As vinhas de La Templanza (3/12)
(Imagem retirada daqui)
Este foi o primeiro livro de 2021 que me deixou ansiosa pelo próximo capítulo. Já há alguns anos que tinha lido María Dueñas e tinha adorado "O tempo entre costuras" e perdido um bocadinho do entusiasmo pela sua escrita em "Recomeçar", no entanto dei esta nova hipotese ao ler "As vinhas de La Templanza" e não fiquei nada desiludida. Com este livro voltei a viajar no tempo, a viver outras vidas e outras peles, a conhecer um bocadinho mais sobre a história de Espanha e sobre o mundo, tal como está agora e de como viemos aqui parar. Este livro de María Dueñas deixou-me a ansiar pelas novas páginas e li-o no mínimo de tempo possível que a minha vida permitiu.
Mauro Larrea vê a vida pela qual batalhou tanto, virar-se do avesso por causa de uma falha, de um momento infeliz, de uma aposto com todas as fichas disponível. De repente, tem de procurar soluções inesperadas e essas não passam pelo conforto do México. Mauro atravessa o oceano até Cuba e depois até Espanha, regressando à pátria que um dia tinha abandonado. A vida desta personagem nunca foi fácil, mas numa questão de poucos dias as complicações surgem na sua vida em cascata. E quando conhece Soledad as coisas não se simplificam, muito pelo contrário, os problemas acumulam-se sem terem vista uma solução, acabando por se envolver em dramas que nem são os seus.
Este é um livro que me devolveu a ansiedade em ler, em virar a página e compreender o que se estava a passar, algo que ainda não me tinha acontecido em 2021. Ao ler este livro voltei a apaixonar-me pela escrita da autora e a desejar que o livro não tivesse um fim, de forma a absorver cada bocadinho daquelas vidas. Valeu a pena, com um final inesperado (e se calhar até esperado), mas que me permitiu voltar ao desejo da leitura.