Queridos paizinhos...
(Imagem retirada daqui)
Não sou mãe, talvez um dia o venha a ser, talvez não, ainda nem sei muito bem, mas sou profissional de saúde. Sou profissional de saúde, sou educadora e lidei durante algum tempo directamente com vocês, pais. Sei que por uns serei censurada pelo que direi, por outros (talvez aqueles que ainda não são pais) serei apoiada. Acredito que ser pai e mãe seja uma das coisas mais difíceis e, ao mesmo tempo, mais gratificantes da vida. Acredito que também nem sempre seja fácil tomar decisões em prol de um ser tão pequeno, tão frágil e tão dependente de vocês. Sei também que não há um manual que vos ensine a tomar decisões, que vos ensine a educar e até vos indique quais as melhores atitudes perante uma criança. Admito até que ser mãe é uma das coisas que mais me assusta, os receios são muitos e o medo de errar e não fazer bem e não educar é das coisas que mais me deixa de pé atrás quanto ao tema de filhos. E até acredito que todos vocês tenham experiênciado, em algum momento, este tipo de sentimentos e pensamentos. No entanto, tiveram os vossos filhos que sempre acarinharam e tentaram educar. O educar é algo demasiado relativo nos dias que correm, podem ter optado por dizerem mais ou menos vezes 'não', podem ter optado por não ouvirem as suas birras ou terem aprendido a lidar com elas e até podem ter dado tudo o que a criança pediu ou negar-lhe algumas coisas. Ok, isso é a parte da educação, é a vossa parte, a parte que mais vos compete enquanto pais, a parte que é vossa obrigação e a parte em que mais margem de manobra têm. Acredito também que os meninos que fizeram birras em hotéis sejam um orgulho e aqueles que nada fizeram uns coitados, mas volto a referir, isso faz parte da educação e dos ideais passados aos vossos filhos. A educação, mais do que nunca, é um tema subjectivo. Mas há algo que até as vossas crianças terem 18 anos que não é, nem nunca será, subjectivo, a saúde delas.
Enquanto pais tendes de educar, ensinar, preparar o futuro dos vossos filhos, mas também cuidar. Ensinar a cuidar de si próprios, a prevenirem doenças, a terem os devidos cuidados de higiene e afins. Mas se os pais falham em algo tão importante como a prevenção, os cuidados de saúde, como será a vida dessa criança? Lembrem-se, a criança nunca desejou nascer, mas vocês desejaram que ela nascesse, e com isso vem a responsabilidade de a proteger, cuidar, amar e educar. E há coisas tão básicas para a prevenção na saúde como as vacinas. Sim, as vacinas, os vírus que introduzimos intencionalmente nos vossos filhos, os vírus que irão preparar o corpo para possíveis ataques do mesmo vírus. Isso não deveria ser uma parte da vossa educação, ensinar o vosso filho a escolher pelo caminho sem prevenção, deveria ser uma obrigação ensinar o que é correcto, protegê-lo daquilo que pode ser protegido. Ensinem o que quiserem, mas não sejam anti-vacinas para com um ser que ainda não tem escolha, deixem-no escolher quando for grande e quando houver necessidade para isso, mas enquanto bebé simplesmente protejam-no. Já sei que há campanhas que dizem que a vacinação em idade infantil pode provocar autismo e outras síndromes, mas informem-se melhor do que aquilo que é um rumor. Não há estudos suficientes que defendam essa teoria, nem casos suficientes para ligar uma relação entre ambas as coisas. Não sejam anti-vacinas para com os vossos filhos, vocês certamente foram vacinados em crianças para vos protegerem, não deixem agora os vossos filhos desprotegidos em pleno século XXI. Não carreguem o peso de um dia as coisas correrem mal, como agora aconteceu, e terem de levar com a culpa o resto da vida. É sempre melhor pensar que fizeram o que podiam do que pensar ' falhei, eu não protegi, não fiz tudo o que podia.
As vacinas existem para nos protegermos, umas mais essenciais que outras, mas se há doenças quase erradicadas é por alguma razão.
Sejam pais, não defensores de teorias.