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justsmile

20
Ago16

Há festa na aldeia

(Imagem retirada daqui)

 

De manhã, logo pela manhã, os foguetes fazem-se estourar no ar. Está oficialmente aberto o fim-de-semana de romaria na terrinha. As primeiras barraquinhas de doces começam a montar as suas montras e as mulheres da terra vão assear as campas com as flores mais bonitas e as velas mais caras. 

É com o som dos bombos que acordo, sei que estão prestes a chegar a minha casa e que a minha mãe irá a correr para o portão para atirar algumas moedas no saco vermelho sem fundo. É dia de festa e as cabeleireiras ficam cheias, há uma azafama no centro da aldeia, de senhoras para lá e para cá e cantores em cima do palco a experimentarem os microfones com 'um, dois, três, teste, teste'.

Os emigrantes já cá estão todos, com as suas matrículas coloridas a fazerem pandã com a roupa. Enchem a igreja na hora da missa como poucas vezes enche e são os primeiros na fila para assistirem à procissão das velas em honra da senhora. Uma procissão que trás luz às ruas com pouco movimento e que se ouvem as preces em voz alta de quem durante um ano andou a pedir milagres à senhora e agora os vem agradecer. Mas é depois da parte religiosa que a festa começa. Os mordomos da festa andam de um lado para o outro atarefados para que tudo fique perfeito. O povo cruza-se com amigos que não vê há anos. Há abraços sinceros de saudade, há sorrisos sentidos e puros e a conversa é colocada em dia enquanto o pé bate ao som da música pimba, que não pode faltar numa romaria. A noite termina com o tradicional fogo de artifício, apesar de pouco, enche o céu de cores e que faz as pessoas baterem palmas no fim.

A festa fica adormecida por poucas horas, de manhã cedo a banda filarmónica desfila nas ruas e a missa é transmitida em alto e bom som para toda a terrinha conseguir ouvir. Depois de um almoço farto e em família, os santos saiem à rua. Cada um mais bonito que o anterior e adornados com as mais belas flores, colorindo a festa e a procissão. As senhoras vestem os seus melhores vestidos que são só usados em dia de festa e têm o maior dos cuidados com os cabelos e os saltos altos nos paralelos. É no fim na igreja, quase vazia, rodeada de flores e de santos que me sinto tranquila, em paz e agradecida por mais um ano. É no fim que me lembro de que devido àquela festa eu e Ele nos cruzamos na vida. É graças a termos sido mordomos nesta festa que entramos na vida um do outro. Só por isso já tenho muito a agradecer à senhora.

Hoje há festa na aldeia!

23
Jun15

Oh meu rico São João!

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Oh meu rico São João faz com que o tempo esteja bom para poder apreciar o teu serão.

Com a sardinha na mão conseguir ver o teu balão a subir sem parar.

Para o fogo não me assustar e ainda assim desfrutar da bela paisagem que me dás.

Deixa o manjerico apanhar bom ar para que a cascata não se desmonte.

Dá-me ainda bom tempo para aproveitar a Bugiada que está a ficar mais do que famosa e nenhum escaldão apanhar.

Bom São João.

 

P.S.: Não rima, nem tentei rimar, que o meu jeito para a coisa é mais que terrível!

 

25
Mai15

Bah! Intolerância à lactose!

(Imagem retirada da Internet)

 

Há uns tempos apanhei a rica de uma virose na clínica onde trabalho, que me deu a volta à barriga e me obrigou a faltar ao trabalho. Só me apetecia comer bolachas de água e sal e beber chá. Desde essa altura nunca voltei a ficar bem a nível intestinal e procurei duas vezes o médico. Na última dessas consultas descobri que, após tanta sensibilidade intestinal provocada pela virose, fiquei com uma intolerância à lactose. A minha cunhada há anos que sofre desta causa, muito mais grave que a minha, e na altura nem me preocupei muito com o assunto. Comecei a ter mais cuidado com o que comia, leite para mim agora sem lactose e passei a comer poucos derivados do leite por dia para não ficar mal e ir a correr para uma casa de banho cheia de dores. Sei que existe uma enorme discussão sobre a necessidade humana de em idade adulta ainda se beber leite, mas hoje não discutirei tal coisa. 

Desde esta minha descoberta que também tenho vindo a aprender sobre a quantidade absurda de alimentos que contêm toneladas de lactose. Desde fiambre, a pequeninas bolachas deliciosas. A maioria não me faz qualquer tipo de reacção a não ser que experimente um bocado de tudo e os níveis de lactose no meu sistema sejam imensos. Comer gelados para mim, tornou-se uma verdadeira aventura, algo que adoro devorar e que agora só consigo partilhar. Ontem foi a primeira vez, desde que descobrir este problema, que fui a uma festa. Uma comunhão numa quinta com o mais variado tipo de pratos e doçarias. Resultado? Aqui a Just mal tocou nos doces com os quais adora deliciar-se simplesmente porque 90% da doçaria contém elevados níveis de leite. Fiquei extremamente desconsolada. Comi frutinha, provei um bocadinho de bolo aqui e ali, mas não me consolei como desejava. Ainda por cima Ele não parava de se deliciar com aquilo que eu apenas ficava a olhar. Acho que nunca mais vou ser a mesma em festas, sempre com o receio de me sentir mal em plena festa. A verdade é que apesar de ter vontade de comer mais uns docinhos, só de saber o que aquilo me poderia provar eu perdia o apetite, e a minha intolerância não é assim tão grave, imagino como será para a minha cunhada.

Se já tinha pena da minha cunhada, agora que o sinto na pele, sinto uma enorme simpatia para com a mulher! Haja coragem para se ser intolerância à lactose e ver as coisas a passarem-nos à frente dos olhos e apenas engolirmos a saliva que se cria na nossa boca.

 

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