(Imagem de Just Smile)
Uma das minhas resoluções de ano novo era pintar o cabelo. Parece banal, quase todas as mulheres à face da terra já pintaram o cabelo. Pois bem, aqui a Just, a única vez que pintou o cabelo foi em casa e a cor foi exactamente a mesma que a do próprio cabelo. E porquê uma resolução destas? Simples, precisava de sair da minha zona de conforto. Ora não pintava o cabelo porque não queria gastar dinheiro, ora não pintava porque tinha sempre a sensação que ia ficar ridícula. Fui adiando, adiando e sabia que ao definir como resolução de ano novo isso iria obrigar-me a entrar em cumprimento comigo própria. Ainda assim continuei a adiar, ou porque não ia à cabeleireira e não me apetecia ir só para pintar, ora porque estava desempregada, ora porque não tinha definido nada na minha mente. Este sábado passado acabaram-se as desculpas. Andava desesperada para cortar o cabelo comprido que nunca na vida tinha tido e estava decidida que ia pintar o cabelo.
Cheguei à habitual cabeleireira, sentei-me à espera, enquanto lia Harry Potter e ouvia uma conversa de senhoras reformadas demasiado ocupadas e preocupadas por estarem ali à espera de serem atendidas. Quando chegou a minha vez disse que queria pintar, a mulher, que já me conhece e com quem convivo de longe a longe, questionou-me como queria. Ora, sabia que queria tons vermelhos e não queria pintar o cabelo todo, se isso eram madeixas eu já não sabia dizer. Lá aprendi a diferença entre madeixas e nuances e optei pelas nuances avermelhadas que agora trago no cabelo. Mas foi quando me apercebi que ia encher o cabelo de chumbo e de tinta cor de beterraba que me assustei pela primeira vez “Tens a certeza que não vai ficar desta cor?”, “Não, está descansada que não fica, vais ver que vai ficar giro”, “Mas tens a certeza?”, admito que quando vi aquela cor na tigela confiança não era o meu forte.
Depois de quase uma hora com o cabelo anti-contacto-com-aliens, depois de duas lavagens e uma enorme tesourada ao cabelo, lá vi o resultado. “Hummm… até gosto.”, não parecia a pessoa mais segura daquilo que dizia e fiquei demoradamente a olhar para o espelho, e só perguntei “Vão ficar mais escuras?”, ela lá abanou a cabeça e disse que sim. Vim embora e ao fim de dois dias ainda não estou habituada a esta mudança, gosto, mas é estranho olhar-me ao espelho e ver o cabelo com pedaços vermelhos espalhados pela cabeça, quase como se me tivesse passado spray na cabeça.
Resultado desta experiência? Gosto, mas não a volto a repetir e nem é pelo preço, nem pela cor, até porque a mudança fez-me bem e dá-me o ar rebelde que não tenho (só quando vêem a tatuagem nas costas é que dizem que não devo ser a santa que pareço), mas por uma simples razão: não tenho paciência. NOSSA! Têm noção que perdi mais de duas horas da minha vida num salão de cabeleireira para me encherem a cabeça de chumbo, pintarem com uma trincha fios de cabelo, para ficar com dores de pescoço por mal me conseguir mexer e depois ainda me terem de secar e cortar o cabelo? Sou muita coisa, mas paciente não é definitivamente o meu forte.
Ainda assim, gostei da experiência, mas tenho a certeza que não me voltam a apanhar nesta.