Perseguir a felicidade
(Imagem retirada daqui)
- Qual o teu objectivo de vida?
- Ser feliz!
Muitas são as vezes que ouvimos esta resposta à questão inicial. Como se a felicidade fosse o final de uma tarefa. Como se a felicidade fosse o fim de um caminho, o objectivo de uma longa caminhada. Uma espécie de prémio depois de muitos obstáculos. Cada vez mais acredito que a felicidade é o caminho e não o objectivo. A felicidade não é algo que se consiga agarrar, não é concreto, não é físico. A felicidade não é simplesmente um prémio e hoje sei dizê-lo. A felicidade é feita por nós e para sermos felizes basta querermos. "É tão fácil falar quando se tem tudo!", mentira. É muito mais difícil dizê-lo quando se luta contra tudo. Não sou feliz a todo o momento, não sou feliz a toda a hora, mas ao olhar à minha volta apercebo-me de como sou feliz, de como continuo a lutar pela minha felicidade. Nem todos os dias são bons, claro. Nem todos os dias são banhados de raios de sol e sorrisos, basta verem os posts sobre tristeza, sobre as minhas lutas, sobre as minhas chatices, mas nunca poderei dizer que não sou feliz. Como também nunca poderei dizer que não luto pela minha felicidade. A felicidade faz-se do conceito de cada um. A felicidade não é igual para todos. A felicidade é um conceito tão complexo como o próprio ser humano. Não poderemos dizer que ao conquistar X vamos ser felizes para sempre, há sempre formas novas de tropeçarmos, há sempre formas de nos esmurrarmos, mas há também sempre forma de nos levantarmos e continuarmos a lutar pela nossa felicidade.
Nos últimos dois anos a minha vida teve várias voltas. Passei por uma fase muito negra, passei por uma fase de inadaptação e depois voltei a ver a luz ao fundo do túnel e voltei a erguer-me. Mas mesmo durante esse tempo de perda, de dor, de desemprego e escuridão, nunca pude dizer que era infeliz. Todos os dias tinha provas de que tinha tudo o que era necessário à minha felicidade. Óbvio que nem todos os dias me mostrava tão positiva, a esperança também cansa e é preciso irmo-nos a baixo para reestabelecer as energias, mas por muito mal que estivesse a palavra infeliz nunca fez parte do meu vocabulário. Todos os dias, no fundo do meu peito, sabia que era feliz. Tinha em mim uma espécie de gratidão por tudo aquilo que me dava felicidade, por todas aquelas pequenas coisas do dia-a-dia que por mais simples que fossem me faziam sorrir, me faziam acreditar. Não escrevia um diário de gratidão, como muitos minimalistas o fazem, mas mentalmente fazia uma lista das coisas que todos os dias me davam a força necessária para continuar. Assim, ao longo da vida fui aprendendo que a felicidade só vem de nós. A nossa felicidade é a nossa escolha, nada mais. Parece estranho? Talvez, mas acredito que nos dias que correm a felicidade é simplesmente uma questão de opção. Eu prefiro concentrar-me no café quente com o livro à hora de almoço, do que pensar que estou a trabalhar demasiado perto de casa. Prefiro ficar contente com o meu salário ao final do mês, em vez de pensar que não estou a trabalhar na minha área de formação. Prefiro gastar as minhas energias a pensar que me caso para o próximo, em vez de pensar que os meus planos de vida estão atrasados comparando aquilo que tinha imaginado para mim. Prefiro até ver calmamente o pôr-do-sol e conseguir observá-lo do que sequer pensar que tive problemas aborrecidos no trabalho. No fundo, a felicidade é a minha escolha. Prefiro concentrar-me no que me faz bem, no que me faz feliz, do que em tudo o que vai de negativo na minha vida.
Haverá coisas a melhorar, há lutas que continuo a travar na minha vida, mas não posso desperdiçar todas as minhas energias nelas. Não posso focar-me só naquilo que está mal e naquilo que precisa de ser mudado. É necessário encontrar um equilíbrio entre o bom e o mau da vida para ganhar forças para continuar. Para não parar esta batalha, para continuar a lutar pelos sonhos. A felicidade não é um objectivo, é simplesmente uma opção para a caminhada que sonhamos. Não será a construção da casa de sonho que irá eliminar todos os outros problemas da minha vida. Não será certamente ao casar-me que a minha vida profissional irá melhorar. Não, mas são passos desta caminhada pela felicidade que quero passar, que me ajudarão a chegar a outros caminhos. Hoje admito, eu opto por ser feliz. Eu escolho conquistar o meu mundo ao ser feliz pelo caminho. Opto por deixar pelo caminho tudo o que me faz mal (como aqui expliquei) e escolho ser feliz.
A felicidade não é um destino, mas sim a caminhada.