Perdida por terras de Amesterdão #2
Já andava a demorar a segunda parte da minha viagem a Amesterdão. Não só uma viagem que nos fez desligar do mundo, festejar o meu aniversário, como ainda vim com um anel no dedo, haverá melhor viagem? No último post falei do mercado das flores, da casa de Anne Frank e do cruzeiro que fizemos, no entanto, Amesterdão é conhecida por um estilo de vida bastante alternativa e sábado à noite foi para isso mesmo, conhecer o outro lado de Amesterdão.
Depois de nos deliciarmos com uma Waffle Belga, que parece ser tradição para aqueles lados (vá-se lá perceber porquê), em que Ele diz sempre fazer um sacrifício enorme para comer a minha parte (maldita intolerância à lactose!), decidimos ainda antes de jantar procurar a Red Light District. Uma zona da cidade conhecida pelo seu estilo boémio e sedutor. Conhecida pelas suas vitrines com senhoras semi-despidas a tentarem fazer negócio e com as inúmeras sex-shops, já para não falar das Coffeshops em que se vende legalmente marijuana e cogumelos mágicos, isso e variadíssimos produtos com tais substâncias. Lá fomos nós na nossa procura incessante por esse local e só tenho a dizer, não foi nada fácil! Tal como já referi os mapas que nos deram eram terríveis e a Red Light District está tão fechada em si mesma que não é fácil descobrir que por detrás de uma ruela está a 'cidade do pecado'. Demos voltas e voltas até descobrir o local e só nos apercebemos que tínhamos chegado porque eram as ruas que acumulavam mais pessoas, já para não falar das luzes vermelhas nas vitrines. Estas ruas estão tão fechadas sobre si que parecem uma bolhinha à parte de Amesterdão, no entanto, é fantástica a forma como as coisas ali parecem tão naturais (e não o serão?). As sex-shops de nada têm de diferente das nossas, as diferenças estão mesmo nas mulheres nas montras que se mexem, que falam e que estão sentadas numa cama ou numa cadeira a falar ao telemóvel como se estivessem numa sala de estar. Já as Smartshops e Coffeshops, apesar de entrarmos por pura curiosidade e experimentar um produto ou outro, não seria necessário, bastava sentir o cheiro na rua que bastava para se ficar ligeiramente enjoado (em Roma, sê Romano, certo?). Contudo, fiquei encantada com a liberdade ali sentida e em que nada parecia provocar problemas.
Domingo foi dia de ir ao Rijksmuseum e a verdade é que perdemos horas lá dentro sem sequer notarmos. Eu e Ele adoramos história e arte, Ele mais a primeira e eu a segunda, mas nem um nem outro temos qualquer tipo de problema de passar horas seguidas num museu e se viemos embora, não foi por termos visto tudo, mas sim porque já estávamos com fome. O Rijksmuseum não só tem uma arquitectura fantástica como alberga uma grande parte da história da Holanda, seja dos seus artistas como dos seus reis. Entre o auto-retrato de Van Gogh e histórias macabras passamos horas a ver arte, esculturas, pinturas e até o vestido de Yves Saint Laurent. Umas largas horas bem passadas a admirar toda aquela arte.
Bem ao lado do Rijksmuseum está também o museu de arte moderna e o Museu de Van Gogh, eu e Ele optamos por não visitar nem um nem outro. Em Paris já tínhamos tido a oportunidade de ver algumas obras de Van Gogh, assim como no Rijksmuseum e então consideramos que seria melhor aproveitar o resto do dia de outra forma. Assim, depois de termos deixado as praças dos museus dirigimo-nos para o Palácio Real, onde ficamos encantados com a exuberância do Palácio. Descobrimos então, que até o irmão de Napoleão ter ocupado a Holanda que aquilo não era considerado um palácio e só Luis Napoleão lhe deu a função de palácio bem no centro de Amesterdão. O salão principal foi sem dúvida a zona que mais me encantou, com o mapa mundo pintado no chão ao pormenor, mas também com o Axis a carregar nos seus ombros o mundo. É fácil imaginar aqueles tempos, não fosse a conservação de todos os seus elementos e das fotografias tiradas ao longo do tempo. Sem dúvida um passeio essencial a quem vá a Amesterdão. O domingo terminou com mais passeios pela cidade, não houve tempo para ir ver moinhos nem ir à Experiência Heineken, no então aproveitamos ainda para voltar ao mercado das flores que me tinha deixado completamente encantada.
Amesterdão é sem dúvida uma cidade para visitar. Adoro as suas ruas e pontes, os seus pequenos mercados e até é giro ver bicicletas em constante movimento. Não é uma cidade barata, a comida é bastante cara (e para uma intolerante à lactose é difícil fugir a tanto queijo!), assim como o café (3,50€ é um abuso!), mas os transportes até os considerei bastante acessíveis, assim como o preço das túlipas é claro. Valeu bem a pena a viagem e tenho a certeza que ficará para sempre na minha memória por excelentes motivos. Uma cidade cheia de pequenos pecados, mas tão simpática como qualquer outra.
P.S.1: Parte 1 da viagem a Amesterdão aqui.
P.S.2: Todas as fotografias são da autoria de Just Smile e d'Ele.