(Imagem retirada da Internet)
É fácil de percebermos quando atingimos o limite de algo físico. Sabemos que atingimos o limite do cartão de débito quando este diz que não podemos fazer a compra por falta de saldo. Sabemos que não podemos realizar chamadas porque atingimos o limite de dinheiro no telemóvel. Sabemos até o limite de roupas que cabem no guarda-fatos, ou a quantidade de água numa panela de sopa quando começa a ferver. Mas como sabemos quando nós próprios atingimos o limite das nossas forças? Ao contrário do resto não me parece ser tão linear assim, tão preto no branco, mas mais um cinzento inconstante que nunca me deixa saber quando estarei perto do limite.
Existirão sinais para saber quando estamos a atingir o limite das nossas forças? E se atingirmos? O que acontece? Será possível existir uma equação matemática que nos informe que estamos perto dos nossos limites? Poderia ser X a multiplicar por Y, situações desagradáveis, corresponder a Z que determinaria as horas, dias, semanas que nos levarão a atingir o máximo das nossas capacidades. Já o Johnny Depp dizia que nós não conhecemos a nossa força, até ser forte ser a única opção. Mas então, simplesmente não nos conhecemos num todo.
Durante a minha vida considerei-me uma mulher forte, uma adolescente forte, uma criança forte por tantas adversidades que tive de passar nos últimos 15 anos (mais de metade da minha vida). Fui forte para a minha mãe, fui forte para a minha casa, fui forte para acabar o curso, fui forte para passar o primeiro desemprego, fui forte para ver o meu pai emigrar e fui forte para 'ver' a minha avó falecer. Mas agora? Agora sinto as forças dissiparem-se. Como sei que realmente estou no limite das minhas forças? Será a falta de paciência um sinal? Será o quase não suportar ouvir a avó murmurar as rezas a todo o momento? Será até o barulhinho irritante do funcionamento da televisão que me estão a dar sinal de alerta? Para mim até o maior sinal é quando surge algo, já pensar 'ora, já vem mais uma. tenho costas largas e tenho.', já não há reacção. E onde deveria haver reacção há um vazio por preencher, uma lágrima que já corre sem se notar e um cansaço que me tira o sono. Este sim, é um sinal de alerta. Mas então? Será que existe uma linha invisível entre o limite da sanidade e da loucura? Como sei que já não coloquei um pé no lado de lá. Como terei a certeza de que estou num estado de desequilíbrio tal que me tende para a loucura? E como sei, agora, neste preciso momento, que me mantenho saudável mentalmente? Se há um limite visível para tanta coisa, porque não há para estes estados sentimentais que não têm palavras para a sua definição?
Serei só eu que não consigo compreender as limitações de dois mundos invisíveis e que de momento não sei em qual me encontro?
P.S.: Este era o pensamento da noite passada. Hoje estou no cinzento, mas bem, apenas a desabafar com vocês.