Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

justsmile

31
Ago21

"E fazes muitos sacrifícios?" - Passos para construir uma casa #3

(Imagem retirada daqui)

     E agora a resposta à verdadeira questão "E fazes muitos sacrifícios?". Desde cedo, ainda criança, que aprendi que para alcançarmos os nossos sonhos e desejos precisamos de fazer sacrifícios. Os meus pais sempre me ensinaram a importância e o valor do dinheiro, lembro-me de ainda ser pequena e querer juntar o dinheiro de aniversário para uma boneca e se esse dinheiro não chegasse tinha de esperar pelas prendas da Páscoa para a conseguir comprar e só depois é que atingia o meu objectivo. A vida deu uma grande volta e aprendi ainda mais sobre os sacrifícios que são necessários para atingirmos os nossos sonhos, seja um curso, seja uma viagem e sempre fui regendo a minha vida dessa forma. Um objectivo e uma luta incessante para o alcançar, seja ou não financeiro, por isso quando começamos a falar de construir casa sabia que o mesmo iria acontecer. Focar num objectivo e lutar sem parar até o atingir, foi assim para o casamento, foi assim para a compra do nosso terreno (que me esqueci de dizer, mas que foi totalmente pago antes de avançarmos para a construção da casa) e para todos os nossos objectivos. É claro que construir uma casa levanta muitos receios, aliás, de um modo muito conformista e a poupar problemas, teria sido comprar uma casa já feita, como muitas vezes desejei, mas não conseguíamos ter tudo, as divisões e a localização que precisávamos e por isso optar por construir foi a melhor decisão para dar resposta às nossas necessidades. Se fazemos sacrifícios? Pode-se dizer que:

      Sim, abdicamos do nosso tempo livre para conseguirmos mais alguns trabalhos extras de forma a conseguir entrar mais algum dinheiro mensalmente. Sim, tentamos cortar as nossas despesas não essenciais ao máximo e isso significa menos saídas, menos idas a restaurantes, menos compras de roupa não essenciais, menos férias, menos viagens (e o covid-19 veio ajudar a abdicar dessas coisas todas). Sim, a nossa qualidade de vida diminuiu para podermos dar resposta a todas as despesas, necessidades e questões que a casa levanta. Sim, a casa neste momento tornou-se na nossa prioridade na vida e as nossas conversas andam muito à volta do mesmo, de tijoleiras, divisões, luz e tantos outros pormenores. Sim, sacrificamos muitas horas para tomar as decisões mais acertadas e mais informadas. Sim, todas as compras que fazemos, seja de mercearia ou de janelas para a casa nova, são avaliadas de acordo com as necessidades e com a qualidade, de forma a obter sempre o mais barato. Sim, perdemos muitas horas a tomar decisões, muitas que nos dão um nó no cérebro e que nunca sabemos se é a opção acertada ou não. Sim, perdemos também horas de sono por causa das preocupações. Sim, quando sei que estou a abdicar de coisas boas da minha vida para dar prioridade a outras.

        Não, quando tudo o que disse anteriormente irá culminar na construção da nossa casa de sonho. Não, quando penso que tudo o que é bom na vida e que aprendemos a dar valor exige sacrifícios. Não, quando sabemos que é ali que queremos construir a nossa família. Não quando sabemos que tudo irá terminar em breve e que os sacrifícios serão apenas temporários.

        Por isso, se fazemos sacrifícios, sim, claro. Talvez para outras pessoas estas nossas opções não sejam sacrifícios, ou até sejam ainda maiores. Para mim já nem me parecem sacrifícios, parece-me apenas algo natural neste processo de atingir um sonho. Se calhar não fazemos tudo o que desejávamos para podermos poupar dinheiro e até para termos tempo para trabalhar mais e ganharmos alguns extras, mas a verdade é que acredito que no fim tudo valerá a pena. Acredito que no dia em que passar a primeira noite na minha casa nova todo o sacrifício irá ser recompensado. No primeiro dia que fizer o churrasco com os amigos todas as horas mal dormidas e perdidas em contas serão esquecidas e daí para a frente tudo se tornará mais leve.

          Acredito que no final de todo este processo, todos os sacrifícios valerão a pena!

12
Fev19

A saga da casa... #2 Não quero uma mansão!

       

(Imagem retirada daqui)

        Depois de ter vencido a saga da minha cozinha open-space com o arquitecto e os engenheiros amigos d'Ele, que nos estão a desenhar a casa, a saga seguinte prendeu-se em diminuir as áreas da casa. Quando soube que a casa iria ser desenhada pelos amigos d'Ele, pessoas de muita confiança e que sabemos que apenas querem o melhor para nós, o meu receio foi um único só: uma casa fora das nossas posses. Os amigos d'Ele não têm a nossa carteira, aliás, entre eles somos um bocadinho pobres e o meu receio foi sempre que eles projectassem uma casa às suas carteiras e não às nossas. Numa fase inicial Ele lá lhes deu o nosso orçamento, mas na primeira planta que nos apresentaram da casa viu-se claramente que esse orçamento tinha sido esquecido na mansão que nos tinham desenhado. Uma casa com quase 300m2 estava COMPLETAMENTE fora das nossas possibilidades!

      Depois da batalha para conseguir a minha cozinha de sonho, a batalha seguinte foi em conseguir diminuir o tamanho da casa. Eu sei que somos um tanto ou quanto exigentes, aliás, hoje tenho a perfeita noção de que estou a ser exigente com a casa, mas começa a ser difícil na minha cabeça conseguir abdicar das áreas que tenho estipuladas na minha cabeça. Não quero uma mansão, não quero uma casa XPTO, mas quero uma casa que corresponda às minhas necessidades, três quartos, um escritório, três casas-de-banho e uma boa sala para conseguir receber a família sem ficarmos apertados, contudo parece que estas minhas necessidades extrapolam a área que tinha imaginado para a nossa casa. Realisticamente tive de adaptar o meu conceito de áreas para as nossas necessidades, ainda assim foi necessário, definitivamente, diminuir áreas. Admito que não foi fácil, admito que eu e Ele é que tivemos de apresentar propostas e ceder em algumas situações, mas a verdade é que as áreas foram significativamente reduzidas, o que já começa a ser uma pequena vitória.

        Agora? Agora é esperar que o arquitecto adapte o projecto, que termine os seus afazeres e começar a pedir orçamentos a empresas de construção. Em segredo, aqui apenas entre nós, juro que ainda não estou preparada para passar os meus fins-de-semana em lojas de construção a escolher chão e tintas, juro que ainda não estou psicologicamente preparada para começar a construir uma casa. E aqui entre nós, apenas, secretamente continuo a ver casas e apartamentos, não surgir a oportunidade perfeita e eu deixa-la escapar.

29
Jan19

A saga da casa... #1

(Imagem retirada daqui)

        Em Outubro abrimos oficialmente a saga de construir a nossa própria casa. Em Janeiro, surgem os primeiros esboços do arquitecto que nos está a desenhar a casa. Lá cedi no telhado, lá cedi no formato mais moderno da casa, mas surgiu realmente algo em que não quero nem consigo ceder. Se da última vez que escrevi sobre este assunto o ponto em que estávamos de acordo era: "a única coisa em que ainda conseguimos estar de acordo é realmente a disposição das divisões", neste momento a coisa complicou-se. O nosso terreno tem muitas limitações, mas a verdade é que o arquitecto está a mexer com uma das minhas três condições: uma casa com persianas, uma lareira e uma cozinha aberta para a sala, ou seja, o conceito open-space. É neste último ponto, o mais importante e também o mais sensível, em que a coisa se tem complicado. Segundo o arquitecto, a disposição que ele planeou não dá para uma cozinha open-space e que por isso não há a possibilidade de eu conseguir ter aquilo que quero (isto nas palavras que Ele me transmitiu). Ora pois bem, não sou uma mulher muito exigente, mas se há coisa que não me podem contrariar é na minha cozinha!

       Quando olhei pela primeira vez para o planeamento da minha casa percebi duas coisas: a cozinha era gigante (algo que não quero de todo) e que era uma divisão isolada da casa (algo que EU NÃO QUERO!). O sr. Arquitecto veio com todos os argumentos de que uma cozinha open-space não é prática, que os odores são piores quando a divisão é aberta, que uma cozinha assim me obriga a ter o balcão sempre arrumado e até que é complicado quando passamos a ter filhos. Ao que na minha cabeça apenas surgiu "Bullshit!",  a minha cozinha neste momento é open-space e é o que mais gosto na minha casa. É verdade que o odores são mais dificilmente eliminados, mas o nosso exaustor funciona minimamente bem e apesar de ter algum cheiro a comida durante a sua confecção, não é nenhum horror! Depois, paranóica como sou com a minha cozinha, ela nunca está verdadeiramente desarrumada e se assim ficar, eu lidarei com as consequências. E não me venham dizer que com filhos é pior, pois não é, e vejo-o pelos meus irmãos, é muito mais fácil deitar um olho às crianças quando não existe uma parece entre a sala e a cozinha e é muito mais prático do que fechar a criança na cozinha enquanto lá estamos. E o maior argumento resume-se numa palavra: convívio. É muito mais fácil ter a minha cozinha open-space e estar a falar com Ele enquanto cozinho, é muito mais fácil estar a ver ou ouvir televisão enquanto faço um bolo ou até quando já estou no sofá e Ele a terminar de arrumar a cozinha e continuamos a conversar. Se a minha cozinha fosse uma divisão isolada não teria estas facilidades, facilidades que quero levar comigo para a minha casa. E levar o arquitecto a compreender isso?

       Eu sei que o nosso terreno tem limitações, sei também que a exigência de termos o escritório logo na entrada da casa complica um bocadinho as coisas, mas terá de existir uma solução para a MINHA cozinha. E não, não me conseguem fazer mudar de ideias, aliás, já tentei arranjar duas soluções para alterar a disposição da cozinha, agora é só ver o que o arquitecto diz. Mas digam lá se tenho ou não razão, cozinha open-space ou não? 

Inspiração do Mês

Sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Segue-me ainda em...


Justsmile91's book recommendations, liked quotes, book clubs, book trivia, book lists (read shelf)

Nas páginas de...

2021 Reading Challenge

2021 Reading Challenge
Justsmile91 has read 0 books toward her goal of 12 books.
hide

Parcerias

Emprego em Portugal estudoemcasa-mrec