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justsmile

09
Set21

Perdida por Terras de Portalegre

        Há muito que não íamos passear, os fins-de-semana têm sido passados entre trabalho e descanso no sofá. Depois a pandemia não ajudou em nadinha e nem férias tivemos no ano anterior, por isso este foi o nosso primeiro regresso à "boa vida" e o quanto precisávamos disso. Este ano Ele desejava desesperadamente o sossego e a inércia, eu gostava de um bocadinho de história e de estar longe de tudo. O último ano foi duro, com muitas mudanças, com muitas preocupações e adaptações, profissionais, pessoais e a construção da nossa casa que nos tem dado alguns cabelos brancos (a Ele, que eu ainda não tenho cabelos brancos!), por isso precisávamos mesmo de nos afastarmos da realidade. Mas esta vontade de nos afastarmos da realidade tinha de estar aliada a um grande pormenor, tínhamos um orçamento bastante reduzido até porque não podiamos despender muito dinheiro para as férias quando a casa nos está a "sugar" até ao último cêntimo. A este grande pormenor acrescentamos ainda a vontade de estar longe de multidões, devido a este bicharoco que continua a querer estar presente nas nossas vidas, e de nos afastarmos o mais possível de confusões. Parecem critérios simples, mas tirar férias em Agosto transforma esta check-list em algo bastante mais complicado do que parece, mas após pesquisas intensivas descobrimos Portalegre, mais precisamente Marvão.

      Descobrimos no Booking um local que parecia um pequeno paraíso perdido na natureza, admito que quando reservamos parecia ser demasiado perfeito para o preço que nos pediam (barato, comparativamente aos outros locais que nos tinham surgido), mas decidimos experimentar e arriscamos. Após 3h30 de viagem, do Porto ao Marvão, com Ele sempre a receber chamadas de trabalho, chegamos a um local em que a rede começou a falhar e, inevitavelmente, o telemóvel dele foi-se calando. Deparamo-nos no GPS com uma rua que não era rua, com um caminho que tinha mais buracos e pedras que outra coisa qualquer e por momentos questionamo-nos se não estaríamos enganados. Mas não, deparamo-nos com um pequeno paraíso escondido no meio das árvores. As instalações do Lost Valley eram confortáveis, um espaço amplo com uma pequena cozinha, uma cama bastante confortável, um sofázinho, mas o que me encantou foi a varanda para uma paisagem sem igual (quer dizer, na minha futura casa a paisagem será um tanto ou quanto semelhante). Com uns pequenos atrasos logísticos, fomos muito bem recebidos, num ambiente familiar e o melhor de tudo? Com pouquíssima gente, a propriedade tem apenas cinco casinhas, não havendo uma lotação lotada, o que nos permitiu usufruir dos espaços exteriores e comuns sem qualquer problema, quando nos apercebemos estávamos só nós e mais dois agregados o que foi simplesmente fantástico. Desta forma conseguimos ter vários momentos em que estávamos sozinhos na piscina, aproveitando o verdadeiro silêncio do local. O silêncio era realmente quebrado pelo som dos pássaros e das folhas das árvores a moverem-se com o vento, transmitindo uma tranquilidade que nunca tinha experiênciado em outro local qualquer. A propriedade tem ainda um pequeno riacho, mantendo um som continuo da água a correr e que confunde com o som da água da piscina de água salgada. Foi realmente o local indicado para as férias que precisávamos, nunca imaginei gostar de estar num local tão calmo, tão isolado e tão tranquilo.

         Contudo, no meio daquele paraíso decidimos ir conhecer um bocadinho da sua história. Fomos conhecer o castelo do Marvão, que do local da Portagem apresentava-se mais pequeno do que realmente parecia. Fomos conhecer e lembrei-me imediatamente de Óbidos, com ruas estreitas, casas pequeninas e todas seguidas, fazendo-nos recordar tempos da história que não vivemos, mas que tantas vezes nos foram apresentados em aulas, documentários e histórias. Conhecemos o castelo e torna-se quase impossível imaginar tempos em que não existia água canalizada, luz, em que ainda se usavam canhões e setas para defender o território. Antes de regressar a casa ainda passamos em Portalegre, a capital de distrito, pequenina (com obras, não fosse ano de eleições) e com um aspecto bastante acolhedor. Não visitamos muito, foi realmente de passagem, mas não me arrependo de por lá ter passado.

          Para além do local onde passamos a maior parte dos quatro dias de férias, a zona da piscina do alojamento, uma paisagem invejável do lindo Alentejo que temos, a comida foi simplesmente divinal. Normalmente os nossos almoços eram saladas feitas por nós na nossa pequena cozinha, mas os jantares foram sempre em restaurantes. Não senti qualquer receio pois todos cumpriam as normas da DGS, com bastante higiene e distanciamento social, mas o melhor foi mesmo as delícias com que nos deparamos. As carnes do Alentejo são realmente boas e a doçaria é óptima para intolerantes à lactose porque é, normalmente, feita à base de ovos. Comemos muito bem por onde passamos e realmente não há país melhor para comer que o nosso Portugal.

        Não foram as férias de sonho, de uma semana de papo para o ar, mas foram as férias que precisávamos à nossa medida. Descanso, boa comida e muita tranquilidade. Foi experienciar o paraíso no nosso país, mesmo que apenas por alguns dias,.

P.S.: Fotografias de Just Smile.

10
Ago20

Férias caseiras, mas apreciadas

        Durante as últimas três semanas andei desaparecida, surgiram as tão ansiadas férias e decidi que seria um óptimo momento para fazer uma pausa neste cantinho. Precisava de me desligar do computador que tanto me acompanhou durante este último período lectivo e foi realmente necessário para voltar a reestabelecer energias.

       Este ano as férias foram diferentes do inicialmente planeado e até dos últimos anos, a roadtrip por Itália foi cancelada devido à pandemia e a verdade é que não tivemos coragem de marcar outro sítio qualquer para férias. Admito aqui que fomos dois medricas que este ano preferiram passar as três semanas de férias por casa, do que a ir para um sítio qualquer em que nos tivéssemos de cruzar com muitas pessoas. Poucas foram as saídas para locais com muitas pessoas, decidimos manter-nos resguardados, mas a verdade é que no fim destas três semanas sinto-me bastante tranquila.

  IMG_20200719_210112_263.jpgIMG_20200804_193231_690.jpg                                   IMG_20200726_170726_167.jpgIMG_20200730_184101_104.jpg

        Durante estas três semanas consegui concluir toda a minha lista de tarefas, todas as tarefas domésticas foram colocadas em dia, as coisas para a construção da nossa casa começaram verdadeiramente a avançar e ainda conseguimos aproveitar para descansar, mas o que fiz mais durante estas férias foi mesmo DORMIR. Dormi como já não me lembrava de dormir, poucos foram os dias em que tivemos de cumprir um horário o que permitiu quebrarmos a rotina e descansar conforme nos apetecesse.

        O primeiro fim-de-semana foi passado em família no Diverlanhoso com os sobrinhos envolvidos em desportos radicais e com uma piscina praticamente para nós, sem corrermos riscos e qualquer tipo de receios. Depois a primeira semana foi de volta de tarefas, recados e pequenas coisas que não conseguimos colocar em dia durante o resto do ano. Preencher documentos, assinar papéis para a casa e outros tantos pequenos afins. Foi na segunda semana que começamos a aproveitar o bom tempo e a praia, tivemos dias sensacionais de praia, até começar o mês de Agosto que foi quando o vento e o pior tempo chegaram. No entanto, ainda deu para amorenar a pele, ler o novo livro do Joël Dicker e até molhar os pés no mar.

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          As férias foram passadas maioritariamente em casa, com as tardes passadas na praia, mas as refeições feitas em casa. Cozinhei com amor e tempo, não saímos para bares nem esplanadas mas deliciamo-nos com Mojitos, Caipirinhas e Gins. Namoramos muito. Vimos Peaky Blinders e ficamos viciados. Enchemo-nos de gelados e comida boa, mesmo em casa e apenas com um terminar de férias num restaurante. Partilhamos momentos com a família. Li imenso. Visitamos o Porto mais que um vez e até tivemos tempo de conhecer a capela do Senhor da Pedra na praia de Miramar e as férias terminaram com a visita ao Porto Legends.

          Admito que me fizeram alguma falta os dias de não ter de cozinhar, não ter de arrumar o quarto e apenas dormir, comer e praia ou piscina. Admito que senti falta de sair durante uns dias de casa e deixar as responsabilidades para trás, faz bem desligarmo-nos do nosso mundo. Admito até que me sinto um bocadinho arrependida de não termos ido pelo menos dois dias para um hotel. Mas a verdade? A verdade é que nunca tive um regresso ao trabalho tão tranquilo, sinto-me calma e com a sensação de energias renovadas. Esta pandemia veio condicionar todos os nossos planos para este verão e até os nossos receios virem transformar as nossas férias, mas pelo menos tive um sabor delicioso a férias. Foram umas férias caseiras, mas bastante apreciadas.

22
Mai20

Férias por um canudo

(Imagem retirada daqui)

         Nos dois últimos anos temos conseguido planear um bom tipo de férias, em locais com água quente e de papo para o ar. O tipo de férias que Ele adora, comer, beber, dormir e apanhar sol. Temos ido para fora da Europa, México e Marrocos, para aproveitar as águas quentes e os pequenos paraísos da terra. Este ano, tinha conseguido convencê-lo a passarmos férias pela Europa num dos países que mais gostava de conhecer, Itália. Ele já se tinha mentalizado que não iam ser umas férias de papo para o ar, mas eu andava desejosa por fazer uma viagem em que o maior prazer seria conhecer uma nova cultura e aumentar os meus conhecimentos sobre um país tão rico. Andei imenso tempo a investigar qual a melhor maneira e forma de conhecer Itália e, claro está, a mais económica. Queria mesmo, pela primeira vez, fazer uma verdadeira roadtrip e conhecer um dos países que mais me chama à atenção. Sabia que ia ser cansativo, Ele também, mas iríamos ter tempo para descansar quando chegássemos das férias. Compramos a viagem de ida para Roma em Setembro e em Fevereiro a de vinda de Milão, sempre para aproveitar os preços mais baratos. Tinha já tudo imaginado na minha cabeça e planeado no mapa. Os hotéis já estavam marcados em Roma, Toscana, Florença, Veneza e em Verona, íamos fazer uma roadtrip de uma semana por Itália, e até já tínhamos conseguido acertar o orçamento para tal viagem. Ia realizar um dos meus sonhos este verão durante as férias de Julho, até que... Chegou o Covid-19.

         Com a chegada do Covid-19 as férias foram por água a baixo, aqueles planos que estavam tão bem definidos na minha cabeça desapareceram e o cancelamento dos hotéis começou. Admito que quando tudo começou ainda pensei "Oh, em Julho já vai estar tudo bem!", mas há medida que o tempo foi passando comecei a perceber que tal coisa não iria acontecer com tanta facilidade. Comecei a desmotivar e compreendi que a coisa mais acertada a fazer era realmente começar a cancelar as férias deste ano e a tirar da minha cabeça os planos que já estavam feitos. Eu, que anseio todo o ano pelas férias e por novas aventuras, senti-me desiludida, quase ultrajada por toda esta situação do Covid-19, mas compreendi a necessidade de tudo ser cancelado. Ciao bella Itália!

         "Oh, mas podes ir de férias cá dentro", pois, mas admito que sou uma mariquinhas (assim como o maridinho) e ainda não estamos com coragem de fazer seja o que for e onde for. Eu sei que haverá segurança, eu sei que precisamos de voltar a dinamizar a economia, mas a verdade é que tenho de ir dando passinhos de bebé e não me imagino a entrar na mesma piscina que tanta gente, mesmo sabendo que é seguro ou até a ir à praia com tanta facilidade como iria noutra altura qualquer.

           Por isso lá se foram as férias de 2020... Serei a única a pensar assim?

 

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