Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

justsmile

03
Nov17

Uma jovem com religião

(Imagem retirada daqui)

 

      Em 2012 considerava-me uma descrente na religião, fosse ela o cristianismo ou outra qualquer. Era completamente descrente em algo superior, a vida até ali tinha-me mostrado que acreditar em algo que nunca tinha visto era simplesmente ridículo. Tinha crescido no seio de uma família católica, tinha percorrido todos os passos do catolicismo, mas simplesmente tinha deixado de acreditar. As idas à igreja eram nulas, quando necessário saia de lá ainda com menos convicções e dizia a todos e a qualquer um que só acreditava na ciência e nada mais. É claro que em determinado momento da minha vida tinha sido praticante, por obrigação, por vontade dos meus pais, mas a partir do momento em que tive uma palavra a dizer desliguei-me da religião. A vida não corria bem, parecia simplesmente complicar ainda mais e como poderia eu acreditar em alguém que nos ajudava, quando na verdade só via as coisas a piorarem?

      No final de 2012 fui fazer um estágio curricular de três meses para o maior hospital da zona Norte. Cruzei-me com alguém que levava a religião de uma forma leve, que andava sempre com um terço no bolso e que mais do que seguir regras, acreditava piamente num ser superior que a guiava. Ao início tudo me pareceu absurdo, principalmente vindo de alguém culto, de alguém da ciência e de alguém que via desgraças todos os dias. Mas foi durante esses três meses que percebi o porquê dessa sua forma de ser, dessa sua fé e dessa sua confiança e à-vontade em falar em Deus. Durante este estágio assisti a cenas muito complicadas, jovens com doenças terminais, crianças com doenças congénitas que nunca iriam melhorar, pessoas com uma vida perfeitamente normal até 'ontem' e que de repente se viram privadas de serem elas próprias. Ali, compreendi que nunca me poderia queixar da vida que tinha. Ali aprendi que não posso ser egoísta, que não posso queixar-me quando há pessoas que simplesmente têm a vida em risco e que a única coisa que as pode ajudar é a Fé. E foi aqui que compreendi o porquê da religião, o porquê de se acreditar em algo superior. Por muito desgraçadas que fossem aquelas vidas, por muitos problemas de saúde e familiares que tivessem, por muito que estivem mais perto da morte do que da vida, estas pessoas tinham uma Fé que me impressionou, que me inspirou. Aprendi ali, em três meses, que as pessoas que melhor lidavam com a situação, que melhor recuperação tinham e que mais sorrisos mostravam eram aquelas que acreditavam em algo superior, em algo maior que elas próprias. Esta Fé, esta esperança dava-lhes vida, dava-lhes conforto. Foi então que percebi que para lidarmos com este mundo era realmente necessário acreditar em algo para nas horas de sufoco termos ao que nos agarrar.

     Sei que acreditar em algo abstracto é complicado. Sei que parece absurdo a muitos, como a mim também já me pareceu, mas ao fim de três meses a lidar com o sofrimento dos outros compreendi que eu só podia agradecer por aquilo que tinha. Compreendi que para sobreviver, para ultrapassar a dor e os desafios da vida, era necessário acreditar em algo mais do que estava à vista dos nossos olhos. Era, simplesmente, preciso ter-se Fé. Foi então que ali renovei a minha crença em algo superior. Em apenas três meses recuperei aquilo que tinha perdido durante anos, deixei-me de porquês e comecei a acreditar que é preciso ter-se Fé, mais que numa religião, do que num Deus, era simplesmente preciso ter-se Fé, para agradecer, para pedir, para viver. Aquele foi um ano de transformação para mim e aos bocadinhos dei por mim a sentir a necessidade de ir à missa, a necessidade de agradecer no final de um dia, a necessidade de acreditar que há uma razão para tudo, mesmo que eu a desconheça. Hoje sinto-me mais próxima da religião do que algum dia estive, aprendi que é preciso enquanto ser humano termos algo. Não acredito em muito do que a Bíblia diz, o que se reforçou com a leitura do livro de José Rodrigues dos Santos, não acredito num Deus que queira o nosso amor total, mas sim dividido. Nem sequer acredito num Deus que não defende a mulher, que gosta que as pessoas sofram e que até nos castigue. É que nem acredito muito no céu e no inferno. No entanto, acredito em algo e é por vezes na igreja, nas minhas conversas surdas com Deus que me sinto bem. É nas horas de sufoco que o procuro, mas também nas horas de alegria em que agradeço pelo que tenho. Acredito plenamente na ciência e na evolução e nem vale a pena tentarem contradizê-lo, mas mais do que tudo isso acredito que o ser humano precisa de Fé, precisa de Acreditar. A mente é uma coisa muito poderosa e que nos ajuda a curar. Acreditar apenas nos dá a força que por vezes precisamos.

      Tenho uma visão muito minha da religião. Sei distinguir o bem do mal e não foi pela religião. Mas acredito em algo superior. Eu, com 26 anos acredito num Deus, não sei bem como, nem porquê, apenas sei que preciso. O catolicismo apenas veio porque foi o meio onde cresci, mas digo-o e reforço-o, tenho uma visão muito minha da religião e digo abertamente, eu tenho uma religião.

28
Dez12

E mais uma vez, o fim de um ano

(Imagem retirada da Internet)

 

O fim de mais um ano chegou. 2012 chegou ao fim como todos os outros anos que passaram. O mundo não acabou, a crise não passou e a paz não chegou. Um ano como tantos outros na vida de um ser humano. Mas definitivamente, 2012 foi um ano muito doloroso para mim, ao olhar para trás quase que não consigo encontrar mais que um lado risonho deste ano. De Janeiro a Setembro, foram mais as dores de ser humana do que as felicidades. Ai que aninho... Só de pensar já dói. Fui me completamente a baixo, duvidando de mim e das minhas capacidades, da minha força e até mesmo de mim como ser humano. As lágrimas correram-me descontroladamente quando me encontrava só ou com a minha mãe. Os ataques de choro tornaram-se recorrentes no espaço de dois meses, difícil de acreditar, mas sim, chorei e muito este ano. O verão acabou por passar e eu continuava sem me sentir eu, eu própria, a Just de Sempre mas alguma alma divina me guiou para uma nova alegria. Apesar de toda a dor, de todas as dúvidas e de todas as lágrimas este ano foi o ano de me reencontrar espiritualmente. Foi um conjunto de coisas que levou a deixar-me envolver num meio espiritual que há tanto eu precisava. Sem conseguir imaginar, e inconscientemente, os três livros que comprei este ano foram a redescoberta de mim mesma. Tudo começou com o meu primeiro estágio, quando comecei a ler "Quando estiveres triste sonha", após um verão de apatismo, e a verdade é que com ele voltei mesmo a sonhar, algo que tinha perdido em mim durante este doloroso ano. Depois veio "Três metros acima do céu", comprei pelo título mas adequoou-se perfeitamente à fase em que passava, este livro fez-me relembrar a minha história de amor, do quando preciso dele a meu lado e do quando gosto dele. Os sonhos estavam de volta e a paixão (que nunca tinha desaparecido) também, faltava a minha fé e a minha esperança que vieram com "E depois...". Veio numa altura em que lidei com a primeira morte no meu estágio, o primeiro frente a frente com a passagem de um paciente para outro mundo. Não sei como, nem porquê, mas voltei a sentir a fé, talvez do livro, talvez da vivência do estágio, talvez por ver no rosto daqueles doentes a fé espelhada, não sei, mas voltei a sentir-me melhor. Voltei a ser eu, risonha, alegre, bem-disposta e com bastante fé e esperança. Três livros importantíssimos para o meu reencontro, três livros que saltaram da prateleira para a minha mão sem saber a importância que viriam a ter na minha vida. Acredito que a combinação destes livros com aquele estágio foram a salvação para eu voltar a ser a Just. 

Honestamente, tirando o nascimento do meu sobrinho em Março (que veio trazer imensos sorrisos à familiar) sinto que as coisas positivas de 2012 só começaram a surgir a partir de Setembro. Voltei a conviver mais com velhas amizades, comecei a querer sair mais de casa e a não me entregar tanto ao comodismo e comecei a sentir-me melhor comigo mesma. Para além disso, este ano foi o ano em que eu e a minha mãe nos tornamos mais que amigas (sempre o fomos, mas fortaleceu a relação), eu fui o seu pilar e ela o meu. Ela foi o meu abrigo de todas as lágrimas que caíram, oh e quantas vezes caíram este ano. Muitos foram os abraços que precisei dela e ouvir que por mais coisas que aconteçam sou boa pessoa e que ela nunca deixará de ter orgulho em mim foi mais do que importante.

Vendo bem, se calhar 2012 começou como um ano sofredor para terminar da melhor forma, para demosntrar que é preciso sobreviver a tempestades para depois saber apreciar o céu azul. Hoje, sim, hoje sou feliz. Tenho uma mãe que é o meu ídolo, tenho um namorado que faz tudo por mim, aumentei o meu grupo de amigos e neste momento sinto-me mais confiante, não só como pessoas mas como futura Terapeuta da Fala. Sinto-me feliz e concretizada, mais forte do que alguma vez imaginei vir a ser (tanto física como psicologicamente). Não posso dizer que 2012 tenha sido um bom ano, nem lá perto, mas pelo menos parece que vai terminar bem :)

 

P.S.1: Desculpem o testamento.

P.S.2: Mil e um obrigadas a quem por cá passa e sempre me deu força, não imaginam a importância que isso teve em mim.

03
Jan12

E chegou 2012

(Imagem retirada da Internet)

 

O ano novo já chegou, cheio de doces e champanhe, mas nada mudou.

As aulas ainda não começaram, as hoje comecei o meu trabalho de leitura de artigos para definir o meu projecto de curso, comecei a pôr os apontamentos em dia e a imprimir papeladas que já deverião estar impressas há muito tempo. Amanhã terei o dia para fazer um trabalho, quinta-feira será para outro trabalho e sexta-feira para outro. Espero conseguir seguir todos estes meus planos até sexta-feira, até porque quero o fim de semana para desfrutar o sabor de não fazer nada.

Desejem-me sorte :)

Inspiração do Mês

Sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Segue-me ainda em...


Justsmile91's book recommendations, liked quotes, book clubs, book trivia, book lists (read shelf)

Nas páginas de...

2021 Reading Challenge

2021 Reading Challenge
Justsmile91 has read 0 books toward her goal of 12 books.
hide

Parcerias

Emprego em Portugal estudoemcasa-mrec