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justsmile

14
Set09

Após a tempestade a incerteza

(Imagem retirada da Internet)

 

Aqui estou eu para vos trazer novidades, admiro a vossa preocupação comigo e obrigada por toda a atenção que me deram, mas neste momento só me resta acalmar e não desesperar que não serve de nada. Hoje telefonei para o Gabinete de Acesso ao Ensino Superior e ficaram admirados com a minha situação, no entanto disseram que não era a única só que a maioria das pessoas a que aconteceu o mesmo conformaram-se com a opção que lhes saiu. Mas eu não me quero conformar com Engenharia de Energias Renováveis, acho que não é curso para mim e então não vou perder tempo com algo que não me agrada totalmente. Para quem não sabe informaram-me que podia utilizar a melhor nota de exame do ano passado na candidatura deste ano, no entanto só posso usar na segunda fase. O problema é que a Secretaria e outras entidades que questionei disseram que podia, e daí ter depositado toda a minha esperança na primeira fase de candidaturas... É essa então a razão de não ter entrado em Terapia da Fala. A verdade é que era muito mais fácil aceitar o facto de não ter entrado se não tivesse entrado por culpa minha, ou até mesmo por não ter média, é muito mais frustrante ter sido por informações mal dadas por pessoas que pensam que sabem tudo. Enfim... Já não vale apena pensar por aí, já passei o fim de semana 'deprimida'. De sexta para sábado dormi perto de três horas, vi o nascer do sol e nem consegui dormir, acordava com falta de respiração devido ao nervos. Sábado não foi muito melhor, sentia-me revoltada e só me apetecia chorar, os olhos não deixavam de estar vermelhos e sentia-me completamente vazia e inútil. Ao final da tarde revoltei-me contra mim própria, depois de toda a fase de choro e prometi a mim mesma que não ia derramar mais lágrimas por este assunto. A culpa não foi minha, o azar era inevitavel (eu avisei a minha mãe quando passei no código e quando este correu tão bem) e se calhar depositei esperança a mais na minha entrada e por isso mereci apanhar este balde de água fria. A minha mãe ficou desconsolada e a minha irmã solidária perante a situação, toda a família me apoiou e continua a apoiar, mas sinceramente sinto-me sem forças. Concorri hoje à segunda fase de candidatura e sinto-me completamente sem a minima esperança, sem confiança, fiquei em tal estado que prefiro não pensar em nada. Não quero pensar em alternativas caso não entre, nem quero pensar na possibilidade minima de entrar, simplesmente prefiro não pensar para não apanhar uma desilusão tão grande outra vez. Agora apenas tenho de aguentar mais um mês de incerteza, mais uma semana com esta sensação de que perdi o chão dos meus pés... Mas tudo passa não é? E isto também passará, eu sou forte e vou aguentar este mês!

Obrigada a todos!

 

P.S.: Agora rezo por um milagre, por uma vaga em qualquer lado.

28
Ago09

Um caminho a seguir

(Imagem retirada da Internet)

 

Às vezes ainda me custa a acreditar que já terminei o meu secundário, custa-me até a crer que já percorri doze anos da minha escolaridade, por vezes até me custa mesmo a crer que cresci do modo que cresci. Ainda me lembro do meu primeiro dia de escola na primária, lembro-me do meu receio do desconhecido e da minha ansiedade a aprender a escrever e a ler. A minha experiência no primeiro ciclo não foi a melhor, tive uma professora má como as cobras, ainda daquelas antiquadas que achava que bater era o melhor método de ensino e muitos problemas à volta dela surgiram, mas a minha mãe lutou e conseguiu com que os miudos que entraram na escola no ano a seguir eu ter completado o meu 4º ano não apanhassem as professoras que eu cheguei a apanhar. Apesar de muitas memórias negras que tenho desta minha fase da infância, também tive muitas alegrias e o maior presente que tive lá foi aprender a ler e a escrever, presentes estes que agora dou muito valor e que me deixam viajar para um mundo imaginário. De seguida uma escola nova, era o seu segundo ano em funcionamento e ainda as salas cheiravam a novo e a biblioteca ainda poucos livros tinham, mas o ambiente era óptimo, assim como os professores que apanhei. Cheia de actividades extra-curriculares e festas, era uma escola alegre e com muita vida. Pequenina mas bem tratada e acarinhada por todos. Passei lá os cinco anos que se seguiram, muitas histórias passei lá, lembro-me daquelas confusões que tinha com a quem achava serem minhas amigas, lembro-me de todas as actividades que participei e de todas as vezes que pisei o campo para mais um torneio. Lembro-me das tardes passadas nas escadas a apanhar sol com os amigos a ter uma boa conversa, lembro-me das lágrimas que muitas vezes me correram pelo rosto e até mesmo da altura em que comecei a mudar e a tornar-me no que sou hoje. Mas no fim desses cinco anos consegui tirar um saldo positivo de tudo o que lá passei e guardo muito boas recordações daquela escola, até porque lá conheci alguns dos meus melhores amigos. Ao fim desses cinco anos decidi tomar um caminho diferente de todos os meus amigos, decidi ir em busca do desconhecido. Precisava de mudar de ares e conhecer gente nova, precisava de uma mudança. E essa mudança aconteceu. Durante três anos estive longe daqueles que me acompanharam durante nove anos na minha vida. Conheci gente nova e criaram-se novos laços de amizade, surgiram novas conversas e até mesmo novas ideias em mim. Cresci muito, evolui, se assim o posso dizer. Vivi experiências que nunca pensei viver, vivi emoções que desconhecia serem possiveis existir e no final fiquei feliz por ter ido à descoberta. Encontrei pessoas sensacionais que me marcaram imenso, passei momentos inesquecíveis, sorri muitas vezes e lá nunca verti uma única lágrima, em três anos não tive nenhuma desilusão naquela escola que provocasse uma simples gota cristalina nos meus olhos. Vivi de tudo, também passei momentos maus mas nada relacionado com amigos de lá e muito menos com a escola. Agarrei-me aos livros e lutei pelo meu futuro e agora que está prestes a ser decidido é que me apercebo que tudo isto já passou. Já passaram doze anos inteirinhos e eu nem dei pelo tempo passar. O tempo voou perante os meus olhos e nada consegui fazer para o agarrar, apenas me deixou recordações que dificilmente serão esquecidas e deixou na minha personalidade as suas marcas. Chegou então a altura de seguir um novo caminho. Se será um mar de rosas? Não o julgo. Se sei o que vai acontecer em breve? Não faço ideia, mas tenho vários caminhos desenhados, apenas o destino decidirá um deles. Vou me deixar levar pelo destino, o efeito de borboletinhas no estômago durará pelo menos mais duas semanas e só depois é que saberei o que o destino me preparou, mas simplesmente me vou deixar levar como uma folha se deixa levar pelos primeiros ventos de Outono.

 

P.S.: A pedra que substituia o meu coração parece ter desaparecido^^

 

28
Jul09

Cinco Taradinhas Maravilhosas

Lembram-se de eu ter dito que no dia do meu baile de finalistas fiz uma surpresa às minhas amigas? Aqui fica o que lhes escrevi, não se assutem, ah os nomes são ficticios senão elas matavam-me^^

 

             Há dois anos atrás, cinco raparigas reuniram-se numa turma em que os rapazes na idade do armário predominavam. Não foi difícil a união entre elas, afinal eram só cinco raparigas no meio de tantos rapazes. No entanto, só passado um ano é que a amizade entre elas se tornou mais forte. Foi no início do 12º ano que tudo mudou entre elas, foi durante umas conversas muito estranhas no balneário feminino que se começaram a demonstrar as verdadeiras raparigas que eram e que todas confirmaram o lado perverso que mantiveram escondido durante todos estes anos. Foi então que as longas conversas sobre coisas inimagináveis as uniram e as mantiveram longe dos rapazes. Começaram então a considerarem-se autênticas taradinhas, sim, porque para as conversas que elas tinham não há outro nome (para além de perversas, mas que dize-lo parece mal). As suas conversas eram impressionantes, envolviam: sapatos agulha, chicotes, mordaças, baloiços e sabe-se lá o que mais (sim, elas são todas raparigas decentes e não pretendem pôr em prática as suas ‘mentes perversas’ com os namorados).
                Certo dia, numa das muitas excitantes aulas de educação física, o futuro das cinco raparigas surgiu numa das muitas conversas. O destino ‘deprimente’ de cada uma foi traçado, um destino cheio de maliciosidade e pura diversão. Os destinos dessas cinco raparigas cruzavam-se pois desde o 12º ano tinham predestinado que aos 30 anos irião reunir-se para abrir um bordel, sei que a primeira imagem que passa ao leitor é que essas raparigas além de serem taradas são também doidas, mas a verdade é que são e a melhor parte de tudo isto, é que elas se orgulham de serem as malucas de todos os dias. O bordel seria num edifício todo espelhado em que as pessoas que por ele passassem conseguissem dar uma ‘olhadela’ à sua montra. Uma rapariga alta e de cabelo curto castanho seria a professora e manipuladora de todos os empregados e clientes se fosse preciso, é óbvio que me refiro à líder de este grupo de taradinhas, a Ana. A mais magra de todas essas raparigas seria a recepcionista, estaria sempre atenta a quem entrava e saia de modo a apreciar a satisfação do cliente, é claro que se trata da Luisa. No entanto, antes de o cliente entrar num tratamento de choque com a Ana, alguém se iria encarregar de o ambientar e de o deixar mais à vontade num ambiente tão depravado, essa pessoa é uma mulher atraente com uma voz aguda e uns gritos histéricos impossíveis de controlar, trata-se da senhora dona Claúdia, mais conhecida por Clau. Uma das pequeninas, a mais simpática com certeza, ficou encarregue do bar, de forma sedutora atrairia os clientes e faria-os beber e gastar o seu dinheiro no bar do bordel, pelo menos para se conseguir obter algum lucro, essa pequenina mas grande mulher é a Susana. A Branca, a mais distante das cinco raparigas estava encarregue da contabilidade do bordel. Como podem ver, chegava e sobrava trabalho para as cinco raparigas. Contudo, antes de acontecer a reunião para criarem o bordel dos seus sonhos, as suas vidas eram completamente deprimentes e cheias de lacunas.
                Comecemos pela qual a vida era menos deprimente e triste de contar. O futuro da menina Branca não é tão deprimente como o das restantes meninas, por isso começaremos pelo mais suave e iremos parar ao mais triste de todos eles. A Branca irá num futuro, não ele muito longínquo, casar-se com o seu amado Toni e como o seu rabo irá aumentar cerca de 10 cm por ano, quando ela atingir os 30 anos não lhe vai restar mais nenhuma alternativa se não ser vendedora de sofás, o seu rabo será tão grande tão grande que o único local onde se poderá sentar será um grande e confortável sofá. (E sim, este é o destino mais ‘suave’, e não deitem as culpas à escritora, as cinco raparigas é que visualizaram o futuro de cada uma delas!)
                O próximo destino retratado é o da Susana, esta tornou-se na Osteopata do grupo, mas temos de admitir que a sua capacidade como profissional não foi a melhor. Não é que logo no seu primeiro dia de trabalho torceu o pescoço a um doente e ele morreu, e não é que foi logo presa? Ah! Pois foi! Não que ela na prisão se precise de preocupar em não ter que apanhar o sabonete, mas a verdade é que há sempre o receio que a pequena Susana se torne amante da sua companheira de cela. 
                A partir deste momento o futuro das três restantes raparigas começa a ficar cada vez mais degradante, mas o que até está mais há altura da terceira posição é o da Ana. A Ana, como sempre sonhou e desejou, trabalhará com um chicote na mão. Mas não é um chicote qualquer, não é um chicote a fingir e muito menos de plástico. O instrumento de trabalho da Ana é muito mais elaborado, é um chicote de pele e que é cuidadosamente tratado pela própria. O chicote é apenas um suporte no seu trabalho, ela é a responsável pelos trolhas de uma obra civil e quando algum não se porta em condições a Ana é obrigada (com o maior dos prazeres) a dar-lhe uma chicotada, para ele aprender e não voltar a repetir a asneiras. Digamos então que o chicote é apenas um auxílio para um bom ambiente e aprendizagem num local de trabalho.
                Já o destino da Clau é mais elaborado e completamente pensado até ao último pormenor. É necessário informar o leitor que esta rapariga sofre do síndrome de Lolita, para quem não sabe passo a citar o que se encontra ao alcance de qualquer um de vocês na internet “é a prática sexual por adultos com menores na faixa etária entre 10 e 16 anos”, acho que não preciso de dizer mais nada. Continuemos então a contar o futuro desta sedutora inata. O seu grande sonho é comprar implantes mamários e deixar de ser, vá, consideremos uma tábua. No entanto, para fazer essa operação de estética é necessário muito dinheiro, dinheiro que ela não tem. Então encontrou-se uma solução muito simples, ela casa-se com um homem velho e quase a cair para o lado, tem é de ser rico (como é óbvio), assim após dois dias de casamento com um velho caquéctico (dois, porque um ia levantar demasiadas suspeitas), ela deita um pozinho misterioso na bebida do velho e ele morre de ataque cardíaco, assim o seu sonho torna-se possível e ela pode seduzir criancinhas com as suas grandes mamas.
                Em último lugar, mas não o melhor, o futuro da Luisa é o mais degradante e vergonhoso de todos eles (acho que não podia haver pior…). A Luisa viverá num maravilhoso celeiro com o seu amado Carlos, e visto não haver televisão para passar o tempo, juntos têm 20 filhos (dos quais metade a Clau vai pedir para ‘coçar a coxa à tia’ e pedir para ‘dormir a sesta nos balões da tiazinha’). As camas são quentes e confortáveis fardos de palha (‘Mãe, tenho frio. – Carlos, vai buscar mais palha para o menino!’). A Luisa tornar-se-á numa jovem obesa e a verdadeira típica mulher da aldeia, um grande bigode e uns berros esganiçados para chamar o marido que trás as couves do campo para o jantar.
                Como podem ver, elas unem-se para melhorar as suas vidas de míseras ‘bactérias’ na sociedade e para tentar fazer do mundo, vá, fiquemo-nos por Portugal, um local mais sorridente decidiram criar um bordel e tornarem-se verdadeiras senhoras, capazes de serem dignas do seu trabalho.
                Vá, agora a sério (agora vem a parte lamechas), o nosso futuro não vai ser assim tão deprimente, mas a questão do bordel mantém-se, até porque acho que nos vai render um bom dinheiro. Não se esqueçam é que daqui a 12 anos temos de nos encontrar numa das nossas reuniões e tratar a sério da questão do nosso negócio.
                Quanto ao resto digo-vos, foi um prazer conviver convosco nos últimos dois anos, identifiquei-me convosco como nunca pensei identificar-me com nenhum grupo de amigos, vivemos os nossos momentos de taradice que me marcaram e que ainda hoje me fazem rir e só quero dizer que adoro as minhas meninas e que nunca as vou esquecer.
Beijinhos grandes queridinhas
Joana Santos
06 de Junho de 2009

 

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