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justsmile

10
Mar20

E isto do Coronavírus?

(Imagem retirada daqui)

       Antes de mais, vamos lá ter calma, sim? 

       Nas últimas semanas tenho dado conta de que as notícias e as redes sociais estão a ser dominadas por estas temáticas, percebo a preocupação de algumas pessoas, não compreendo a total despreocupação de outras, mas não consigo encaixar na minha cabeça o pânico de outras tantas. É verdade que o alarmismo dominou a maioria do público português e a outra maioria foi dominada por uma total despreocupação em que a frase mais utilizada é "isto é só uma gripe", voltamos ao que sempre tenho vindo a defender por estes lados: o EQUILÍBRIO!

      Mas haverá por este mundo uma alminha equilibrada? Já sabemos que isto é um vírus que provoca uma pneumonia grave e bilateral, sabemos também que é facilmente transmissível a pessoas com o sistema imunitário mais fragilizado e que os sintomas são semelhantes aos da gripe, mas não há necessidade de ver este vírus como uma peste negra, nem de o desvalorizar como uma simples gripe. A razão, pode não ser por nós, mas por quem está à nossa volta. Já me deparei com uma pequena situação e a primeira coisa que nos passa pela cabeça, principalmente lidando diariamente com centenas de pessoas, é se poderia transmitir a alguém. Não é assustador o facto de ficarmos doentes, é assustador a quem o podemos transmitir. Assim sendo e, lidando diariamente com tantas pessoas, tenho tido algumas precauções: lavo as mãos de cada vez que tenho oportunidade (é uma ilusão acharmos que não iremos abrir portas com as mãos ou que vamos lavá-las de minuto a minuto, é simplesmente irreal!), tusso para a camisola (e nos últimos dias, depois de uma constipação, quase que sou fuzilada por quem está ao meu lado!), evito o contacto físico com pessoas, mesmo que sejam familiares e evito ao máximo estar em sítios com demasiadas pessoas. Viagens então, está completamente fora de questão. Novamente, não por mim, mas por quem me rodeia.

         Todas as precauções que tomamos não é por nós, é para proteger quem nos rodeia. E calma, a coisa não é realmente boa, nem super terrível, vamos dar-lhe apenas o devido valor que tem na realidade.

27
Abr16

O que se ouve quando se é magra

(Imagem retirada daqui)

 

Desde pequena que sou magra, não sou um 'pau de virar tripas' (pelo menos agora), mas também não sou redondinha, sou apenas magra. Não sou elegante com as curvas perfeitas, nem tenho uma magreza assim tão normal. Simplesmente sou magra, mas nada que seja assustador. Muita gente pergunta-me se faço dieta, como é que me mantenho assim sempre magra e a verdade é que não faço nada, simplesmente é genético e coma o que comer (chocolates, hambúrgueres, massas, etc) não engordo. O mais provável é ficar com umas valentes dores de estômago e ter de andar a fazer dieta durante uns dias (não fosse eu uma menina mais sensível nessa área, ah e o colesterol era capaz de explodir com a escala).

Devido a esta minha estrutura física já ouvi todo o tipo de piadas e piropos para magras e até já me perguntaram se era anoréctica. Sim, anoréctica e a verdade é que não se acreditaram que não o era. A história mais caricata foi com a minha professora do 11º ano em que me perguntou, de forma indirecta, se não teria algum distúrbio alimentar. Na altura o meu pensamento divagou imediatamente para o que ela estaria a pensar (já não era a primeira vez que era abordada daquela forma sobre anorexia). Disse-lhe a verdade, que estava tudo bem e que me alimentava em condições e a resposta dela deixou-me perplexa, ‘Sabes? Todos dizem isso no inicio’. A minha cara de parva naquele momento nunca mais me saiu da cabeça, só me apetecia desatar a rir, mas felizmente consegui controlar-me. Ela até queria falar com o meu encarregado de educação! Quando contei à minha mãe, fui mais do que gozada (já para não falar do resto da família que ainda hoje se lembra dessa história), e a resposta da minha mãe foi pura e simples ‘Queres que o teu pai, o teu irmão, a tua irmã, o teu primo Clementino, a tua prima Clementina e o resto da família vá lá para provares que não és anoréctica?’. Eu não sou assim tão magra, nem o era na altura. Sei que sou mais magra que o conceito 'magra', mas não de uma forma doentia.

A verdade é que já me senti mais desconfortável com o meu físico, não sei se por todos me incutirem a ideia de que era extremamente magra, ou se por ver todos menos magros que eu. Dantes tinha muitos complexos em vestir um biquíni e até em andar de calções, envergonhava-me a usar roupas justas, pois tinha receio de que os meus ossos se notassem e optava sempre por roupas mais maria-rapaz. Com a idade e o aumento da auto-confiança fui conseguindo tornar-me à vontade com o meu próprio corpo. Hoje é o dia em que ando de calções sem complexos, que pego num vestido e que mostro um bocadinho de pele, mas isso não impede que as pessoas façam os ‘queridos’ comentários, os quais ouvi toda a minha vida. Ainda há tempos fui a um café com os meus pais e os meus irmãos e pedi uma nata e o senhor que nos serviu disse com ar de palhacinho ‘É assim mesmo, para ver se enche um bocadinho’, respondi-lhe com um sorriso forçado, mas comentários destes acompanharam-me sempre. Em restaurantes alguma alma dava-me os parabéns por pedir sobremesa ou até perguntava se queria mais comida porque precisava de 'encher mais um bocadinho'. Imaginem o quão agradável são estes comentários para uma mulher de 25 anos, agora imaginem ainda na fase da adolescência quando tudo são inseguranças.

Mas já ouvi de tudo, principalmente naquela fase em que não parava de crescer, ‘Pareces uma estaca’ (isto porque sou magra e ainda por cima meço 1m72cm), ‘A tua mãe põe-te adubo nos pés, é?’, 'Pareces a Olívia Palito', 'Não comes mais? Come que precisas de engordar!', O que é que tu comes? Ar?’, ‘Ai menina, tens de comer mais sopinha!’, enfim, todo o tipo de comentário que podem imaginar sobre magras eu já ouvi. Ah e o famoso piropo de um trolha em plena rua do Porto 'És bem jeitosa, mas com mais umas sopinhas ficavas no ponto!'. São todas elas, situações bastante desagradáveis, mas com as quais tive de me habituar a lidar. Cansa ouvir sempre o mesmo tipo de comentário, sempre a mesma piada seca sobre o meu corpo, e se umas vezes opto por entrar na brincadeira, outras ignoro ou lanço um sorriso amarelo de fazer medo a qualquer um.

Isto porquê? Porque na segunda-feira vi o programa 'E se fosse consigo?' e apesar de serem problemas opostos, senti-me solidária com estas pessoas por uma única razão, a sociedade tem sempre algo a dizer de mal sobre o corpo de alguém. Nunca há nada que esteja bem, ou se é demasiado gordo, ou se é demasiado magro e isso é sempre motivo para atacar, mal dizer e fazer as outras pessoas sentirem-se diminuídas. A melhor atitude para com estes problemas? Aprendermos a aceitar-nos como somos, lutar por melhorar se assim o quisermos, mas não nos importarmos com o que os outros dizem.

Estarmos bem com quem somos será o maior acto de coragem na sociedade que estamos.

04
Nov15

Chama-lhe amor (22/15)

(Imagem retirada da Internet)

 

Depois de ter ido à apresentação deste livro fiquei com a sensação de que seria uma escrita triste e pesada. Não me enganei, a Vera passou para este livro sentimentos e emoções escuras, demasiado pesadas para mim. Não costuma ser o meu tipo de leitura, escritas tão tristes, mas a verdade é que apesar disso é impossível não gostar do livro. Agarrei-me ao livro e devorei-o e muitas vezes tive de parar para pensar 'Porra, coitada da Maria, mas que vida!'. Tornei-me tão solidária para com a Maria, como quando sei da história de algum vizinho, mas desta vez eu própria sentia os seus sentimentos de vazio e solidão, num mundo que nunca foi semelhante ao que ela desejava. E para além de todos os sonhos que a Maria perdeu pelo caminho e que não realizou até aos seus 50 anos, descobre também que tem alzheimer e foi então que tremi com as suas palavras e os seus receios. Receios também meus de um futuro que desconheço e que até pode nunca vir a surgir, mas receios de quem já viu os resultados da doença mesmo à sua frente (O medo de perder a memória). 

No entanto, depois de tanta tristeza e de tantos sentimentos partilhados no diário da Maria, é por fim que as últimas linhas nos surpreendem. Surpreendem de uma forma absolutamente fantástica e que quando fechei o livro me fez pensar 'Porra, mas que qualidade!'. 

Não é um livro para dias tristes, não é um livro para trazer esperança, mas é um livro tão bom que se torna impossível não o ler.

 

"E se falho e não percebo as minhas falhas? E se um dia me estiver qualquer coisa a doer, assim, como hoje, e eu já não souber como se chora?
É possível deixar de saber como chorar no alívio da alma inundada? É possível morrer seca em solidão e ainda assim afogada em aflições? Sem uma palavra que incomode o mundo?"

 

 

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