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justsmile

11
Jan18

Estagnar não é uma opção

(Imagem retirada daqui)

 

       Em tempos imaginei-me uma mulher activa, que nunca parava, que tinha sempre muita coisa para fazer e que continuava a evoluir na sua carreira. Tudo isto a nível profissional. Este era o sonho para mim mesma, para a minha concretização pessoal. Imaginava-me nesta fase da vida a viajar, a ter um apartamento pequeno mas confortável, a continuar a minha formação profissional e conseguir ter uma verdadeira carreira. Apesar de a vida me ter dados as voltas, apesar de não viajar tanto como desejava, apesar de estar na profissão que não imaginava para mim, apesar de tantas coisas, apercebo-me que o que imaginava para mim continua a estar nos meus sonhos. A vida trocou-me as prioridades, não viajei tanto no último ano quanto desejava, mas o casamento surgiu. Não tenho aceite empregos em que ganhe abaixo do meu actual ordenado porque neste momento o dinheiro faz falta. Não voltei a fazer formações porque não só preciso de poupar como trabalhar cinquenta horas por semana não me deixa muito tempo livre. Percebo que neste momento estou focada apenas em duas coisas, em pagar o nosso casamento, a nossa lua-de-mel e as nossas obras, e em conseguir ganhar dinheiro para tais coisas. Pagar tudo do nosso bolso não tem sido fácil, tem exigido muitos sacrifícios, e noto que tenho sacrificado um bocadinho de mim, dos meus sonhos, dos meus ideais ao longo do caminho. As viagens ficaram para última prioridade, a minha formação profissional também e o risco de mudar de emprego torna-se demasiado elevado para o momento que atravesso. A nível racional e algum emocional sei que é a atitude certa, coloquei em prioridade alguns sonhos em vez de outros. Uma decisão minha e de mais ninguém, eu própria decidi este caminho e não me arrependo. A única coisa que neste momento penso é no passo que quero dar depois de conseguir atingir estes grandes objectivos que estão em grande plano, porque estagnar a nível profissional não é uma opção. Para mim, estagnar não é realmente uma opção.

       Neste momento sinto-me extremamente realizada com o rumo que a minha vida pessoal está a tomar. Estamos a meio ano do casamento e sentimos algum conforto em saber que estamos preparados monetariamente para isso. Finalmente sentimos que financeiramente estamos a atingir o nosso objectivo e que sem pedir nada a ninguém conseguimos concretizar os nossos sonhos, realizar aquilo que temos vindo a planear no último ano. Sinto que vou ligar-me à outra parte de mim, à pessoa que me completa. Sinto que esta é uma das melhores decisões da minha vida e a mais acertada, não levanto qualquer tipo de dúvida e sinto-me realmente feliz com todos estes planos, com todos estes passos para a concretização de um sonho que me acompanhou ao longo da vida, casar-me com o amor da minha vida. É o lado profissional que se torna mais sombrio dentro de mim, é esta falta de concretização, de realização que sinto que se abate em mim, de longe a longe, como uma nuvem negra. É o lado profissional, associado ao meu receio de arriscar financeiramente, que me deixam imensas dúvidas, que me fazem ficar indecisa quanto ao caminho a tomar. Para 2018 decidi que queria procurar o meu lugar ao sol no mercado do trabalho, mas neste momento não sei bem que caminho tomar. Mentalmente defini que até ao casamento não tenho tempo, nem disponibilidade mental e financeira, para pensar no assunto, no entanto o vento traz de vez em quando pensamentos que me deixam a ponderar o caminho profissional que estou a tomar. Neste momento sei que não é a altura ideal para tomar decisões neste campo, preciso se calhar de estabilizar um bocadinho a minha vida, que tem andado demasiado preenchida, e. talvez, só depois consiga ver claramente aquilo que preciso de fazer com a minha vida profissional.

        Uma certeza eu tenho, estagnar não é uma opção.

05
Jun17

1 ano de 'Administrativa'

(Imagem retirada daqui)

 

Há um ano a minha vida deu uma volta gigantesca. Deixei de ser desempregada a tempo inteiro, deixei o meu trabalho no armazém em que trabalhava em turno nocturno (há pouco mais de um mês) e vim para uma empresa da minha terrinha que nem sabia que existia. Depois de uma entrevista, um tanto ou quanto estranha, fiquei nesta empresa, onde hoje faço a primeira renovação de contrato da minha vida. Antes de para cá vir tive de fazer o luto da minha profissão de sonho, tive de pensar em primeiro na minha sanidade mental e nas minhas questões financeiras e só depois nos meus sonhos. Tive de compreender, consciencializar-me de que a vida nem sempre segue o caminho que imaginamos, que sonhamos ou planeamos e que por vezes é preciso dar um passo atrás para conseguirmos dar dois na direcção que tanto pretendemos. Sei que a nível profissional esta profissão não foi nada de encontro ao que imaginava para mim e até sei que não me assenta que nem uma luva, mas por incrível que pareça sinto-me bem. Não totalmente feliz, totalmente feliz sou ao sábado quando consigo ser terapeuta da fala a part-time, mas não sou infeliz no que faço. Por mais que me surpreenda, para já, sinto-me bem no que faço. Durante o último ano aprendi sobre contabilidade, gestão, organização e planeamento, se por um lado já tinha algumas competências, por outro todas elas foram reforçadas e ainda novas adquiridas, o que para uma terapeuta da fala pode ser insignificante, para mim tornou-se importante. Nunca na vida me imaginei rodeada de números, logo eu que odiava matemática, mas agora sinto-me confortável no meio deles e percebo mais de contabilidade do que Ele que tanto gosta de números. No último ano também aprendi que sou mais resiliente do que imaginava, sempre me vi como uma pessoa lutadora, mas é agora ao ver que mudei de profissão, ao ver que consegui pôr em stand-by alguns sonhos para dar atenção a outros, que compreendi que eu consigo sempre tudo. Basta meter alguma coisa na cabeça que mais tarde ou mais cedo, com mais percalços ou com menos, eu consigo sempre o que desejo. 

Admito, não foi fácil. Ainda hoje tem dias em que não é fácil. Não foi fácil adaptar-me a estar sentada numa secretária o dia todo ou a estar permanentemente a um computador. Mas consegui e se ao início custou, hoje já passa o tempo sem dar por ela. O trabalho foi vindo a aumentar, a confiança em mim também e noto que o meu trabalho (apesar de não ser muito valorizado) é importante. Não é um mar de rosas, nada o é na vida, mas sinto-me bem e penso que isso é o mais importante. Desde que cá estou que já tive de recusar ofertas na área, não por não as querer, mas simplesmente porque 'ser escrava de recibos verdes' deixou de ser uma opção para mim. A verdade é que sempre desejei alcançar uma certa estabilidade financeira, talvez pelo meu passado e pelas dificuldades financeiras que passei, e hoje vejo essa estabilidade como uma das minhas prioridades em relação ao meu emprego de sonho. Posso estar incorrecta, posso mais tarde vir a pensar no que perdi, mas hoje sei que tomei a opção certa em negar voltar à área a recibos verdes para receber 3 ou 4€ à hora. Afinal foi esta sensação de estabilidade que me permitiu começar a pensar em casa, terreno e casamento, foi esta sensação que me permitiu avançar com a minha vida pessoal e o quão estava desejosa por isso!

Há um ano que sou administrativa. Há um ano que vi os meus sonhos começarem a ganhar movimento. Há mais de um ano que deixei de ser terapeuta da fala, mas para já, enquanto nada de melhor surge, sou feliz a ser terapeuta da fala a part-time.

A mim mesma, os parabéns por um ano de uma nova vida e uma nova profissão.

 

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