Passeio às Finanças
(Imagem retirada daqui)
Ontem fui, a pedido do patrão, até às finanças pagar o IRS do pai dele, também ele dono de uma das empresas sediadas ao lado da que trabalho. Após ouvir conversas sobre os ‘mais melhores carros’, sobre como era entediante para um reformado estar nas finanças à espera e de ter sentido um cheiro intenso a perfume barato (imaginem lá que até eu senti o cheiro), chegou finalmente o meu número. Levantei-me, entreguei o papel e na outra mão já tinha o cheque preparado para dar à senhora. Do outro lado do balcão, uns bons centímetros abaixo de mim pergunta-me uma senhora de óculos garridos se o senhor em questão era meu pai.
“- Não, é pai do meu patrão.” – respondo eu com a maior das naturalidades.
“- E ele não quer adoptar uma filha?” – ri-me, o comentário dela era referente ao avultado valor a pagar do IRS.
“- Ora essa, se fosse para adoptar acho que estaria em lista de prioridades.” – ri-me com o comentário da senhora e com a minha própria resposta.
Vendo bem as coisas acho que me colocaria na lista para ser adoptada pelo senhor.