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justsmile

08
Jun18

Mais que Reciclar, É Preciso Reduzir!

(Imagem retirada daqui)

 

      Durante muito tempo achei que fazia a minha parte no que dizia respeito ao meio ambiente. Sempre fiz a reciclagem, sempre fiz a compostagem e até sempre tentei reutilizar o máximo possível de coisas até as ter de enviar para o lixo. Sempre considerei que a reciclagem, aquilo que durante os anos escolares nos tentaram incutir, era o caminho para um mundo mais saudável, com menos lixo e com menos desperdício. No entanto, nas últimas notícias parece que me enganei redondamente. O alarme em volta do plástico tem sido tão grande que decidi pesquisar, afinal se eu enviava todo o plástico para a reciclagem como era possível haver tanto plástico espalhado pelos oceanos e pelas praias? Ingenuamente, sempre considerei que a reciclagem seria a solução para todos os problemas, até ter aprendido que afinal grande parte dos plásticos não são recicláveis.

       A última premissa abanou totalmente o ser ecológico que tenho dentro de mim. Admito que fiquei verdadeiramente chocada e assustada. Mas então que raio acontece ao plástico que não é reciclável? Mas afinal que ando eu a usar que não é reciclável? Mais do que alguma vez poderia imaginar. Tudo aquilo que sempre me ensinaram sobre ecologia, hoje parece-me insuficiente, parece-me calunioso e extremamente incompleto. Desde pequena que me diziam que reciclar era ajudar o ambiente, que reciclar era o mais importante, mas nunca me disseram que grande parte do lixo que envio para a reciclagem não é realmente reciclável e que quando não o é ou vai parar a aterros ou ao oceano. Fiquei parva com as inúmeras coisas que uso no dia-a-dia e que envio para a reciclagem e que de nada serve. Cada vez mais tenho a consciência que é necessário reciclar, mas mais do que isso é necessário reduzir.

      Não sei se serei a única ignorante sobre estas coisas, mas desde que me dediquei um bocadinho ao Zero Desperdício que tenho vindo a pesquisar mais e mais sobre o assunto. Não me quero tornar numa extremista, mas quero realmente ajudar o ambiente e diminuir a minha pegada ecológica, sinto-me responsável pelo lixo que faço e cada vez mais tenho noção disso. Quero ajudar o ambiente, mantendo uma vida confortável, mas consciente e com informação, o que acho que acaba por faltar a muita gente. Se só agora que me dediquei a pesquisas sobre o assunto aprendi inúmeras coisas, imagino as pessoas que passaram por ignorantes (como eu) mesmo querendo ajudar o ambiente. Este último fim-de-semana foi também um grande abrir de olhos para mim, começamos a arrumar o enxoval e a lavar as louças que adquirimos ao longo dos últimos anos (altura em que ainda não me tinha consciencializado para este tipo de acções e situações) e fiquei assustada com a quantidade de papel e plástico que tenho para reciclar que envolvia todos os materiais. Tenho no meio da minha cozinha uma caixa enorme que transportou as nossas cadeiras cheia de papel e outro saco gigante com os plásticos de todas as embalagens. É realmente assustadora a quantidade de lixo que produzimos de forma inconsciente.

      Nesta minha saga de pesquisas sobre como diminuir o plástico e ter consciência sobre o plástico que não é reciclável aprendi que ainda tenho um longo caminho a percorrer. Já recuso os sacos, já reutilizo há anos as garrafas de água, utilizo fósforos e raramente utilizo palhinhas. Contudo, nestas mudanças de casa e nestas novas aprendizagem aprendi que preciso de encontrar alternativas aos discos de algodão, às cotonetes de plástico, às palhinhas e às esponjas da louça. Claro que não vou mudar da noite para o dia, é óbvio que não posso gastar enormes quantias de dinheiro de uma só vez e é claro que não vou desperdiçar o que ainda tenho em stock, mas a verdade é que nunca mais quero comprar estes produtos de forma descartável. São produtos que não são recicláveis e que facilmente vão parar a aterros ou aos oceanos e se posso evitar contribuir para essa quantidade de lixo absurdo, prefiro fazê-lo. É verdade que só até à pouco tempo descobri o perigo destes materiais, mas quero mudar assim que possível, sinto essa necessidade. A minha saga pelo Zero Desperdício e pela diminuição do plástico está apenas no início, sinto que esta irá ser uma longa caminhada. Mais do que reciclar, precisamos de reduzir.

22
Mai18

E o que os outros pensam?

(Imagem retirada daqui)

 

       Desde pequena que os meus pais me incutiram valores e ideais que ainda hoje agradeço por aquilo que me ensinaram, pela educação que me deram. Durante grande parte da minha vida não me apercebi disso, mas foi com a maturidade, com a convivência com outras pessoas que me comecei a aperceber que talvez a educação que os meus pais me deram não foi assim tão semelhante à maioria das pessoas. Sempre vivi numa aldeia, ainda hoje é aonde permaneço e aonde quero construir a minha casa, e quando refiro que vivo numa aldeia as pessoas assumem imediatamente que toda a gente se conhece e que a galinha da vizinha é a mais cobiçada ou até, simplesmente, começam a falar da mentalidade antiga que ainda existe. Acredito que tal coisa aconteça na terra onde vivo, não o nego, mas a verdade é que tudo me passa ao lado. Se se ouve falar da vida de outras pessoas? Claro, como também vemos nos jornais e nas revistas, mas não acredito que seja diferente de outro qualquer lado. A diferença é que na aldeia há uma maior proximidade que na cidade, daí talvez existirem essas ideias pré-concebidas. É óbvio que sei que algures no tempo o meu nome foi falado por este ou por aquele, é claro que sei que a minha família já foi falada, assim como sei que há quem fale bem e quem fale mal, mas não é mesmo assim a nossa sociedade? Falarmos uns dos outros? Não vejo grande problema nisso, não me preocupa e muito menos vivo a minha vida a pensar no que os outros dizem dela, e é aqui que me apercebi que esta minha mentalidade vem da educação que os meus pais me deram.

       Lembro-me de ser pequena e a minha mãe apoiar a diferença, nunca quis que eu simplesmente fosse como os outros. Lembro-me bem dos meus irmãos incentivarem o pensamento próprio, a minha própria personalidade e não simplesmente ir atrás de alguém apenas porque diziam para ir. Ensinaram-me a questionar isto e aquilo, ensinaram-me a viver a minha própria vida sem viver da influência dos outros nela. E esse foi um dos maiores valores que a minha família me deu e só hoje o consigo compreender. Choca-me pessoas adultas, independentes e sem terem que se justificar seja a quem for utilizarem frases como Andam aí a dizer na terra... Não fica bem fazeres isto ou aquilo... E o que os outros vão pensar? Fico sempre com um ar surpreso quando alguém utiliza tais frases e inicialmente nunca sei bem como reagir porque tais argumentos nunca tiveram qualquer peso nas minhas decisões, nas minhas crenças nos meus pensamentos e não o digo simplesmente para ficar bem, digo-o porque é verdade, porque foi assim que cresci. Os meus pais sempre me ensinaram que devia tomar as decisões de acordo com a minha consciência, com os meus valores e seguindo aquilo em que acredito, em momento algum me disseram Olha o que os outros vão pensar! Inclusive, quando a vida esteve mais difícil, quando o meu pai emigrou, nunca vi neles qualquer tipo de pensamento sobre o que os outros iriam dizer ou sobre o que se iria falar na terra sobre eles, apenas vi nos seus rostos o peso de uma decisão difícil e nunca os ouvi lamentarem sobre o assunto. Recordo-me de que quando comecei a conviver com as pessoas da terra, inclusive Ele, em que todos pensavam que a minha família estava bem, e essa nunca foi uma imagem que tentamos passar em tempos difíceis, mas era sim aquilo em que queríamos acreditar, que do pior nos estávamos a safar e apenas tínhamos de agradecer pelo que tínhamos. Os meus pais nunca quiseram viver num faz de conta, nunca quiseram parecer a família perfeita, mas também nunca quiseram viver preocupados com a aparência e nunca se preocuparam com a imagem ou com aquilo que diziam deles. Apenas quiseram viver de bem com a consciência e quando tal não acontecia, fazer o melhor para resolverem a situação, sem nunca pensarem nos outros, apenas neles e na sua família. E agradeço tanto isso aos meus pais, agradeço tanto este ensinamento, pois vejo que assim vivo mais feliz, vivo melhor comigo própria.

       Quando ouço a frase e o que os outros pensam? digo vigorosamente que pouco me importa, apenas eu posso viver a minha vida, apenas eu posso tomar as minhas decisões e o que os outros pensam pouco me importa. Importo-me sim com a minha família e com a sua opinião, próxima e um pouco mais alargada, preocupo-me com a opinião dos meus amigos, mas não quer dizer que tome decisões apenas baseadas nos seus argumentos e preocupo-me comigo, com a minha consciência e com o meu bem estar. E os outros? Os outros estão fora desta bolha em que vivo e pouco me importa o que pensam, o que dizem ou o que fazem. Podem dizer o que quiserem, pois só eu sei a verdade da minha vida. Se todos vivessemos assim, apenas com o pensamento em nós próprios e nos nossos, não seriamos uma sociedade mais feliz?

 

11
Set17

Como nos afastarmos do que faz mal?

(Imagem retirada daqui)

 

       Há alguns anos era uma mulher diferente. Consequência da imaturidade, consequência de tentar agradar a todos, consequência de tentar ser sempre agradável, consequência da pouco auto-estima e até da falta de prioridades na minha vida. Um dia, cansada de ser calcada pelos outros que queriam subir às minhas custas, cansada de sentir a culpa em mim e cansada de me dar com pessoas que só me traziam negativismo, desisti. Um dia, quase do nada, acordei e disse que estava cansada, era hora de mudar. Como uma espécie de epifania voltei a ser a Just da adolescência que tinha desaparecido temporariamente. Voltei a falar, voltei a defender-me, mas acima de tudo, voltei a acreditar em mim. Talvez os anos de injustiças, os anos de pressões tenham tido um efeito culminante e tenha desistido de tudo o que me fazia mal. Não foi um corte repentino, não foi do dia para a noite, mas simplesmente um dia decidi olhar um bocadinho mais por mim. Voltei a discutir o que fosse preciso, voltei a dizer mais nãos e deixei-me rodear apenas por pessoas de bem. Deixei os sorrisos falsos de lado, deixei as palavras hipócritas e até deixei o contacto com aqueles que não mereciam as minhas palavras. A minha vida pessoal foi mudando para melhor, de forma gradual, e a minha auto-estima foi crescendo. Hoje, apenas tento ter na minha vida pessoal as pessoas que me fazem bem, as pessoas que gostam de mim tal como sou e as pessoas com quem me consigo relacionar. Deixei-me simplesmente de fazer de conta, já basta ao que somos obrigados profissionalmente, fazê-lo na vida pessoal foi apenas uma questão de opção. Hoje sou mais feliz, mais leve, menos hipócrita e se com uns fiz um corte radical, com outros foi simplesmente acontecendo. E como o fiz? Se ontem não tinha consciência de como as coisas tinham acontecido, hoje sei que fiz tudo de forma consciente mesmo sem o saber.

      1. Deixar de relacionar com pessoas negativas, tinha alguns colegas que a única coisa que sabiam fazer da vida era queixar-se. Queixar-se do tempo. Queixar-se da falta de dinheiro. Queixar-se do trabalho e da falta dele. Simplesmente tinham o dom de se lamuriar de tudo e mais alguma coisa, sem nunca fazerem nada, sem lutarem para melhorar. Sempre que estava com eles sentia-me cansada, saía de lá com um peso, esgotada e ficava a pensar que a minha vida era demasiado complicada. Um dia comecei a dizer não, dando pequenas desculpas, comecei a evitar estar com eles. Assim começou a fase de afastamento de que ainda hoje não me arrependo.

      2. Aprender a dizer não, este era um dos meus maiores problemas, dizia que sim a tudo. Era a jantares, era a cafés e a convívios, com pessoas que pouco me diziam. Surgia com um sorriso falso, tinha de utilizar demasiado a minha paciência e fingia que estava tudo bem. Um dia comecei a usar o não. Não posso. Não dá. Já tenho compromissos. Nem sempre foi fácil, recentemente tive uma situação bastante dura em que usei um não tendo consciência que poderia terminar com uma amizade, mas tive de o dizer. Não me sentia sequer bem em dizer que sim, apenas por educação. De uma forma um pouco egoísta, que também é necessário, comecei a usar o não nas situações que me deixavam desconfortável.

      3. A família são os mais presentes, aprendi que a família será sempre aquela com quem gosto mais de partilhar o meu tempo. Todos já tivemos desilusões no que diz respeito a amizades, eu considero que já tive a minha cota parte de desilusões e comecei a valorizar quem está na minha vida. Tenho bons amigos, mas ainda tenho uma família melhor. Uma mãe e uma irmã que são as minhas melhores amigas e que com o passar do tempo tenho-me apercebido que são as pessoas com quem mais gosto de estar, sair e pedir opinião seja sobre o que for. A família é aquele meio em que não precisamos de sorrisos falsos, que não precisamos de fingir quem somos, independentemente do que acontecer sei que estarão sempre comigo.

      4. Não valorizar o que os outros dizem. Desde pequena que a minha mãe e o meu pai transmitiram aos três filhos um ensinamento que ainda hoje praticam, pouco importa o que os outros dizem. Somos de uma aldeia pequena e sempre existem aqueles zum-zuns, os meus pais nunca lhes ligaram e sempre me ensinaram a fazer o mesmo. Pouco importa o que dizem ou deixam de dizer, seja bom ou mal, o importante é seguirmos os nossos ideais, sermos respeitadores e fazer as coisas como achamos melhor. O que dizem ou deixam de dizer em nada pode influenciar a nossa conduta, nunca devemos fazer algo a pensar no que os outros poderão dizer. Sempre segui esse ensinamento e ainda hoje o ponho em prática e é tão importante como termos uma boa auto-estima.

      5. Porque nos fazem mal? Esta é uma questão importante para compreendermos porque nos afastamos de determinadas situações, sejam por serem desconfortáveis, seja porque não estão de acordo com os nossos ideais ou simplesmente porque não gostamos. A razão do porquê melhorará a nossa consciência e a nossa inconsciência ficará tranquila. Há noite quando nos formos a deitar, se soubermos a explicação de porque nos precisamos de afastar e essas razões forem aceitáveis, iremos dormir tranquilamente sem qualquer tipo de problema.

      6. Um bocadinho de egoísmo faz bem, não podemos estar a fazer sempre as coisas em prol dos outros. É verdade que há situações e situações, mas não podemos estar sempre a seguir o que os outros querem ou desejam, é necessário pensar um bocadinho em nós. É necessário também pensarmos no nosso bem estar e naquilo que nos faz bem, não seguir sempre aquilo que é melhor para os outros. Nem sempre é fácil, mas também advém de aprendermos a dizer o não.

      7. Chega de conformismo. Por vezes aceitamos as situações apenas por conformismo, porque temos medo de ficar sozinhos, por medo de perdermos uma amizade ou até por termos receio de não nos adaptarmos a mais ninguém. A verdade é que se algo não nos faz bem não faz sentido mantê-lo na nossa vida. A melhor opção? Ganhar coragem e deixar os receios de lado. Medir realmente o quão importante pode ser essa relação.

      Sei que parecem ser coisas básicas, mas nem sempre é fácil cumprir com estes critérios. A mim têm-me ajudado a seleccionar as situações e as pessoas que são importantes na minha vida. Nos últimos anos tenho-me afastado daquilo que não me traz nada de positivo. Deixei-me de situações em que posso optar por me afastar, situações constrangedoras, desconfortáveis e em que nada aumentam o meu bem estar. Sei que o grupo de amigos se tem vindo a reduzir de forma gradual, sei que cada vez menos são aqueles que confio, mas acredito que aprender a seleccionar quem nos faz bem faz parte do crescer e da maturidade. A idade (assim até pareço uma velha a falar) deixa-nos aqueles que realmente gostam de nós por aquilo que somos e não por aquilo que fingimos ser.

      Há que ganhar amor próprio, coragem e deixar partir o que em nada nos faz bem. Há que praticar o desapego.

 

      

 

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