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justsmile

27
Fev18

Acabaram os Concursos Públicos para mim

(Imagem retirada daqui)

 

       Um dos posts mais vistos de sempre aqui no blog e que mensalmente traz consigo muitas visualizações é sobre os Concursos Públicos serem como o Euromilhões. Um post escrito ainda na minha altura de desemprego e que tinha a coragem de me candidatar para posições impossíveis. Este concurso em específico levou-me a fazer um exame (podem ver aqui) em que para três vagas, apenas três pessoas tiveram a nota positiva. Admito que na altura tudo me causou bastante desconforto e emoções um tanto ou quanto negativas porque fui a pessoa que reprovou com a nota mais alta. No entanto, decidi que não me deixaria abater e numa nova oportunidade me candidataria novamente para uma vaga na função pública. No último ano candidatei-me a três locais, um nem sequer passei a fase de entrevistas, noutro não fui sequer à entrevista porque já sabia quem iria ficar com a vaga (o que efectivamente aconteceu) e na terceira decidi ir à entrevista, visto já ir na terceira fase de concurso e de já ter passado as restantes fases com boas avaliações. Decidi simplesmente experimentar e fui com alguma esperança de que a coisa iria correr bem, ora, simples e pura ingenuidade minha.

      A entrevista decorreu por ordem alfabética e mesmo eu tendo chegado à hora marcada, as pessoas que chegaram muito mais atrasadas que eu passaram à minha frente, o que por si só me começou a deixar bastante nervosa. Depois disso, no momento em que me sentei na cadeira foi pura e simplesmente o descalabro. As perguntas prendiam-se todas com um documento que a maioria dos entrevistados não conhecia, pediram enumeração de localidades e eu, ainda sentada na cadeira, comecei a fervilhar de uma forma que mandei uma resposta seca e a tudo o resto praticamente que inventei. Foi a pior entrevista na minha vida e eu que admito que já tive entrevistas muito, muito estranhas, desde tentativas de assédio (será mesmo assédio? Nem sei bem...), a propostas absolutamente ridículas, a minuciosos questionários sobre a minha vida, até a tentativas de lavagens cerebrais! Saí da entrevista com a pior sensação do mundo, sentindo-me incompetente, ignorante e de tal forma irritada que só me apetecia chorar. Anteriormente já tinha decidido que não me iria candidatar a concursos públicos devido ao tiro no escuro que é, no entanto, naquele dia tomei a decisão definitiva que os concursos públicos acabaram-se completamente para mim. A sensação de esperança com que começo a aventura assim que sai a primeira nota, é completamente irreal e a frustração que lhe segue quando me apercebo que as coisas não decorrem com imparcialidade é muito desagradável. Fico frustrada não por não ter capacidades, mas por não ter a oportunidade que dizem dar. Uma oportunidade completamente irreal que apenas serve para cumprir legalidades quando na verdade já existem pessoas para o cargo. Eu sei que muitas vezes as pessoas que já têm vaga reservada já trabalham para a instituição por recibos verdes ou por entidades externas e concordo que realmente entrem para a função pública, aqui o problema é do sistema. É dar falsas esperanças a quem precisa e deseja um bom emprego, é um jogo de faz de conta que não serve absolutamente para nada. Depois desta última entrevista os concursos públicos terminaram para mim. Sinto-me cansada deste sistema, sinto-me cansada de ter as esperanças finalizadas em momentos de extrema frustração e mais que isso, sinto-me incapaz. Sempre disse que tentar não tem mal nenhum, neste momento? Neste momento sei que estas tentativas furadas só me fazem mal e quero acabar com elas na minha vida.

         Sei que não sou a única a ter desistido, mas o mais triste? Somos demasiados a já ter desistido.

 

01
Jun17

Lembram-se disto?

(Imagem retirada daqui)

 

Lembram-se disto (concursos públicos é como jogar no euromilhões)? Passado um ano e três meses fui finalmente fazer exame. De 190 candidatos surgiram 30 para 3 vagas. O aviso da data do exame veio 4 dias úteis antes, passado mais de um ano já tinha desistido, tinha até pensado que um concurso público não poderia demorar tanto tempo, mas errei. Ainda assim fiz-me ao caminho, peguei nas leis e devorei-as em 4 dias, logo após o horário de trabalho e deixando de ter sanidade mental. Dediquei-me ao estudo para pelo menos não fazer uma figura ridícula e ficar com a consciência leve. Fui a exame, pensei que seria mais difícil do que me pareceu ser, e saí de lá com a sensação de que tinha uma probabilidade de 50% de tirar positiva.

Resultados da prova: para 3 vagas, 3 pessoas tiraram positiva.

A boa notícia: De todos os que reprovaram, juntamente comigo, eu fui a nota mais alta. Digam lá que não é motivo para estar orgulhosa!

 

P.S.: Apesar de estar orgulhosa, ver uma negativa numa pauta, mesmo em frente ao meu nome foi uma facada que nunca tinha sentido em toda a minha vida.

 

08
Abr16

Vida de desempregada #16

(Imagem retirada daqui)

 

Tempo de desemprego: 210 dias.

Número de anúncios na área: 27 (talvez menos?).

Número de anúncios respondidos fora da área: perdi-lhes a conta.

Número de entrevistas: 1+4 (1 fora da área e 4 na área).

Número de currículos entregues em mão e via online: recuso-me a contar, a última vez eram 302.

Respostas: 32.

 

Há quase 7 meses desempregada começo a sentir-me mais serena com a situação. Mais calma. Mais conformada. Existe a frustração de não obter respostas, existe a tristeza de ver a conta descer sem lhe ver um único aumento e ainda o controlo constante de comprar seja o que for. Mas sinto-me mais serena. Continuo a achar-me uma incompreendida pelas pessoas que estão ao meu lado pelo simples facto de as suas experiências de desemprego terem tido sempre alguma entrada de dinheiro (pelo subsídio de desemprego) e eu não, o que faz aumentar a minha necessidade de encontrar um emprego e não um trabalho de escrava. Contudo, se calhar, ando mais serena porque tenho andado mais ocupada, entre sobrinhos e Leis, limpezas e porta-chaves para montar. Sim, esta é a novidade recente, tenho conseguido ajudar a minha mãe com o trabalho da fábrica (para a qual já trabalhei aos meus 17 anos) e sentadinha do meu sofá montado porta-chaves. Tenho andado mais distraída e por isso não tenha pensado tanto no assunto.

Cada vez que surge um anúncio na área penso logo nas condições ridículas que lhe devem dizer respeito, no entanto, respondo e se necessário lá vou eu a mais uma entrevista para dizer 'não, obrigada!'. Quando surgem fora da área, por muito adaptado que o meu currículo esteja, lá vem outro pensamento do género 'não tenho experiência, mandam-me para canto'. Contudo, a presença de um plano B na minha mente tem-me deixado um tanto ou quanto serena (nunca totalmente, mas acho que é normal) e a necessidade de tentar safar-me dignamente no euromilhões dos concursos públicos tem-me ocupado o tempo restante. O sol? Esse? Cada vez que aparece ajuda-me a recuperar as energias e o sorriso e talvez por isso este último mês de desempregada não me esteja a custar tanto.

É claro que a tempestade ainda anda cá dentro, todos os sentimentos negativos que advêm de um desemprego prolongado não desaparecem só porque estamos ocupados, mas têm sido atenuados e camuflados por tantas outras coisas.Tenho tentado afastar os pensamentos negativos, tenho tentado pensar que isto não pode ser eterno e se não tenho cunhas tenho de lutar como todos os outros. Posso não conseguir a vaga de sonho na função pública, mas se conseguir no balcão de qualquer loja já me dou por satisfeita. Pelo menos durante uns tempos.

Apesar do desemprego, volto a sentir-me eu, um bem haja à Primavera (que apesar de bipolar me tem ajudado)!

 

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