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justsmile

21
Set21

As vinhas de La Templanza (3/12)

(Imagem retirada daqui)

        Este foi o primeiro livro de 2021 que me deixou ansiosa pelo próximo capítulo. Já há alguns anos que tinha lido María Dueñas e tinha adorado "O tempo entre costuras" e perdido um bocadinho do entusiasmo pela sua escrita em "Recomeçar", no entanto dei esta nova hipotese ao ler "As vinhas de La Templanza" e não fiquei nada desiludida. Com este livro voltei a viajar no tempo, a viver outras vidas e outras peles, a conhecer um bocadinho mais sobre a história de Espanha e sobre o mundo, tal como está agora e de como viemos aqui parar. Este livro de María Dueñas deixou-me a ansiar pelas novas páginas e li-o no mínimo de tempo possível que a minha vida permitiu.

        Mauro Larrea vê a vida pela qual batalhou tanto, virar-se do avesso por causa de uma falha, de um momento infeliz, de uma aposto com todas as fichas disponível. De repente, tem de procurar soluções inesperadas e essas não passam pelo conforto do México. Mauro atravessa o oceano até Cuba e depois até Espanha, regressando à pátria que um dia tinha abandonado. A vida desta personagem nunca foi fácil, mas numa questão de poucos dias as complicações surgem na sua vida em cascata. E quando conhece Soledad as coisas não se simplificam, muito pelo contrário, os problemas acumulam-se sem terem vista uma solução, acabando por se envolver em dramas que nem são os seus.

          Este é um livro que me devolveu a ansiedade em ler, em virar a página e compreender o que se estava a passar, algo que ainda não me tinha acontecido em 2021. Ao ler este livro voltei a apaixonar-me pela escrita da autora e a desejar que o livro não tivesse um fim, de forma a absorver cada bocadinho daquelas vidas. Valeu a pena, com um final inesperado (e se calhar até esperado), mas que me permitiu voltar ao desejo da leitura.

14
Set21

Nº44 Um Estranho Misterioso (2/12)

(Imagem retirada daqui)

       Não conhecia a escrita de Mark Twain, conhecia o nome e já o tinha ouvido como uma referência de escrita, mas a verdade é que nunca tinha lido um livro dele. É claro que todos conhecemos uma das suas personagens mais conhecidas, Tom Sawyer, mas pouco mais sabia sobre o autor. Até que meti na cabeça que teria de ler mais um autor clássico e lá fui eu, em busca de um novo livro. Não sabia bem o que esperar, mas de olhos bem abertos lá comecei a ler este livro do autor.

        A escrita é uma mistura de fantasia com factos reais da época, uma mistura de conceitos religiosos com conceitos de feitiçaria, em que Nº44 (este é mesmo o seu nome) entra num castelo onde todos são estranhos, mas ele é a personagem mais misteriosa de sempre. É um livro um tanto ou quanto confuso, admito, talvez até porque demorei uma eternidade a terminá-lo (não estará isso a acontecer com todos os livros que leio este ano?). O livro não me captou a atenção suficiente para o querer devorar, contudo não desgostei do livro. Gostei desta mistura de fantasia com realidade, de preconceitos com magia, de ficção com acção. 

          Não é um livro pelo qual me tenha apaixonado, mas não me arrependo de o ter lido.

06
Set21

Feira do Livro do Porto: E o Covid-19?

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       Como manda a tradição aqui de casa, este ano voltamos à Feira do Livro do Porto.  No últimos anos temos ido sempre no primeiro fim-de-semana da Feira, por uma simples razão, conseguir comprar os melhores livros em segunda-mão nos alfarrabistas. Nos últimos anos tenho encontrado verdadeiras pechinchas a bons preços, tenho vindo sempre com uma sacada de livros a bons preços, apenas porque vou nos primeiros dias da Feira. Este ano achei que iria acontecer exactamente a mesma coisa, mas errei

       No ano passado, quando fui à Feira do Livro do Porto, admito que estava receosa, era o primeiro evento com muita gente que ia desde a presença do Covid-19 nas nossas vidas, mas correu tudo tão bem que achei que este ano ainda fosse sentir-me mais à vontade, afinal as regras tem vindo a ser diminuídas com o tempo e eu tenho tentado implementar na minha vida alguma normalidade. BIG MISTAKE! Fomos no primeiro sábado da Feira, por norma não costuma ter muita gente de tarde e ao final da tarde (mesmo em tempos considerados normais), mas o nosso erro foi considerar que as coisas iriam estar iguais ao ano passado ou a uma 'época de normalidade' anterior. A verdade é que estava imensa gente. Na entrada vimos o limite máximo de 1000 pessoas no espaço e entramos imediatamente, achando que iríamos encontrar a tranquilidade que conhecíamos, mas não. Estava imensa gente, quando digo imensa refiro-me a mesmo muitas pessoas nos espaços e bancadas de livros. Tentamos começar o nosso percurso, mas em qualquer espaço as normas de distanciamento, de percurso e até de educação não estavam a ser mantidas. Era praticamente impossível chegar às bancas, mesmo daquelas editoras tão pouco conhecidas, e quando chegávamos existiam encontrões e uma falta de respeito enorme. As setas no chão para a direcção pouco eram respeitadas e mesmo ao tentarmos pagar as pessoas não se mexiam, fosse para chegarmos ao vendedor, ou até para pormos o código de multibanco.

       Ao fim de quatro bancadas, uma tentativa inútil de ver livros nos alfarrabistas e com poucas compras desistimos. A confusão de pessoas, os empurrões e a falta de respeito começou a desenvolver em mim uma ansiedade que me provocou dores de cabeça (e não tenho dores de cabeça com frequência). Ou sou eu que já não sei estar no meio de tanta gente, provavelmente também é verdade, ou as pessoas perderam totalmente a noção do que são as boas regras de educação e cidadania. Não sei se era por estar mau tempo para as pessoas irem para a praia, se por ser o final do mês, se os últimos dias de férias de alguns por que a li passavam ou até se a pandemia levou tanta gente a começar a ler, mas a verdade é que nunca, NUNCA tinha visto tanta gente numa Feira do Livro. De uma forma a despachar os livros do dia que tinha visto no Facebook da Feira, dirigi-me às duas editoras que procurava e vim-me embora. 

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        Nunca tinha trazido tão poucos livros da Feira do Livro e só dois deles foram realmente a um bom preço, os outros vieram porque me chamaram à atenção e por pura "gula", até porque nem tive oportunidade de procurar as minhas pechinchas de 5€. "A Amiga Genial" e "A Arte Subtil de Saber Dizer que se F*da" já há algum tempo que os desejava e estavam como livro do dia nas suas editoras (se virem bem aqui só estão duas editoras) e por isso foram uma boa poupança, mas tirando isso não aproveitei rigorosamente nada. Uma das coisas que mais gosto de fazer na Feira do Livro é encontrar essas pechinchas, passar por todas as bancas, conhecer novos autores, mas a verdade é que não encontrei nem vi nada, simplesmente porque não tive a oportunidade.

      Se poderia voltar à Feira? Poderia, mas senti-me tão desconfortável (e Ele também) que ao fim de uma hora viemos embora, desiludidos e sem vontade de voltar a repetir a proeza. Por momentos, se não fossem as máscaras, pensava que o Covid-19 tinha totalmente desaparecido, que em seu lugar tinha apenas ficado um egoísmo que esqueceu as regras básicas da boa educação e que me impediu de dar um dos passeios que mais gosto, percorrer a Feira do Livro. Ao vir embora vimos que a Feira tinha fechado a entrada devido a ter enchido a totalidade de pessoas no espaço, a fila já era enorme para entrar e eu só pensava em quantas pessoas se teriam arrependido de lá pôr os pés, tal como eu.

        Para o ano haverá mais Feira do Livro do Porto, certamente, só espero que compense a desilusão deste ano.

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