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14
Fev24

(Re)Apaixonar e (Re)Amar

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       O amor assume várias formas na nossa vida, todas elas dignas de se chamarem amor. Através de um gesto, de uma palavra, de um abraço, de um serviço ou até no silêncio. O amor tem o seu jeito peculiar de nos criar mil emoções, borboletas na barriga, até sorrisos parvos quando vemos uma mensagem ou o aconchego no coração num momento de aperto e por sabermos que temos alguém ao nosso lado para nos apoiar. O amor não é linear e bendito seja por isso. O amor é uma montanha russa e acredito que ao longo do tempo existam momentos em que nos voltamos a apaixonar pela mesma pessoa, por aquela que está sempre ao nosso lado, mas que a vejamos sobre uma nova perspectiva. Juntos há mais de dez anos e já quantas vezes me voltei a apaixonar! Sim, pela mesma pessoa, por Ele que sempre esteve aqui, Ele que me ensina tantas coisas e tantas formas de amor e de amar. São mais de dez anos a ser o apoio mútuo um do outro, a motivação para ser mais e melhor, o alicerce para enfrentar novas batalhas. O amor, esse nunca se extinguiu, muito pelo contrário, cresceu, aumentou com o tempo, mudou a sua forma e se em alguns momentos encontrou o seu equilíbrio, noutros mostrou uma nova forma de paixão, de ternura, de amor crescente. É possível voltarmos a apaixonar-nos sem nunca o termos deixado de fazer, basta um novo olhar, uma nova surpresa, num dia banal, num dia normal. Dou por mim muitas vezes com a sensação de que me voltei a apaixonar por Ele, vezes e vezes sem conta, e Ele nem se apercebe, simplesmente porque vi algo novo na sua essência. Algo novo que surgiu, que se calhar ainda nem tinha reparado, mas que me faz voltar a sentir as borboletas na barriga, assim, algo simples num dia normal. E assim volto a (re)apaixonar com um novo olhar sobre a pessoa de sempre.

        Sei que é dia dos namorados e eu nem sou dada a essas coisas, mas não é sempre bom falar de amor?

01
Fev24

Ser mãe e pai nos tempos modernos

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        Um das frases que mais ouvimos enquanto pais, de outras pessoas mais velhas, é "no meu tempo não era assim", "eu já eduquei os meus filhos e isso é assim", "no meu tempo é que era difícil". Como se a parentalidade fosse medida e quantificada em níveis de dificuldade com o passar dos anos. Como se a parentalidade fosse ficando mais fácil com o desenvolvimento da sociedade. Como se as estratégias que foram usadas há 20 ou 30 anos fossem perfeitamente aplicadas nos dias de hoje. Olhando à minha volta, à minha realidade e à de tantos outros pais, ouvir estes comentários só me parece absurdo. Apenas penso que quem os diz está completamente alienado da realidade.

       O desenvolvimento da sociedade, se trouxe muitos ensinamentos novos para a parentalidade, veio também trazer muita coisa negativa pelas quais os nossos pais não tiveram de passar. A redução do tamanho da família veio trazer o diminuído contacto com crianças entre gerações, veio aumentar as expectativas que os pais depositam nos filhos, já para não falar das redes sociais. Essas vieram trazer um nível de comparação constante, o contacto insano com informações contraditórias de como devemos ser pais, de como devemos tratar os nossos filhos, o que fazemos de errado e outras tantas questões que pouco ajudam os pais de hoje. As informações vieram deixar-nos confusos, receosos e com o constante pensamento de "mas estou a fazer bem", algo que outras gerações nem tinham em que pensar. Isto, sem esquecer das mães perfeitas, empreendedoras, donas de casa e com vidas super giras que conseguem fazer tudo.

        Ser mãe e pai nos tempos modernos é uma tarefa árdua. A sociedade coloca-nos pressão em todos os campos da nossa vida, ter de ser bom profissional, bom companheiro, cuidar de nós, ser bom filho, amigo e principalmente bom pai e mãe. Como se fosse tudo bastante fácil de atingir e se não o conseguimos é porque não o queremos ou porque não nos esforçamos o suficiente. Ser mãe e pai hoje em dia é uma realidade que só eles próprios conhecem e a verdade é que nenhuma geração anterior viveu com tanta informação, tanta pressão profissional e com tanto trabalho pós-laboral (e nisto não estou a incluir as tarefas da rotina diária). Os "antigos" esquecem-se que os seus trabalhos eram das 9h às 17h e que chegavam a casa e tinham apenas as tarefas domésticas e os filhos para cuidar, hoje? Quantos não são os pais que têm o mesmo horários, as tarefas domésticas, os filhos e depois de ainda os deitar têm de trabalhar no computador? Quantos não são os pais que têm mais que um trabalho para conseguirem suportar as despesas dos dias que correm? Coisas com que os "antigos" não sofriam tanto. Se tinham menos? Tinham. Se ganhavam menos? Também, mas a vida também era mais barata, com menos acessibilidade e com menos coisas. Hoje temos tudo, mas não temos tempo.

       Ser pai e mãe nos tempos modernos é também aprender a lidar com uma culpa (in)consciente de que o tempo corre e de que podemos não dedicar o tempo suficiente aos nossos filhos. Que exigimos demasiado de nós e dos nossos filhos. Que deveriamos saber mais, quando na verdade sabemos o suficiente. Que deveriamos ser mais, quando para eles somos tudo. Mas também há coisas boas em ser pai e mãe nos tempos modernos. A dedicação que sabemos que temos de dar aos nossos filhos, o tempo que lhes dedicamos quando estamos verdadeiramente presentes, o saber que temos de brincar para que cresçam saudáveis. A ideia de que a criança pode e deve fazer parte das nossas rotinas e não apenas se isolar no seu brincar, que explorar, experimentar e sujar são coisas saudáveis. Algo que os "antigos" não sabiam, não nos impedia de desenvolver de forma saudável, mas hoje, enquanto pais, podemos ser mais conscientes. Mais conscientes das palavras que usamos e do que não queremos ser enquanto pais. 

          Ser pai e mãe é uma tarefa árdua nos tempos modernos, mas também acho que não há melhor altura para ser pai e mãe do que o agora. E a vida antes não era fácil? Sei que não, mas acreditem ou não, penso que a coisa não melhorou, só piorou. Ainda assim, somos capazes de ver as coisas com outros olhos. Ser pai e ser mãe hoje é uma verdadeira aventura.

24
Jan24

Nos dias de sol

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       Nos dias de sol sinto a minha energia renovada, principalmente quando surgem depois de vários dias cinzentos e chuvosos. Nos dias de sol sinto a esperança, a vontade de fazer mais e melhor, de conseguir mudar as coisas para algo mais positivo. Nos dias de sol sinto-me mais motivada, mais alegre, com o desejo de desenvolver coisas novas e de crescer mais um bocadinho. 

       Eu sei que para apreciarmos os dias de sol precisamos de passar pela chuva, pelo cinzento e pelo peso de um dia nebulado, mas por mim havia sempre sol. A vida é mais alegre com sol, menos carregada, menos pesada. Os problemas parecem trazer consigo uma energia menos negativa, as soluções parecem ser mais fáceis ou simplesmente torna-se mais acessível o pensamento de que há coisas que não têm propriamente solução. Os dias têm sido cinzentos, no sentido literal e não literal da palavra, e estes dias de sol ajudam a renovar as energias. Não preciso de mais nada para reestabelecer as minhas energias, bastante-me uns dias de sol.

 

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