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justsmile

10
Ago21

A saga da casa... #8

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          A construção da casa tem avançado a um bom ritmo, pelo menos para quem está de fora, pois para nós tem sido uma fase lenta e que poderia desenvolver mais rápido (por mim a casa já estava pronta!). As paredes estão finalmente levantadas e as áreas já estão definidas, começa a criar uma certa ansiedade ver a casa a ganhar formas, só quero ver tudo finalizado. Contudo, ainda temos um longo caminho pela frente. Esta semana ainda entrará o picheleiro para tratar de colocar os tubos nas paredes e na próxima, o maridinho e uns amigos, começam a tratar da electricidade. Quem ouve estas coisas até parece que a casa está pronta para ter os remates finais, mas ainda falta tanta coisa que se torna assustadora a lentidão com que realmente é finalizada, por isso tenho tentado abstrair-me dessa ansiedade e deixar as coisas ganharem forma por si só.

(Futuro Escritório, com uma junção de desenhos abstractos)

         Ainda estamos longe de ter janelas, apesar de já estarem contratadas, chão e afins. Mas as decisões de como queremos as coisas começam já a ser tomadas, onde fica este armário, onde será a localização dos candeeiros e todos os pormenores que exigem uma pré-preparação da estrutura. Ainda no fim de semana tivemos de decidir onde ficariam os portões da rua para poder ser construído o muro, se eu já tinha pensado nisso? Nem de longe, nem de perto, mas tivemos de tomar a decisão. Se eu sequer me lembrava de que é necessário escolher onde se ligam e apagam luzes? Onde se abrem estores das janelas e até se as luzes exteriores vão ficar bem aqui ou ali? Nunca me lembraria que esses pormenores eram propostos e decididos por nós, é nesta fase que as nossas decisões se tornam essenciais e às vezes tenho a sensação que ando ainda às escuras. Melhorei, sem dúvida que tenho melhorado na minha capacidade de 'visão' do futuro, pensando sempre na questão prática, mas a verdade é que acaba sempre por ser um bocadinho na base da suposição.

(Futura despensa/lavandaria e corredor de acesso da garagem à cozinha, com mais desenhos abstractos)

      Acredito que nesta altura o mais apropriado fosse contratar um designer de interiores, acredito que o trabalho deles fosse fundamental, mas temos um orçamento apertado que tem ficado cada vez mais limitado com o aumento dos preços dos materiais (maldito covid-19, que agora tem costas largas para tudo e mais alguma coisa!) e por isso não podemos estar a despender dinheiro, por muito que o desejássemos. É claro que temos sempre procurado conselhos das pessoas que têm mais prática, o trabalho d'Ele neste momento tem sido essencial e sei que muitas das decisões acabam por ser tomadas por Ele, apenas porque percebe mais da área, trabalha neste tipo de projectos e sei que as suas preocupações em volta da casa têm sido imensas, mas não tenho conseguido dividir com Ele funções, apenas por falta de conhecimento.

         Esta fase da construção tem uma certa dose de ansiedade, loucura e de stress. É quando o orçamento começa a ser apertado, quando começamos a ver como queremos realmente as coisas e como começam a ficar definitivas as decisões. É um processo um tanto ou quanto louco, nas últimas semanas têm me feito algumas perguntas sobre o processo de construir casa no Instagram, acho que um dia destes preparo um post só sobre isso, de alguém que não tem formação nenhuma na matéria, até lá continuem a colocar as vossas questões, seja aqui ou no Instagram.

 

 

02
Ago21

Vou voltar à escola, loucura?

(Imagem retirada daqui)

         Quando terminei o curso, em 2013, sabia que queria tirar o Mestrado. Não de imediato, pois queria experimentar o mercado do trabalho, mas que algures antes dos 30 anos gostava de ter isso realizado. Na minha cabeça, antes de casar, antes de ter uma casa e até antes de ter filhos. A verdade é que os planos nem sempre saem como imaginamos, as prioridades trocaram e apesar de se ter mantido um desejo meu, o Mestrado foi ficando para segundo plano, para "um dia". O tempo foi passando e com tanta coisa a acontecer nas nossas vidas o Mestrado nunca foi uma prioridade, aliás, na minha cabeça até estava engavetado num armário qualquer, bem escondido. Durante uma das nossas noites de conversas, entre mim e o maridinho, daquelas em que falamos dos planos financeiros e que fazemos pontos de situação, apercebemo-nos que neste momento descontamos imenso para IRS e que no contexto escolar o grau de Mestrado começa a fazer-me alguma falta, nomeadamente para dar formações de forma autónoma. Foi quando Ele sugeriu para me candidatar ao Mestrado, em mim abriu-se aquela gaveta que estava fechada há tantos anos e fiquei a ponderar se não seria uma verdadeira loucura. Com uma casa em construção que acaba por nos tirar algumas horas de sono, com trabalho extra até dizer chega para conseguir dar resposta a todas as contas que a casa nos apresenta e ainda com uma vida doméstica, onde iria eu conseguir encaixar horas para estudar e para assistir a aulas? Se era algo que queria muito? Sim, sem dúvida. Algo que me faria crescer a nível profissional? Nem sequer o posso questionar. Então porque não? Porque aqueles receios do desconhecido, que há tempos aqui falei, voltam sempre.

           Inicialmente, Ele sugeriu que era a altura ideal, que se haveria alguém capaz de o fazer era eu, Ele simplesmente deu-me a força e a coragem que precisava para dizer que sim, talvez até fosse possível. Talvez não da forma que tinha idealizado, até porque trabalhar continua a ser uma prioridade e neste momento até uma necessidade, mas que haveria de conseguir, se não em dois anos, talvez em três ou quatro, mas que iria conseguir. Ele conseguiu acreditar em mim como eu não o tinha feito, apesar depois se ter questionado, como questionei a mim própria, se iria aguentar com tudo. E foi quando dei o salto de olhos fechados, vamos a isso! Preparei tudinho e lá me atirei do penhasco, para ver se havia rede no fundo. Não sabia se entraria, havia a grande possibilidade de tal acontecer, mas nada estava dado como certo e foi então que vi COLOCADO. E aonde? Questionam-se vocês. No mesmo sítio onde tirei a minha licenciatura, àquele sítio que um dia disse que não queria voltar, que não queria reviver. E foi aqui que a parte racional de mim teve de trabalhar, para conseguir combinar a área de estudo que queria, com o meu emprego, as minhas horas extras, a minha vida familiar e ainda um Mestrado, a localização era realmente essencial e por isso, mesmo não tendo sido a minha primeira escolha emocional, tive de escolher a opção racional e optar por voltar à casa onde nasci como Terapeuta da Fala.

          Voltar à casa onde conheci algumas das minhas melhores amigas, é agridoce, mas as memórias que acabam por me assaltar a mente são as menos positivas. Não fui uma pessoa que viveu o 'espírito do ensino superior' da melhor maneira, demasiado focada em acabar e em desejar terminar o curso, eram realmente essas as minhas prioridades e pelo caminho senti-me muitas vezes injustiçada, incompreendida, por outro lado sei que foram todas as adversidades que lá vivi que me fizeram ser a pessoa que sou hoje. E hoje irei regressar uma pessoa totalmente diferente, mais confiante de si mesma, com um auto-conhecimento de quem sou e do que quero muito mais consistente, uma profissional com experiência e já conhecimento, mas... Mas lembro-me daquela miúda que passou o 3º ano do curso a fazer-se de dura e a chorar às escondidas, que no dia em que 'queimou as fitas' chorou de alívio por ter terminado um percurso tão duro e que saiu de lá com a necessidade de se encontrar. Não era o meu sonho um dia lá voltar, mas hoje matriculei-me e espero que tudo seja diferente e que o sonho seja igualmente concretizado. A seu tempo, sem pressões, sem enlouquecer, mas com a vontade e o desejo de um dia vir a ser mestre.

           Desejem-me sorte, porque tenho a certeza de que vou precisar e muita!

 

27
Set18

E no que te meteste agora Just?

       Ora bem, já não bastava ter mudado de emprego. Já não bastava trabalhar ao sábado. Como ainda não bastava fazer parte da Associação da terrinha. Achei por momentos que isto tudo era pouca coisa e ainda lhe quis acrescentar mais uma coisa. Coisa pouca certamente, nada de especial e de certeza que não me tomará muito tempo (denotem o tom de ironia nesta última frase). Aqui a Just decidiu meter-se numa pós-graduação e claro, entrou. Algo para ocupar os tempos livres, diriam uns. Algo para quem pode, diriam outros. Eu apenas digo, algo para os loucos!

      Não sei bem como vai ser a minha vida, sinceramente. Se nos últimos tempos já tem sido difícil gerir horários, estou para ver como vai ser a partir de agora e até Julho. Agradeço aos céus o marido fofinho e que sempre me apoia nestas minhas loucuras. Mas vá, deixando-me de queixumes, ando feliz e isto conseguiu contribuir ainda mais para a minha felicidade (apesar de a viagem a Nova Iorque ter acabado de ser investida numa pós-graduação... Oh tristeza!).

         Desejem-me sorte!

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