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justsmile

21
Jan19

Da falta de educação

(Imagem retirada daqui)

        Pela primeira vez na minha vida profissional estou a trabalhar em contexto escolar, ou seja, vou às escolas dar Terapia aos miúdos que têm dificuldades de aprendizagem. Antes disso já tinha trabalhado com crianças em idade escolar, mas em contexto de gabinete, o que nos tapa a vista a uma realidade que tem sido um bocadinho assustadora para mim. Ao longo dos últimos anos como Terapeuta da Fala, que não são muitos (admito) tenho verificado que o comportamento da maioria das crianças (não vou generalizar, porque há sempre agradáveis excepções) tem modificação de uma forma extremamente negativa. Eu, sem ser mãe, sei que estou aqui a colocar-me a jeito para levar uma chibatada de todos os pais e mães que irão ler este texto, mas venham de lá elas!

         Tenho visto a evolução do comportamento das crianças de perto, seja em contexto clínico ou em contexto escolar, mas admito que se tem tornado um bocadinho mais assustador no segundo ambiente, talvez por ser o contexto natural da maioria das crianças. Os comportamentos das crianças têm sido cada vez mais agressivos, cada vez mais egocêntricos e sem nenhum tipo de respeito pela autoridade, aliás, acredito perfeitamente que nem percebam o conceito "autoridade". Quando era miúda era impensável contradizer a professora ou dar um pequeno 'piu' depois de um grito, hoje? Hoje a professora pode berrar o que quiser para os miúdos se sentarem e estarem calados que haverá sempre algum com a vontade de contradizer ou simplesmente ignorar tais ordens. E o comportamento contrário da professora, de calar-se e observar, está longe de ter um efeito. Já para não falar da hipótese de os miúdos dizerem "estou no meu direito de falar" (e sim, já ouvi estas palavras). As crianças estão cada vez mais focadas em si próprias e em seguirem as suas próprias regras, se elas existirem, em vez de ouvir um adulto ou sequer fazer o que ele diz. Vejo a luta diária dos professores e vejo os seus desesperos em pleno ensino primário! Contudo, já não é só na sala que isso acontece. É difícil controlar os seus comportamentos no intervalo, em sessões de Terapia comigo o desafio também tem aumentado de uma forma significativa.

        O comportamento das crianças tem sido uma coisa que me tem preocupado, vejo naquelas crianças um futuro adulto sem qualquer tipo de responsabilidades e a considerar que o mundo deve girar à sua volta. A educação, antes de vir da escola, tem de vir de casa e é isso que se tem perdido ao longo dos anos. Os pais não gostam de contradizer as crianças e aguentar uma birra é bem mais complicado do que entregar um telemóvel para acalmar qualquer tipo de contrariedade. As crianças não sabem lidar com a frustração, não só com as pessoas, com os próprios aparelhos tecnológicos e mudar de actividade é bem mais simples do que voltar a tentar e voltar a errar. Estão a ser criadas crianças sem responsabilidade, que se centram em si próprias e que não sabem ouvir um "não". Que futuro poderemos nós ter com estas crianças?

03
Out16

Coisas da Aldeia: As vindimas

IMG_1879.JPG

Nasci e cresci na aldeia, local ainda hoje vivo e no qual gostaria de permanecer o resto da minha vida. Gosto das tradições que a preenchem e das pequenas tarefas da vida do campo. A chegada do Outono é uma das alturas preferidas para cá viver, é o início da queda das folhas, das transformações das cores das folhas, mas também a época das vindimas. Esta altura traz-me sempre memórias de uma infância feliz.

Este ano, tal como em tantos outros as vindimas foram feitas em casa, em família e em convívio. As cestas vieram para o campo, a roupinha mais velha foi trajada e as luvas foram calçadas. O trator preencheu o som que nos envolvia, mas também o riso e as vozes dos pequenos que não deixavam as nossas pernas e que tentavam apanhar os bagos que caiam ao chão. Este sim, foi um óptimo ano de vindimas, quase como os tempos antigos. Todos conversávamos, todos nos riamos, todos tentávamos envolver as crianças, mas sempre com um olho a ver qual a próxima partida que pregavam. Foi o primeiro ano em que tivemos tantos pequeninos no campo, foi o primeiro ano em que se usou uma prensa com motor e o primeiro ano em que nos voltamos a reunir todos. Há anos que não o fazíamos nesta altura. Este foi um ano de vindimas, de cheiro a vinho doce e de mãos pegajosas, de pequenos bagos à boca enquanto se apanham outros, mas principalmente de reunião.

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Este ano as vindimas na terrinha souberam-me tão bem como as da infância, e nem o facto de ter crescido tanto me fez sentir pior. Foi bom estar envolvida pelo campo, pela família e amigos, mas principalmente por aquele ambiente tão familiar que tão boas recordações me dá da minha infância.

Sou orgulhosamente da aldeia e acho que são estes pequenos momentos, em que apenas um aldeia o permite, em que me sinto a pessoa mais feliz do mundo.

 

P.S.: Fotografias de Just Smile.

03
Set16

Perdi-me ali, na Feira do Livro do Porto

a.jpg

(Imagens de Just Smile)

 

 

Hoje dei por mim como uma criança na manhã de natal, ou como uma criança que entra na loja da Disney e nem sabe para que lado se virar (ou essa serei eu na mesma?). Assim que atravessei os portões dos Jardins do Palácio de Cristal senti um nervoso miudinho apoderar-se de mim, com uma espécie de excitação que me caracteriza de cada vez que vou à caça de livros. Já me cheirava a livros, o que não imaginava é que tivesse tanta gente. Ele só me dizia 'Pareces uma criancinha' e era assim que me sentia, como sempre me sinto na feira do livro. Ele lá fez o frete e fez-me a vontade de irmos ver livros, livros e mais livros e ainda fez-me o favor de carregar aqueles que eu ia adquirindo, isto para eu ter a possibilidade de acariciar e mexer em mais livros ainda.

Hoje ia com objectivos definidos, fui tentar cruzar-me com alguns dos livros que andava a namorar (aqui), não consegui todos os que queria mas tentei aproveitar ao máximo as promoções. O problema da feira do livro? Nem sempre tem as melhores promoções, nem sempre os preços são muito apelativos e os que estão a 5€ têm capas, títulos ou histórias muito pouco atractivos, ou ainda parecem ter sido atropelados por um camião. Fui meticulosa, tentei procurar aquilo que tinha em mente, mas sem deixar de dar uma vista de olhos às promoções e àqueles que me saltavam à vista. Apaixonei-me pela capa, pela sinopse e pelo preço do primeiro. Ao não encontrar 'As mulherzinhas' que tanto tenho procurado, substitui pel'O retrato de Dorian Gray'. Cruzei-me com o primeiro livro de Joel Dicker, mas considerei que não tinha promoção nenhuma e por isso deixei-o pousado, o mesmo não posso dizer d'A trilogia da Neblina' que estava como livro do dia num stand e com um preço muito acessível. Assim como o livro 'Anexos'. 

Achei que este ano a feira tinha livros mais acessíveis, promoções mais apelativas e apesar de maior, não a achei mais que o normal. Gostei do ambiente, como sempre, e principalmente da paisagem que nos proporciona sobre o Rio Douro. Adorei os livros que trouxe e pareço uma criancinha feliz com os brinquedos novos. O problema? É nunca poder trazer todos os livros que desejo, Ele matava-me e o meu orçamento explodia com a escala.

Fui ali perder-me um bocadinho na Feira do Livro do Porto e adorei!

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