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justsmile

10
Fev20

O Tatuador de Auschwitz (2/12)

       Há muito tempo que não lia um livro tão rapidamente. Nos últimos meses tenho lido alguns bons livros, mas nenhum me chocou tanto, mexeu tanto com as emoções como O Tatuador de Auschwitz. Este é um livro, baseado em factos reais, que nos faz lembrar os horrores dos campos de concentração Alemães. Onde viver ao lado da morte iminente, da fome e das doenças é já uma naturalidade. Onde o instinto da sobrevivência se sobrepõe a tudo o resto, mesmo que seja para fazer de conta que se ajudam os Alemães a matar mais uns quantos judeus. Esta história chamou-me à atenção pelos dilemas éticos que a própria personagem principal tem, desde da repugnância que sente ao invadir o corpo das pessoas com um número, até ao momento em que isso passa a ser algo normal, da sua rotina diária. Lale chegou ao campo como qualquer outro prisioneiro, mas quis as estrelas que no meio de toda aquela desgraça ele conseguisse ter alguns privilégios ao tornar-se o tatuador dos demoníacos números. Usa os seus privilégios para se ajudar, mas também para auxiliar os amigos e até os conhecidos, dando um pouco mais de comida ou conseguindo algum tipo de medicação. Coisas simples, mas que para quem vive no terror iminente da morte, é essencial. 

         É no meio de tanta desgraça, num dos locais mais assustadores do mundo, que Lale se apaixona por Gita. É esse amor que os faz manter o instinto de sobrevivência até ao fim, a necessidade um do outro serve de escape, por mero minutos, para um mundo longe dali, em que existe a palavra 'futuro'. O livro conta a história de sobrevivência de Lale e de Gita que, contrariamente a tantas outras histórias sobre esta guerra, encontra um final feliz, talvez por destino, talvez por algum tipo de intervenção divina, mas que nos faz sorrir. A história de Lale e Gita perdura uma vida inteira e faz-nos acreditar que o amor é a chave para a nossa sobrevivência.

       Adorei o livro, simples, mas poderoso. É de leitura leve, mas que nos faz questionar a todo o momento sobre como algo tão horrível conseguiu existir na nossa humanidade. Faz-nos também reflectir para onde vamos, mas faz-nos ainda mais desejar que nada do que aconteceu nesta época se volte a repetir.

 

25
Jul16

Quererá Trump a 3ª Grande Guerra?

(Imagem retirada daqui)

 

As notícias sobre as eleições nos Estados Unidos da América têm-me assustado imenso. Uma questão de quase puro terror. Trump à frente dos Republicanos faz-me apenas lembrar uma personagem da história mundial 'Herr Hitler'. Que diferença temos entre eles? Poucas encontro, na verdade, e as semelhanças são abomináveis. 

Sei que somos um povo esquecido de natureza. Sei que os Estados Unidos da América não são famosos pela sua grande capacidade intelectual. Mas será que há pior cenário que Trump ganhar as eleições? Em muito pouco as ideologias de Trump são diferentes das de Hitler. Não gosta e é contra os homossexuais (apesar de no último discurso ter contrariado as suas afirmações anteriores sobre a temática). Quer eliminar os emigrantes do país, construir um muro na fronteira com o México, assim como tornar o mundo cor-de-rosa em que as "mamãs" cuidam dos seus bebés e maridos em casa e em que todos serão felizes para sempre. Tudo isso acontecerá quando emigrantes saírem do país, como é óbvio. Além de que o senhor inventa estatísticas, reforça números de criminalidade que não existem e ainda faz referências a factos não apurados e até inexistentes.

E agora questiono-me, onde estarão os americanos com a cabeça? Depois de ter lido um comentário de um americano afirmando que Hillary era mil vezes pior que o Trump, cheio de argumentação estranha, que fiquei em choque. Afinal ainda há uma possibilidade, que considerava inexistente, deste senhor ganhar as eleições. Se (e espero que se fique apenas pelo 'se') Trump ganhar, parece-me que a probabilidade de uma 3ª Guerra Mundial é enorme. Se virmos bem, os passos que ele quer tomar em pouco são diferentes daqueles que deram origem à 2ª Grande Guerra. Trump está definitivamente a preparar uma guerra e sinto-me como mera espectadora de um filme.

Isto mete-me medo, muito medo.

 

08
Jan16

A publicação de Mein Kampf na Alemanha é boa ideia?

(Imagem retirada da Internet)

 

'Mein Kampf' ('A minha luta'), livro escrito pelo 'criador' do nazismo, Adolf Hitler, foi republicado esta sexta-feira na Alemanha ao fim de 70 anos (notícia aqui). A primeira coisa que me passa pela cabeça é 'será boa ideia?'. O livro que foi proibido na Alemanha logo após a II Guerra Mundial, que defendia os extremismos e a aspiração a um mundo de raça ariana, foi novamente lançado. Uma espécie de bíblia para os neo-nazis, volta a surgir na língua alemã (apesar de nos outros países sempre ter existido em inglês) e defende a editora que é para desmascarar as ideologias nazis. Mas será mesmo assim que funcionará?

Os livros 'são perigosos, fazem pensar' li um dia, mas neste caso acho que simplesmente irão apoiar mentes perturbadas, que precisam de acompanhamento psicológico. Pode realmente existir a outra vertente, de que afastará e aumentará a repulsa por este homem (poderemos chamar-lhe assim?), mas tenho a sensação de que não é correcto. Estamos num mundo já tão doente de valores, tão carenciado de compreensão que ao fornecer-lhe um livro em que tudo isso é invertido a favor unicamente de uma raça, parecerá que o tornaremos ainda mais doente. Sei que todos os livros poderão ser mal interpretados, thrillers podem originar serial killers, romances tornarem as pessoas obsessivas e ciumentas, mas não estaremos a dar um gatilho para os neo-nazis? Não estaremos a apoiar uma ideologia doentia, que apesar de todos os combates contra ela, continua viva e espalhada por todo o mundo? Sim, já sei, não é o lançamento do livro que mudará a mente das pessoas sãs, mas não será o livro que em 1933 se tornou tão popular uma forma de propagação de uma doença mental?

É necessário lembrar que Hitler tomou a Alemanha numa época de crise, em que os próprios alemães passavam dificuldades financeiras devido à entrada de muitos emigrantes no seu país que conseguiram safar-se melhor do que os próprios alemães, afinal terão trabalhado para isso. Se virmos bem as coisas, não estará a Europa a passar por uma situação um tanto ou quanto semelhante? Não estaremos nós, com a nova divulgação do livro, a confundir ideais na cabeça das pessoas que passam por dificuldades no seu próprio país? As pessoas, por muito que digam que não, são facilmente influenciadas em momentos de crise (basta ver os nossos jornais) e a facilidade com que perdem a cabeça é enorme e ainda lhes vamos dar mais uma munição?

Sinceramente? Tenho medo do que este livro poderá lembrar ao povo alemão que já por duas vezes abriu guerra ao mundo, ao alemão e a todos que ouvem estas notícias. Por algum motivo este livro estava proibido no país, por algum motivo ele deveria continuar isolado e fechado a sete chaves, mais que não seja para não criar alaridos de volta de argumentos tão irrealistas e incompreensíveis como os de Hitler. Sim, já sei o que pensam, quem quisesse ler, leria na mesma, quem já for neo-nazi continuará a ser, mas lembrem-se: As palavras mudam as pessoas e os livros mudam vidas.

 

E vocês que acham?

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