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justsmile

08
Out18

Ressacar do fim-de-semana

(Imagem retirada daqui)

 

       Não costumo ter a sensação de ressaca do fim-de-semana.

       Há fins-de-semana que são mais ocupados que outros, há alguns em que nem sequer descanso ou que nem uma hora extra consigo dormir, ainda assim as segundas-feiras não costumam ser os dias mais dolorosos da minha semana. Mas esta segunda-feira está a ser extremamente dolorosa, não estou a conseguir lidar com o facto de entrar ao trabalho às 8h30 da manhã. Não estou a conseguir lidar com o facto de ter dormido mal durante a noite (algo que tem acontecido com alguma frequência ao domingo) e nem sequer estou a entrar no ritmo de uma segunda-feira normal. E imagino porquê, porque este fim-de-semana foi o mais descontraído que tive nos últimos tempos. O feriado veio dar-me as horas de sono que há muito tempo desejava (dormi perto de 11h seguidas) e que nem me lembro de ter ao longo do último ano, veio-me dar a tarde de séries e mesmo saindo de casa não houve a necessidade de fazer corridas contra o tempo. O sábado, que se avizinhava de muito trabalho, foi mais curto do que imaginava e deu para relaxar e ainda ficar a decidir as fotografias do casamento para o álbum, sem stresses, sem correrias e sem horários loucos e com mais uma boa quantidade de horas de sono. E se o domingo foi passado fora de casa, também não houve correria, nem nada que se lhe parecesse e foi isso que tornou este fim-de-semana tão estranho. O meu corpo já está de tal forma habituado à correria, ao trabalho constante que quando consegue desligar durante três dias, voltar à rotina torna-se numa verdadeira tortura... Serei só eu assim?

16
Ago18

Check list do feriado

(Imagem retirada daqui)

 

      Falar e escrever sobre os nossos problemas sempre nos ajudou a lidar com eles de uma melhor forma. Fazer listas também ajuda a manter a organização e a gerir melhor o tempo. Nos últimos tempos as únicas listas que tenho feito são as de supermercado, apenas por uma razão, a lista de coisas a fazer era tão grande que acreditava que iria criar um elevado nível de pressão e frustração ao ver uma lista enorme de tarefas para concretizar. No entanto, dei por mim a criar uma espécie de lista quando partilhei com vocês o que me andava a fazer confusão no início desta nova vida a dois. Inconscientemente ao partilhar com vocês as coisas que ainda não tinha conseguido arrumar e organizar, dei por mim a fazer uma lista de tarefas que precisavam de ser cumpridas. Ao exteriorizar o caos que ainda sentia na minha nova casa, apercebi-me realmente do que tinha que fazer e ontem foi o dia de o concretizar.

        Durante o feriado de ontem tinha a ambição de ir à praia, mas a verdade é que o nevoeiro que aparecia nas câmaras online não atraiu a nossa atenção e decidimos ficar por casa. Enquanto Ele optou por ficar no sofá a ver notícias e mais notícias (eu já vos disse que Ele sóoooo vê notícias e o repeat das mesmas e os comentários das mesmas?), eu decidi que o melhor seria aproveitar e arrumar aquelas gavetas da mercearia, escrever nos frascos das mercearias e arrumar a temida gaveta dos recibos e fazer a respectiva lista das nossas despesas. Ainda de pijama, depois de ter feito o almoço e ter arrumado a cozinha (Ele ontem teve a sorte de eu estar cheia de genica e de fazer tudo), atirei-me às tarefas que me andavam a atormentar a alma de cada vez que me sentava no sofá. Tarefas feitas:

       - Todas as despesas lançadas na aplicação do telemóvel e recibos devidamente guardados na minha adorada caixa de sapatos;

       - Gaveta das mercearias e armário das mesmas arrumados e muito mais organizados;

       - Uma máquina de roupa escura lavada, seca e ainda dobrada;

       - Organizar o móvel da entrada de forma prática e coerente, finalmente tal coisa aconteceu e agora está bem mais prático;

       - Congelar alguns legumes para não os deixar estragar;

      Quando Ele me viu a mexer muito, decidiu deixar a morrinha de lado (vá, parcialmente) e forrou as gavetas e os armários que estavam em falta. Além destas tarefas todas ainda consegui fazer o meu primeiro bolo na Yammi, dar um jeito à depilação (ainda não vos falei do milagre da depilação a laser, pois não?) e pintar as unhas dos pés  Foi um dia bastante produtivo e ao final da noite consegui sentar-me no sofá sem a sensação de peso na consciência das inúmeras coisas que tinha para fazer, afinal já todas foram descartadas da lista.  Pela segunda vez, em mais de um mês, tive a oportunidade de me sentar no sofá no final da noite e ler um bocadinho do meu livro, tenho-vos a dizer que foi a melhor sensação do mundo!

       Um feriado caseiro, mas muito produtivo!

25
Abr18

E se não tivesse existido o 25 de Abril?

(Imagem retirada daqui)

 

      Fecha um bocadinho os olhos e vamos imaginar que o dia 25 de Abril nunca tinha acontecido. Fecha os olhos e esquece a tua vida como a conheces, esquece o mundo como sempre o viste e agora lê e imagina.

 

       Estamos em 2018, Salazar nunca deixou de governar o país, a PIDE nunca deixou de existir e os livros de história falam apenas nos sucessores do grande Salazar, aquele grande homem que deu a Portugal a sua vida. Está no governo um outro Salazar, já passaram mais de 40 anos desde que ele caiu da cadeira, mas as suas regras, a sua crença na religião e na família mantém-se. São os valores patrióticos que Portugal nunca perdeu, ao contrário do resto da Europa que se deixou corromper àqueles liberalistas.

        O povo vive feliz. Sorri por ter emprego, pena ainda poucos conseguirem comprar casas e só os filhos dos grandes senhores conseguirem estudar, mas o povo é feliz. Ontem, a filha da Sr. Clementina veio a chorar ter com a mãe a dizer que o marido lhe bateu, a mãe, coitada, passou tal vergonha que a obrigou a voltar para casa e a pedir desculpa ao marido pela difamação. Já a D. Clementina lembrou que amanhã não estará cá, falta só o marido assinar a autorização e ela finalmente poderá ir visitar os pais que emigraram para a França desde que ela se lembra, pode ser que ele esteja de bom humor e deixe a pobre coitada ir. Ela diz que vai na TAP, lá fora há companhias aéreas mais baratas, mas o novo Salazar diz que tem de proteger o que é do povo. Um irmão da D. Clementina diz que não compreende como é que um país como Portugal não deixa ter Facebook na internet (nem sei bem o que isso é), afinal seria bem mais fácil matarem um bocadinho as saudades de quem emigrou. Sem a minha mãe saber pedi-lhe para me trazer uma coca-cola, dizem que é muito boa, ela prometeu me que vai tentar trazer escondida na roupa.

       Vivemos num país feliz, de boas notícias nos jornais, de novelas Portuguesas e nada do que é estrangeiro entra cá em casa que o pai não permite! É claro que continuam a haver os revolucionários, os clandestinos, mas os meus pais dizem que são uns vagabundos que não querem é trabalhar, querem sé ser ricos e criar problemas! E vêm eles com aquelas ideias revolucionárias, claro que depois vão todos presos, uns até desaparecem!

      O Clementino, o meu noivo, trabalha numa boa fábrica e eu também, estamos a tentar arranjar o nosso cantinho para começarmos a vida. A mãe tem-me ensinado a passar a roupa a ferro e ando a aprender os cozinhados preferidos dele com a minha futura sogra, quero agradar o meu marido e deixa-lo descansar quando chega do trabalho. Afinal eu serei a dona da casa. Um dia quis ser médica, mas hoje compreendo o quão ridículo isso seria nos dias que correm, é mais importante ser uma dona de casa do que outra coisa qualquer.

       Hoje vi na esquina a nova fotonovela, em segredo uma amiga que foi ao estrangeiro com os pais disse que isso lá fora não existe, mas que viu na internet uma coisa chamada YouTube que tem tudo, novelas, filmes, músicas e até algumas coisas indecentes. Ainda bem que não há nada disso em Portugal.

       Estamos em 2018 e ainda bem que o Salazar construiu este belo país!

 

       Isto é o que poderia ter acontecido se o 25 de Abril nunca tivesse existido. Estas palavras poderiam ser reais se em 1974 um grupo de homens não tivesse tido a coragem de lutar pela liberdade.

        Percebes agora porque é tão importante o 25 de Abril? Percebes agora porque é tão importante a liberdade?

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