Eu e Ele
(Imagem retirada daqui)
Eu e Ele somos muito diferentes.
Eu e Ele somos mesmo muito diferentes. No entanto, durante este último ano tenho aprendido que conseguimos sempre (ou pelo menos quase sempre) encontrar o nosso ponto de equilíbrio, a preparação do nosso casamento e da nossa 'primeira' casa têm sido a prova disso. Se sobrevivermos a isto tudo juntos, acredito que sobreviveremos a tudo o resto.
Eu sou prática. Ele é minucioso.
Eu só vejo o lado financeiro e o prático. Ele preocupa-se com questões estéticas (demasiadas).
Eu queria o casamento. Ele que nunca se quis casar, mas quer a festa.
Eu queria o piquenique. Ele quer a quinta.
Eu vejo o botão do convite meio centímetro ao lado e parece-me bem. Ele acha que o botão está demasiado ao lado e que não tem jeito nenhum.
Eu preocupo-me sempre em encontrar prendas com significado. Ele pouco quer pensar em prendas, pouco se preocupa com os 'significados'.
Eu quero escrever os nossos próprios votos. Ele quer dizer o que toda a gente diz.
Eu quero manter os móveis da sala porque servem. Ele quer mudá-los e despender de dinheiro para isso.
Eu quero descobrir, passear, caminhar. Ele quer sol, relaxar e dormir.
Eu quero uma casa pequena e prática. Ele quer uma casa grande com piscina.
Eu quero viajar muito. Ele quer muito a casa com piscina.
Eu sou teimosa. Ele é teimoso.
Nos últimos tempos tenho aprendido ainda mais sobre nós, como somos realmente diferentes, mas também tenho aprendido que conseguimos sempre encontrar o nosso ponto de equilíbrio. Nenhum leva a sua a avante até chegar a um consenso com o outro. Nenhum de nós toma decisões sozinho, podemos discutir, argumentar, mas tomamos sempre as decisões em conjunto. Se não é tão ao jeito de um, tenta-se arranjar forma de ser ao jeito dos dois. Brincámos, gozámos um com o outro, ficamos em silêncio depois de muita argumentação, depois de muito pensar, mas há sempre um ponto onde nos conseguimos encontrar. Ele é o noivo presente, Ele é o homem que quer ver cores de paredes, de cozinhas e de chão. Ele é o homem que quer ajudar a escolher as flores e só não ajuda com o vestido porque não deixo! E apesar da trabalheira que me dá a encontrar o ponto de equilíbrio, apesar de isso trazer cansaço e mais voltas aos pensamentos, a verdade é que tenho orgulho em que assim seja. Afinal estamos a criar uma vida em conjunto, um momento que é para os dois e não para um. Afinal é da nossa casa que se trata, é do nosso futuro dia-a-dia e fico contente que participe tanto nisso como eu. Por vezes é cansativo, verdade, por mim o piquenique teria sido tudo mais fácil, mas sei que também é o dia dele e preciso de ceder. Cansa ver cozinhas e eu querer electrodomésticos mais baratos e Ele mais eficientes, cansa a argumentação, cansa o pensar em orçamentos, cansa convence-lo de porque tenho razão (ah pois, porque 90% das vezes tenho realmente razão!), mas fico imensamente feliz de o ter ali comigo. Fico feliz por Ele querer tanto isto como eu. Fico feliz por o ver a preocupar-se com pormenores que nem eu me lembro, fico contente por Ele ver aquilo que muitas vezes eu não vejo. Fico apenas feliz por Ele querer passar o resto dos seus dias comigo e de por vezes me deixar ganhar a batalha (fónix, bem que consegui o fotógrafo que queria!).
Eu e Ele somos muito diferentes. Eu e Ele encontramos sempre o ponto de equilíbrio, por mais estranho que isso pareça.
Cada vez mais acredito que Ele é o amor da minha vida.
P.S.: Apesar de tantas diferenças, há outras tantas em que somos iguais. É este equilíbrio entre a igualdade e a diferença que faz de nós o casal 'perfeito'.