Perdida por terras Madrilenas
Este foi um fim de semana de percorrer ruas desconhecidas, de caminhar por entre prédios magnificamente cuidados apesar da sua idade, de ouvir por todo o lado Espanhol e olhar para o lado quando se ouve falar Português. De andar de mochila às costas, de mapa na mão e cruzar linhas e linhas de metro para se chegar ao destino pretendido. Este foi o fim de semana para viajar e conhecer Madrid ao lado do namorado. Para mim foi uma viagem a seu lado, com um destino que já lá tinha passado algumas vezes, mas que nunca tinha tido a verdadeira oportunidade de conhecer, para ele foi também a sua primeira viagem de avião. É verdade, consegui pôr um homem de 28 anos pela primeira vez dentro de um avião e no fim, ao ser questionado se era para repetir respondeu, ‘É para repetir’ e fiquei com um sorriso de orelha a orelha.
Das passagens que fiz por Madrid fiquei sempre com a sensação de que não gostava da cidade, mas esta premissa demonstrou-se falsa. Adorei o passeio e adorei Madrid. Não foi particularmente das pessoas, não foi particularmente da comida nem da confusão, mas adorei os edifícios tão cuidados, dos caminhos de metro que nos levam a todo o lado e da grandiosidade de todos os edifícios reais e até os não reais. O Palácio Real é algo de outro mundo, nunca pensei ter as dimensões que tem e muito menos que as suas salas fossem todas tão… tão… tão ricas (mas acho que nunca tinha imaginado de como seria um Palácio Real por dentro)! Ao caminhar por Madrid quase que se tropeça em igrejas e catedrais e coisas semelhantes, mas sem dúvida que fiquei admiradíssima pelas dimensões da Catedral. Tem semelhanças com as nossas, mas há algo nos seus altares, talvez a mistura de quadros pintados à mãos com as esculturas dos santos, que transforme a catedral em algo único. Em Portugal acabamos sempre por ver as estátuas em igrejas e afins, mas raramente obras pintadas por artistas da época.
É impossível enumerar os vários locais que visitamos, mas houve dois que me deixaram completamente boquiaberta: o Palácio de Cristal em plenos jardins e o cruzamento de Puerta del Sol com La Gran Vía. O primeiro devido ao seu encanto cristalino e transparente, num dia de chuva deve ser maravilhoso estar no meio daquele parque, com o lado em frente e estar protegido por todo aquele vidro. O segundo por tudo, pela confusão, pelo barulho, pelas ruas, pelos edifícios e pela cultura e arte que por ali se vê espalhado. Ao contrário de Portugal, naquelas ruas vê-se imensos artistas a tocarem música em troca de uma moeda, ilusionistas, estátuas vivas, equilibristas e até Mickeys e Minis. É uma rua que com toda a sua confusão, a torna tão características de Madrid.
Foram dois dias terrivelmente cansativos, fisicamente, mas que me souberam maravilhosamente bem. E hoje, ao ir trabalhar senti as dores nas pernas e o corpo a pedir mais cama, mas a alma? Essa vem livre e com a sensação de mais um desejo concretizado, viajar! Isso e a companhia, claro!
P.S.: Contras da viagem: Mapa do metro de Madrid desatualizado que me fez enganar nas linhas duas vezes; chegar ao Aeroporto Sá Carneiro entrar no meu carro e ter de chamar um reboque para poder voltar para casa.