Perdida por terras de Amesterdão #1
A viagem a Amesterdão há muito que já estava marcada e com orçamento definido, no entanto, com tantas coisas para pensar nos últimos tempos acabamos por nem dar pela chegada da data da viagem. Aliás, foram apenas alguns dias antes que decidimos o que realmente iamos visitar e o que iamos fazer. No entanto, Amesterdão mostrou-se ser melhor do que aquilo que tinhamos imaginado e preparado. Uma cidade fria, com muita húmidade no ar, mas que nos acolhe em cada esquina com um café quente e a tradicional Waffle Belga (pelos vistos é dos doces mais comidos na Holanda, vá-se lá perceber). Para além de querermos conhecer a cidade queriamos relaxar, desligar-nos dos problemas dos últimos tempos, conhecer, mas sem correr.
Quando chegamos a Amesterdão não tinhamos nada definido para aquele dia, queríamos apenas passear, passar pelas pontes por cima dos diversos canais, ver a cidade em si e observar os seus monumentos. E assim o fizemos, conseguimos ver o Mercado das Flores, a praça de Dam, a praça dos Museus e ficar deslumbrados com todos aqueles edifícios bem tratados que envolvem toda a cidade. Em Amesterdão é facílimo confundir um shopping com um museu e se isso é até certo ponto confuso, por outro é um encanto num mundo em que o velho tem tendendência a dar lugar ao novo.
Amesterdão é uma cidade cheia de movimento, em que as bicicletas são a prioridade, onde poucos carros há e onde o Tram (uma espécie de metro à superfície) se envolve em todos os recantos da cidade. Há aqui e ali biclicletas estacionadas, todos os postes de sinalização são um bom estacionamento e rara é a ponte onde não há uma única bicicleta agarrada com um cadeado. As ruas estão recheadas das famosas Coffeeshosps, Smartshops e Sexshops, mas também de restaurantes italianos, argentinos e pastelarias em que só de olhar nos fazem babar (restaurantes tipicos deles é que nada). Amesterdão, no seu caos de de movimento é bastante organizada, mesmo que tenhamos mil vezes a sensação de que vamos ser atropelados por uma bicicleta ou um Tram. O problema? Por serem todas as ruas tão semelhantes umas com as outras a facilidade em perdermo-nos e ficarmos desorientados é enorme. Afinal o restaurante italiano que achava que já tinha visto era apenas igual ao de três ruas atrás, a Coffeeshop que estava na esquina era apenas exactamente igual ao da saida do Tram, e acreditem que até sou uma mulher com bom sentido de orientação, mas perdi-me em Amesterdão e os terríveis mapas não ajudaram em muito. Contudo, a sexta-feira foi um dia apenas para relaxar, para espairecer e envolvermo-nos na cidade.
No sábado tinhamos planeado ir ver a casa da Anne Frank, fazer o cruzeiro dos canais e visitar o Vondelpark. A casa de Anne Frank foi sem dúvida uma das visitas mais impressionantes que já fiz na minha vida, não fosse eu uma fanática pela sua vida, como pela II Guerra Mundial no seu geral. A casa de Anne Frank situa-se numa rua em que o único movimento está em volta do museu em honra da jovem, não fossem os bilhetes comprados há mais de um mês e não teriamos tido a oportunidade de a visitar. O que mais me impressionou no museu de Anne Frank não foram os vídeos ou até as páginas do seu diário, mas a minucidade com que Anne conseguiu descrever os anexos e nos quais consegui viajar para uma época muito diferente. A forma como Anne descrevia as suas divisões foi como na realidade as vi, como se sempre soubesse que eram assim. Viajei pela mente de Anne, pela sua vida e pelos seus últimos dias e apesar de ter adorado, saí de lá mais pesada. A sensação de impotência, de vazio acompanhou-me algum tempo, apesar de ter absolutamento adorado.
Ao final da tarde de sábado ainda fomos fazer o cruzeiro, afinal Amesterdão é também os canais que sustentam a cidade. O cruzeiro sobre os canais de Amesterdão é uma das experiências essênciais da cidade, não só pela visibilidade que dá cidade como também pelas paisagens que só são possíveis de barco. O cruzeiro que escolhemos contou-nos também grande parte da história da cidade, assim como nos falou das suas 1700 pontes que unem ruas e ruas. Os edíficios são magnificientes e durante o cruzeiro deu para reparar em alguns pormenores da cidade que até então não tinham sido notados, como nos ganchos que todas as casas têm para levar para os pisos superiores móveis.
Foi sem dúvida um excelente sábado. Na próxima conto-vos o resto da viagem.