Sangue Asteca (11/25)
(Imagem retirada daqui)
Depois de ter lido Orgulho Asteca, meti-me nas páginas do segundo livro da saga. Muitas das palavras endereçadas ao primeiro livro poderão ser aplicadas ao segundo, desde da descrição de paisagens, até aos sacrifícios mais carnais. No entanto, neste novo volume do livro vê-se a idade passar e se anteriormente Mixtli se tinha safado de todas as emboscadas, de todas as aventuras e ultrapassado a morte, desta vez as coisas não correm bem. Mixtli continua a contar a história do Mundo Único aos escrivães que a pedido do Rei de Espanha querer saber mais sobre essa cultura. Mixtli continua a explorar as suas aventuras, a contar o seu amor por Zyanya e pela filha que nasceu dessa união, mas é também neste livro que conta a forma trágica como as perdeu, uma de cada vez. Uma por uma tragédia provocada por um Venerador Orador e outra por um sacrifício aos Deuses, absolutamente assustador e violento.
Neste livro não há uma tão grande exploração sexual, não há uma tão grande necessidade de ir e conhecer e conhecer, há no entanto ordens de estado, questões que são precisas serem resolvidas com outras tribos e, claro, há sangue por todo o lado. Há batalhas, há sacrifícios, há envenenamentos e há uma tristeza muito grande na vida de Mixtli que perdeu todo o seu amor. O tempo passou, a chegada dos Espanhóis a terras dos Astecas foi contada e no fundo, os católicos, foram tão maus quanto os sacrifícios dos Astecas para com os seus Deuses. Mataram com a definição do pecado, mataram com a crença de que há um único Deus e mataram porque se continuava a pecar. No fim, fiquei surpreendida com o desenrolar do livro. Não encontrei nenhum momento previsível, foi sempre capaz de haver uma reviravolta, do início ao fim.
Nestas páginas aprendi muita coisa sobre a gente humana, que tantas vezes tem tão pouco de humanidade. Nestas páginas aprendi que crenças são crenças e se nascem connosco, connosco morrerão. No fim destas páginas, fiquei triste com o seu término. Um excelente livro que faz pensar muito e que sem dúvida não é para pessoas sensíveis.
" - É uma das maldições das mulheres. Ficamos, ano após ano, mais velhas do que os homens. - E de imediato se acalmou e sorriu, como se achasse graça ao que dissera. - É por isso que as mulheres tratam os maridos como crianças. Porque parecem nunca envelhecer... ou crescer."