mesma frase estava-me a deixar confusa, até porque se há algo que costumo ser é muito decidida. Lá concordei e experimentei o primeiro vestido de noiva, antes de mais, as sensações que me percorreram o corpo foram do mais estranho que podem imaginar "Eu? Just, de noiva? Sou mesmo eu?". Há primeira vista não me consegui reconhecer no espelho, aquela não era eu, metida num vestido justo, com uma cauda e de saltos altos. De repente, caiu-me nos ombros a realidade. "Estou noiva. Vou casar." e ali, pela primeira vez senti-me nervosa. Um nervosinho por imaginar a cara da minha irmã e da minha mãe quando abrisse a cortina. Um nervozinho por realmente me ir casar. E um nervosinho por imaginar o noivo ao ver-me um dia assim vestida. O misto de pensamentos e emoções que me percorreram foram tão estranhos que só sorri quando os olhos da minha irmã e da minha mãe brilharam ao me ver.

      Depois da consciencialização do que tinha vestido, depois de interiorizar um bocadinho à força de que estou realmente noiva (acho que pela primeira vez uso tanto esta palavra) é que comecei realmente a reparar no vestido. Tinha a renda, que tanto desejava, mas o resto nada tinha a ver com aquilo que estava semi-idealizado na minha cabeça. Tinha a cauda que sempre tinha negado e estava tão justo ao meu corpo que realmente não dava para disfarçar que sou magra. No entanto, para grande surpresa minha apaixonei-me pela silhueta. Um sorriso surgiu-me no rosto, a renda era simplesmente maravilhosa, tinha um encanto diferente no próprio vestido, algo de que não estava à espera e apesar de não gostar de um ou outro pormenor, o vestido encaixava no meu corpo bem melhor do que algum dia tinha imaginado. Experimentei mais um e mais uns quantos vestidos, mesmo aqueles que tinha levado como referência, mas nenhum me fez ter a sensação que aquele. Adorei dois que estavam dentro do meu estilo, mas o primeiro vestido ficou-me na cabeça. Foi então que o caos se instalou, aquilo que tinha imaginado para mim era giro, ficava-me bem, mas não me tinha atraído tanto assim. Contudo, teimosa como sou estava na dúvida daquilo que queria, estava indecisa, não propriamente entre vestidos, mas entre modelos.

      Saímos da loja para almoçar no Food Corner e depois da minha irmã gozar com Ele ao dar-lhe como resposta, à questão "como era o vestido", que iria usar calças e camisola , apercebi-me que estava realmente indecisa e que na prova da tarde queria tomar uma decisão. Lá fomos as três para uma famosíssima loja de vestidos de noiva, em que não apreciei tanto o serviço, e voltei a experimentar os dois géneros de vestidos e voltei a ficar no meio da ponte. Um era aquilo que toda a gente esperava de mim, que era completamente a minha cara, mas o outro era diferente, ficava-me lindamente e era mais inesperado. Após várias experiências apercebi-me que não conseguiria optar por um modelo, iria dormir sobre o assunto, como disse a minha irmã.

      Cheguei a casa desiludida, sempre achei que iria encontrar O vestido à primeira e que quando o tivesse no corpo que saberia que era O Tal. Isso não aconteceu e senti-me desanimada, seria por isso uma noiva diferente? Experimentei vários vestidos, gostei de me ver com alguns deles e no fim fiquei indecisa entre um da manhã e outro da tarde. Não me parecia certo, até porque cada um deles tinha coisas que eu gostava e que desgostava. Terminei o dia a dizer que não tinha escolhido nenhum vestido e que teria de ir novamente em busca do vestido perfeito.

      Na manhã seguinte, depois de uma noite em que cada vez que acordava pensava em vestidos de noiva, acordei com o meu sobrinho a fazer barulho e do nada sabia como queria o meu vestido. Na minha cabeça, numa questão de (praticamente) segundos tinha conseguido visualizar o meu vestido de noiva. Era sem dúvida o primeiro que tinha escolhido mas com menos renda aqui, menos cauda ali, as alças assim-assim e o resto exactamente como estava. De repente o meu vestido estava decidido. Falei com a minha irmã e a minha mãe, partilhei a minha ideia e ambas disseram que seria perfeito. E foi depois de uma noite mal dormida, depois de um dia de provas de vestidos de noiva, que consegui 'desenhar' o meu vestido de noiva. Fiquei mais que feliz com a minha decisão, senti-me leve e decidida. Tive a sensação de "menos um problema" e, ainda, que finalmente estava a sentir-me uma noiva.

      Hoje, mais de uma semana depois de ter feito esta decisão, fico feliz por nenhum vestido se ter encaixado naquilo que idealizava, assim quando a costureira o tiver feito, tal como eu o imagino, terei a verdadeira sensação de uma noiva de "este é O vestido". Agora? Agora é só ir partilhar esta minha visão com a senhora que há quarenta anos fez o vestido de noiva da minha mãe.

      Agora sim, sou definitivamente uma noiva.

 

28
Nov16

Ainda estamos em Novembro...

(Imagem retirada daqui)

 

E eu já comprei quase todas as minhas prendas de Natal. Lamento dizer-vos, mas eu aproveitei a Black Friday e todas as promoções das últimas semanas para adquirir as prendas de natal. Até consegui mimar-me um bocadinho com coisas que há muito desejava mas que não tinha coragem de comprar. Comprei as prendas para os meus irmãos e cunhados, comprei a minha prenda de natal (cá em casa sou o meu auto-pai natal). Comprei os livros para os sobrinhos, o triciclo para o afilhado e até o bendito Workshop de Cupcakes me veio parar às mãos. Aproveitei todas as promoções e mais algumas, depois de ter andado sempre a comparar preços e sabem a melhor parte? Comprei tudo sem sair de casa, é que nem do sofá me levantei para comprar as coisas. Fica-me apenas a faltar a prenda dos meus pais e uns extras para os sobrinhos e só não comprei antes porque estes quero ver fisicamente, sou esquisita no que toda a dar prendas aos pequenos. 

Ele este ano fica sem prenda, ficou combinado entre nós que este natal a nossa prenda é juntar dinheirinho para a nossa viagem em Fevereiro, por isso não há prendas (apesar de na Black Friday lhe ter comprado roupa).

Por isso minha boa gente, estamos em Novembro e eu já tenho quase todas as prendas de natal prontas para serem embrulhas. Que feliz que estou!

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