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justsmile

23
Ago19

Compensa mudar de emprego?

(Imagem retirada daqui)

         A mudança de emprego é sempre uma situação que nos traz um misto de sentimentos. Nunca sabemos para que abismo nos estamos a atirar, muitas vezes acabamos por trocar o certo pelo incerto e nem sabemos se realmente vamos gostar da nossa função no novo emprego ou até mesmo se vamos adaptarmo-nos a novas pessoas. A decisão de mudança é sempre difícil, somos seres humanos e gostamos de ter alguma consistência nas nossas rotinas e o desconhecido abre portas a receios. Há um ano atrás estava nessa tomada de decisão. Faltavam poucos meses para ficar efectiva na empresa, trabalhava a 2 minutos de casa e ainda lá ia almoçar todos os dias, é verdade que trabalhava como administrativa e que a empresa e a sua política me começava a mexer com os nervos. Estava desmotivada, mas sabia que o ordenado era certo e a estabilidade era algo que apreciava. Até ter surgido a oportunidade de voltar a trabalhar na minha área de formação. Nunca tinha desistido de tentar, esperava apenas a oportunidade certa, até que ela chegou.

        Quando chegou admito que os receios acabaram por surgir, o contrato era temporário, estava a 2h diárias de distância de casa (o que iria aumentar exponencialmente as despesas), iria acabar por receber menos do que o que estava a receber e os horários teriam de ser drasticamente alterados. Além de já não trabalhar na minha área de formação há dois anos e de todos os outros 'ses' que poderiam surgir pelo caminho, 'será que iria gostar da equipa? será que iria conseguir desempenhar a minha função?'. No entanto, há quase um ano atrás decidi optar por voltar a fazer aquilo que gostava e hoje não me arrependo minimamente da minha opção. É verdade que é muito cansativo conduzir duas horas por dia, principalmente ao final do dia e com imenso trânsito. É verdade que as despesas aumentaram e que a poupança não tem sido tão boa como a que esperava. É também verdade que é um trabalho bastante cansativo e 'andar com a casa às costas' acaba por ser penoso em alguns dias e em que nada é perfeito. Mas adoro o que faço e isso tem sido suficiente para me sentir bem, mesmo com todos os contras. Gosto realmente do trabalho que estou a fazer, adoro trabalhar nas escolas, adoro ser Terapeuta da Fala e voltar à minha área de formação, para este projecto, foi uma das minhas maiores conquistas. Neste momento sinto-me em casa, sinto-me confortável no meu trabalho, na minha equipa e sinto que alcancei o que há muito ansiava. Por vezes questionam-me se me arrependo da decisão que tomei, de trocar o certo pelo incerto e a minha resposta é sempre a mesma: nada. Não tenho em mim qualquer tipo de arrependimento de ter vindo parar a onde estou há quase um ano. Não me arrependo de ganhar menos, não me arrependo das horas de carro que faço e até o cansaço parece diferente, simplesmente porque faço o que gosto. Ele notou em mim uma transformação assim que mudei de emprego, o bom humor tinha regressado e a minha motivação era realmente diferente. E passado quase um ano as coisas boas mantêm-se. Claro que nada é perfeio, longe disso, também já existiram dias maus, mas a verdade é que fazer o que se gosta melhora tudo o resto.

       Por isso mudar de emprego compensa sempre, só assim vamos saber se encontramos o nosso lugar.

15
Out18

São as minhas escolhas, não as tuas!

 

(Imagem retirada daqui)

 

     Quando decidi mudar de emprego, praticamente de um dia para o outro, depois da resposta deste novo emprego ter sido positiva, que muita gente questionou a minha opção. Aliás, ainda consigo notar no rosto de algumas pessoas a dúvida sobre tal decisão da minha parte. Durante mais de dois anos e meio trabalhei como administrativa numa empresa na minha terra de residência. Acordava às 8h20 para entrar ao trabalho às 9h, conduzia (literalmente) apenas dois minutos para chegar ao emprego, tinha uma hora de almoço em que ia a casa almoçar e saia todos os dias às 19h. O trabalho não era pesado, longe disso. A minha função era dar apoio à contabilidade, verificar pagamentos de clientes, entrar em contacto com alguns clientes e fazer o controlo de bens de escritório e mais umas quantas pequenas coisas, tinha praticamente uma posição de "faz de tudo um pouco". O ambiente com os colegas de escritório era muito bom, dávamo-nos super bem e o ordenado não era tão mau assim para a realidade que há lá fora (apesar de o meu ser praticamente um dos mais baixos da empresa...), que era compensado pelo facto de o trabalho ser realmente perto de casa. Aos ouvidos de muita gente este parecia ser o emprego de sonho, o paraíso na terra. Mas... Mas para mim não foi e percebi pouco tempo depois de lá estar, coisa que só foi piorando com o tempo. 

       Ao iniciar o emprego de administrativa muitas foram as promessas que me fizeram, funções que exigiram da minha intelectualidade, novas aprendizagens e responsabilidades e até um aumento ao fim de algum tempo. Foi pouco tempo depois que comecei a compreender que nada disso aconteceria, não por maldade, mas simplesmente porque nunca iria acontecer e que a minha função nunca iria passar daquilo. O tempo foi passando, o receio em encontrar um emprego ainda pior mantinha a minha posição ali, mas em mim começou a nascer a necessidade de mudar. O casamento e a casa mantiveram a minha mente ocupada durante um bom tempo, mas sabia que depois de passar esses dois eventos a minha mente iria entrar em decadência. Estava cansada de fazer sempre o mesmo trabalho automático, estava frustrada por ter cada vez menos trabalho e, principalmente, por sentir que não estava a utilizar as minhas capacidades todas. O maior factor que me fez querer mudar, além de sonhar em voltar a ser terapeuta da fala, foi realmente o facto de o trabalho que fazia não exigir qualquer parte do meu intelecto e isso estava-me a matar por dentro. Sentia-me a estagnar e sem conseguir perceber como iria sair dali. 

       Até que surgiu este novo emprego, a mais de quarenta quilómetros de casa, a receber menos do que recebia perto de casa, com muito mais responsabilidades e exigências, mas na minha área de formação. Para alguns foi uma loucura deixar um emprego que era certo, perto de casa e com um ordenado mais ou menos para ir para mais longe e para ao final do mês tirar menos dinheiro. Afinal a quem cabe na cabeça mudar de emprego para receber menos? A muitos esta mudança demonstrou ser estranha, afinal agora casada e a querer construir uma casa é que ia mudar de emprego? Absolutamente ridículo! Mas para mim foi uma das melhores decisões da minha vida. É verdade que tenho muito mais trabalho, tenho horários mais preenchidos e até os quilómetros ao final da semana pesam no corpo, mas estou completamente feliz. Finalmente me sinto concretizada num emprego e a verdade é que não existem empregos perfeitos e a distância acaba por compensar apenas porque faço o que gosto. Para uns esta decisão foi uma loucura, para mim foi uma das melhores decisões que já tomei (mesmo com todos os seus 'ses').

 

20
Ago18

Tudo irá mudar, há que acreditar

(Imagens retiradas daqui)

 

       Sou terapeuta da fala. Apesar de neste momento trabalhar como administrativa numa empresa que nada tem a haver com a minha área, sou terapeuta da fala. Mas também sou administrativa, sem formação, mas com quase tanta experiência como ser terapeuta da fala. A minha vida profissional não tem sido a mais brilhante, apesar de todos os locais por onde passei admirarem a minha responsabilidade, saudarem a minha assiduidade e me elogiarem a alguns níveis, a verdade é que a sorte nunca esteve bem do meu lado. O meu percurso profissional não tem sido o desejado e este ano decidi que seria o ano, depois do casamento, depois das mudanças, de começar a focar-me em alterar esta minha condição laboral (relembrar-me: uma coisa de cada vez, agora é a vida profissional). Tenho tentado fazê-lo, nunca parei de o fazer, de procurar mais e melhor, dentro e fora da área, mas parece que não me enquadro em nenhum quadro empresarial, parece que o meu currículo ou a minha fotografia não estão a ser atractivos para ser uma candidata apelativa.  Decidi que 2018 seria o ano de fazer um esforço ainda maior para encontrar o meu lugar ao sol, mas parece que estou no meio de dois mundos completamente diferentes e que me encontro numa espécie de limbo. Quero mudar, quero crescer profissionalmente, mas parece que não consigo mexer-me, que não me dão oportunidade de demonstrar as minhas verdadeiras capacidades, já nem digo na minha área de formação, mas até fora dela.

         Encontro-me numa situação que não sei muito bem como lhe pegar. Eu sei o que gosto, sei o que quero, mas também ao que estou disposta a aceitar ou a tentar. Para encontrar emprego minimamente estável na minha área de formação (algo que para mim é essencial, estabilidade financeira), era preciso um milagre, mas um milagre daqueles enormes. E por ter consciência da realidade do mundo laboral, estou disposta a aceitar empregos fora da minha área de formação e naquela que tenho experiência neste momento, mas parece que o factor de não ter formação profissional tem-me deixado para o fundo da lista dos candidatos. Eu bem que quero investir em formação, eu bem que quero crescer e não sei bem para onde me virar, até porque os meus horários são de loucos e em momento nenhum consigo encaixar uma formação. E mesmo que conseguisse? O que iria tirar? Uma pós-graduação, uma formação profissional que equivale a um décimo segundo ano, uma nova licenciatura ou até um mestrado na área de administração (será sequer que tal coisa seria possível?)? Já há algum tempo que me tenho sentido sufocar profissionalmente, tento evitar pensar no assunto, continuo a responder quase diariamente a anúncios para as duas áreas, mas a verdade é que nada tem acontecido. Sei que até ao casamento evitei pensar no assunto, encontrar soluções e focar-me nos objectivos do momento, mas agora que quero começar a mexer-me, começar a mudar esta minha sorte, parece que me sinto presa e sem saber como me mexer.

        Tento acreditar diariamente que esta minha sorte vai mudar. Levanto-me todos os dias, vou trabalhar e não é tão mau assim, apenas me sinto desmotivada. Levo o dia normalmente, com boa disposição, mas é quando paro para pensar nesta minha situação que me sinto entristecer. Todos os dias espero que surja a oportunidade da mudança, que me faça sorrir e que me faça evoluir profissionalmente, mas parece não surgir. Sei que a solução passa apenas por um lado, continuar a lutar, tal como a M* referiu no post dela sobre algo tão semelhante à minha vida profissional. Sei que não posso perder a esperança, sei que é necessário acreditar e continuarei a fazê-lo, mas a verdade é que a cada dia que passa parece ser mais difícil lidar com a desmotivação. O que me vale? Os colegas próximos de trabalho, se não fosse isso acho que já teria enlouquecido. Até encontrar essa oportunidade que tanto desejo, vou aproveitar esta companhia, mas uma certeza tenho, as coisas hão de mudar, pois estagnar não é opção.

 

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